Leia o texto para responder à questão.
Em 17 de maio de 2016, o diretor do Instituto do Cérebro
do RS (InsCer/RS), Jaderson Costa da Costa, e o professor
do curso de Teologia da Escola de Humanidades da PUCRS
Erico Hammes debateram as interfaces entre o cérebro e a
tecnologia, em mais uma atividade do projeto Fé e Cultura.
O debate começou com Costa da Costa contextualizando
as tecnologias durante as décadas e gerações. “Eu sou de
uma geração que escrevia cartas”, afirmou, explicando que
tinha mais tempo para pensar no que escreveria e em um
possível arrependimento. Na primeira vez que enviou um
fax, contou que, quando viu a folha passando pela máquina,
se arrependeu imediatamente, mas percebeu que não tinha
mais volta. Lembrou, também, que não estava preparado para
aquela tecnologia, utilizando o exemplo para mostrar de que
maneira as inovações mudam o modo como as pessoas vivem
e enxergam o mundo. Segundo ele, a vida é orientada pela
tecnologia, que busca, entre outras coisas, longevidade, inteligência e bem-estar.
Perguntado sobre o impacto da tecnologia no campo da
aprendizagem, o diretor do InsCer declarou ser um entusiasta
do processo, já que não tem medo da tecnologia. Sobre os
efeitos na educação, ele lembra que antigamente a memória
era muito mais utilizada. Hoje, o celular tem todos os dados
e ninguém mais grava números de telefone, por exemplo.
Se isso é bom ou ruim, ele diz que depende do ponto de
vista. Pensando de maneira antiga e tradicional, é prejudicial.
“Mas essa geração não foi feita para nós, essa geração foi
feita para um futuro que ainda temos dificuldade de entender”,
explicou. Por isso, enxerga que, se por um lado a memória
foi prejudicada, por outro a nova geração tem a capacidade
de juntar fragmentos em uma base de tempo aleatória, que
nenhuma outra geração tem. Além disso, o pesquisador defende a ideia de que não existe memória que grave a mesma
coisa, cada um grava pedaços e cria diferentes percepções
no cérebro.
(http://www.pucrs.br. Adaptado)