Questão 8d3eddbd-d8
Prova:INSPER 2018
Disciplina:Literatura
Assunto:Parnasianismo, Escolas Literárias

Leia trecho do poema de Olavo Bilac.

Língua Portuguesa

Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...

Amote assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

Em que da voz materna ouvi: “meu filho!”
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!

(Olavo Bilac, Poesias)

No poema, o eu lírico

A
define-se apaixonado pela língua portuguesa de Portugal,
mas não pela do Brasil.
B
desqualifica a língua portuguesa, pois a vê como agreste e símbolo da saudade.
C
questiona se a língua portuguesa chegará a ser bela como outras nascidas do latim.
D
sugere que a língua portuguesa traz em si sentimentos ruins e, por isso, não pode ser bela.
E
enaltece a língua portuguesa, por sua riqueza capaz de expressar diferentes sentimentos.

Gabarito comentado

R
Rafael Costa Monitor do Qconcursos

Tema central: A questão aborda a visão do eu lírico sobre a língua portuguesa no poema de Olavo Bilac, exigindo a identificação do sentimento predominante e a relação desse sentimento com as características do Parnasianismo.

Parnasianismo e o poema: Olavo Bilac é um dos principais nomes do Parnasianismo no Brasil, movimento marcado por rigor formal, valorização estética ("arte pela arte"), e objetividade. No poema, ele utiliza imagens como “ouro nativo” e “viço agreste” para destacar a beleza, riqueza e expressividade da língua, enaltecendo-a por sua capacidade de transmitir múltiplos sentimentos e emoções.

Justificativa da alternativa correta (E): A alternativa E aponta que o eu lírico enaltece a língua portuguesa por sua riqueza capaz de expressar diferentes sentimentos. Isso está em total acordo com o poema: Bilac celebra a versatilidade e profundidade emotiva da língua, mencionando desde seu “arrolo de saudade e ternura” até a imponência do “alto clangor”.

Análise das alternativas incorretas:

  • A) INCORRETA: Não há distinção regional entre português de Portugal e do Brasil no texto; o elogio é à língua como um todo.
  • B) INCORRETA: Caracterizar a língua como “agreste” e símbolo da saudade não é desqualificá-la, e sim enaltecê-la por seus aspectos únicos.
  • C) INCORRETA: O poema não põe em dúvida a beleza da língua nem a compara negativamente com outras do latim; ele a exalta.
  • D) INCORRETA: O eu lírico não associa a língua a sentimentos ruins nem nega sua beleza, mas destaca sua potência emotiva e riqueza.

Estratégia de interpretação: Preste atenção em expressões de valoração positiva como "esplendor", "ouro nativo", "viço", além da referência à capacidade de expressar tanto força ("clangor") quanto ternura. Fique atento a pegadinhas que contrapõem "belo" e "rude" como se fossem exclusivas.

Dica final: Ao analisar poemas, busque sempre o senso global do texto e a intenção de quem fala. Isso evita cair em armadilhas como interpretações excessivamente negativas ou limitadas.

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