Questõessobre Questões Internacionais: história do tempo presente

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c74f40ff-58
UFAC 2010 - História - Demandas políticas e sociais no mundo atual, História Geral, Questões Internacionais: história do tempo presente

“O grupo palestino Hamas disse que lutará até que Israel atenda suas exigências para um cessar- fogo.”

BOWEN, Jeremy. Cessar-fogo não deve pôr fim à guerra na Faixa de Gaza. BBCBrasil.com. Disponível em: http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2009/01/09 0118_gazatregua_analise_fp.shtml.

O texto do site da BBCBrasil.com trata dos conflitos armados entre palestinos e o Estado de Israel, que teve seu início quando:

A
Na Declaração de Balfour, em que foi concedido apoio britânico para a criação de uma pátria judaica na Palestina.
B
A ONU, no ano de 1947, fez a divisão entre os territórios da Palestina e Israel. Ação que desencadeou um ataque da Liga Árabe ao Estado de Israel.
C
No movimento sionista, criado no séc. XIX, por Theodor Herzl, que tinha como propósito a formação de um estado judaico com reconhecimento internacional da Palestina.
D
Na assinatura dos Acordos de Camp David, pelos quais se estabelecia a concordância na negociação para a devolução do Sinai ao Egito e a autonomia restrita aos palestinos que habitavam Gaza.
E
Na Intifada e no Haganah.
36d97a1a-73
UDESC 2010, UDESC 2010 - História - Demandas políticas e sociais no mundo atual, História Geral, Questões Internacionais: história do tempo presente

Analise as proposições relacionadas aos conflitos envolvendo a região do Oriente Médio.

I. Sendo pró-ocidente, Israel, mesmo situado naquela região, mantém uma tradicional política de neutralidade com o mundo árabe.

II. Iraque (árabe) e Irã (persa) viveram um sangrento conflito entre 1980 e 1988.

III. A Revolução Xiita no Irã, no final da década de 1970, ainda hoje tem forte repercussão entre as nações islâmicas.

IV. Durante a Guerra do Golfo em 1991, não foram medidos esforços, dos dois lados, para que as jazidas de petróleo e o meio ambiente fossem preservados.

Assinale a alternativa correta.

A
( ) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.
B
( ) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.
C
( ) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.
D
( ) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras.
E
( ) Todas as afirmativas são verdadeiras.
2dcaad36-73
UDESC 2010, UDESC 2010 - História - Demandas políticas e sociais no mundo atual, História Geral, Questões Internacionais: história do tempo presente

A expressão american way of life (“estilo de vida americano”) marcou um determinado período da História contemporânea.

Em relação às questões que contribuem para o entendimento dessa expressão e ao período a que se referem, assinale a alternativa incorreta.

A
( ) Refere-se ao consumismo acelerado e ao crescimento industrial norte-americano, estimulados pelo forte protecionismo a partir da década de 1920.
B
( ) Durante a Guerra Fria serviu como modo de divulgar o que se poderia alcançar com o capitalismo.
C
( ) O cinema e os programas de TV americanos foram importantes veículos do american way of life. Assim, as pessoas de diferentes lugares do mundo conheceram as casas da classe média americana com seus modernos carros e eletrodomésticos.
D
( ) O estilo americano de vida, sobretudo o poder de consumo, espalhou-se aos diferentes lugares do mundo, sendo adotado e adaptado pelas mais diferentes culturas, inclusive a brasileira.
E
( ) Expressão usada para se referir à Guerra da Secessão Americana.
2fedcbc0-73
UDESC 2010, UDESC 2010 - História - Demandas políticas e sociais no mundo atual, História Geral, Questões Internacionais: história do tempo presente

No mês de março de 2010, atentados em Moscou e em Daguestão, na Rússia, reivindicados pelo líder separatista islâmico checheno, Doku Umarov, mataram dezenas de pessoas e deixaram outras tantas feridas. Manchetes na mídia mundial, esses acontecimentos colocaram os russos em estado de choque e chamaram a atenção para a região do Cáucaso Norte (Sul da Rússia), que inclui as repúblicas de Daguestão, Chechênia e Inguchétia.

Em relação ao contexto que envolve a Rússia, analise as proposições e escreva (V) para verdadeira(s) e (F) para falsa(s).

( ) Os atentados ocorridos devem ser compreendidos a partir do quadro de conflitos instaurado pelos esforços do governo russo em garantir unidade e restaurar um poder governamental efetivo sobre todo o território do país, a partir de 1991.

( ) As viúvas que executaram os atentados em Moscou e em Daguestão lutavam por melhores condições de vida e, por isso, reivindicavam o retorno do comunismo à União Soviética.

( ) A região do Cáucaso Norte (entre o Mar Negro e o Mar Cáspio), que reúne dezenas de etnias e também idiomas, tem sido palco de muitas guerras. Na Chechênia, inclusive, grupos extremistas tentam criar um Estado islâmico.

( ) Os atentados recentes, na Rússia, remontam a própria desintegração da União Soviética, em 1991, que, por sua vez, resultou em movimentos separatistas das repúblicas da região do Cáucaso Norte.

( ) Desde os tempos da União Soviética, a política externa da Rússia e as diferenças étnicas e religiosas em seu território são motivos para desentendimentos e conflitos diplomáticos, muitas vezes culminando em atentados violentos, como os ocorridos em Moscou e em Daguestão, em 2010.

Assinale a alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo.

A
( ) F – V – V – V – V
B
( ) V – F – V – V – V
C
( ) F – F – V – V – V
D
( ) V – F – V – F – V
E
( ) V – V – V – F – F
452d51d3-3c
UNESP 2015 - História - Demandas políticas e sociais no mundo atual, História Geral, Questões Internacionais: história do tempo presente

Entre outros desdobramentos provocados pela chamada Primavera Árabe, iniciada no final de 2010, podemos citar

A
a deposição de governantes na Líbia e no Egito e o início de violenta guerra civil na Síria.
B
a democratização política na Argélia e a instalação de regimes militares no Barein e na Jordânia.
C
o surgimento de regimes islâmicos no Irã e na Tunísia e a queda do governo pró-Estados Unidos no Líbano
D
o controle do governo da Arábia Saudita por grupos islâmicos fundamentalistas e o fim do apoio russo ao Iraque.
E
o fim dos conflitos religiosos no Iêmen e no Marrocos e o aumento do preço do petróleo no mercado mundial.
229aa6aa-30
PUC - Campinas 2016 - História - Demandas políticas e sociais no mundo atual, História Geral, Questões Internacionais: história do tempo presente

A Grécia é a principal porta de entrada para os milhares de refugiados que tentam chegar à Europa desafiando o Mediterrâneo em embarcações lotadas e inseguras. Falase em crise humanitária no continente europeu. Sobre o assunto, considere as afirmações abaixo.
I. Países europeus têm adotado posturas rígidas em relação à entrada de refugiados, como o caso da Hungria e da Áustria. Outros são liberais no acolhimento, como o caso da Alemanha.
II. O aumento do número de imigrantes tem forçado a ampliação do Acordo de Schengen para facilitar a livre circulação de pessoas entre os países que compõem a União Europeia.
III. A situação criada pela entrada maciça de migrantes aumenta a xenofobia e o crescimento de partidos de extrema direita, que defendem políticas anti-imigração.
Está correto o que se afirma APENAS em

A
I e III.
B
I.
C
I e II.
D
II e III.
E
III.
52c04d2e-d6
PUC - RS 2016 - História - Demandas políticas e sociais no mundo atual, História Geral, Questões Internacionais: história do tempo presente

O Oriente Médio é, historicamente, zona de tensões entre povos, nações e países. Recentemente, além da ascensão do terrorismo, têm ocorrido conflitos em diversos países envolvendo o exército, civis e vários grupos armados. Sobre esses conflitos, afirma-se:
I. A disputa entre Israel e a Palestina é pela Faixa de Gaza, uma área com importante riqueza petrolífera do Oriente Médio.
II. Aliado histórico dos EUA, Israel promove ofensivas contra a Palestina, com o argumento de combate ao terrorismo na região.
III. Com a recente onda de democratização no Oriente Médio, é possível notar um abalo significativo dos valores muçulmanos, incompatíveis com os valores democráticos.
Está/Estão correta(s) apenas a(s) afirmativas

A
I.
B
II.
C
III.
D
I e II.
E
II e III.
d82a2580-a6
ENEM 2016 - História - Demandas políticas e sociais no mundo atual, História Geral, Questões Internacionais: história do tempo presente

A memória recuperada pela autora apresenta a relação entre

A
conflito trabalhista e engajamento sindical.
B
organização familiar e proteção à infância.
C
centralização econômica e pregação religiosa.
D
estrutura educacional e desigualdade de renda.
E
transformação política e modificação de costumes.
79b7fc0b-91
UECE 2015 - História - Demandas políticas e sociais no mundo atual, História Geral, Questões Internacionais: história do tempo presente

A crise econômica e social do Haiti tem se intensificado muito nos últimos anos, acarretando uma saída massiva de migrantes que fogem da fome e das duras condições de sobrevivência. Sobre as motivações e as fugas do Haiti, é correto afirmar que

A
decorreram do levante militar de ex-integrantes do exército haitiano.
B
são parte do plano elaborado pela ONU de reestruturação do país.
C
são massivas devido à ocupação do país por soldados norte-americanos.
D
aumentaram em decorrência do terremoto ocorrido em fevereiro de 2010.
7bdd6315-5f
UERJ 2011 - História - História Geral, Questões Internacionais: história do tempo presente

Os líderes dos países que integram os Brics – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – encerraram seu terceiro encontro com um comunicado em que pedem conjunta e explicitamente, pela primeira vez, mudanças no Conselho de Segurança das Nações Unidas. O texto defende reformas na ONU para aumentar a representatividade na instituição, além de alterações no Fundo Monetário Internacional e no Banco Mundial. Para os líderes dos Brics, a reforma da ONU é essencial, pois não é mais possível manter as formas institucionais erguidas logo após a Segunda Guerra Mundial.

Adaptado de O Globo, 15/04/2011

Uma das principais mudanças no contexto internacional contemporâneo que se relaciona com as reformas propostas pelos Brics está indicada em:

A
afirmação da multipolaridade
B
proliferação de armas atômicas
C
hegemonia econômica dos E.U.A.
D
diversificação dos fluxos de capitais
7bd85f98-5f
UERJ 2011 - História - Demandas políticas e sociais no mundo atual, História Geral, Questões Internacionais: história do tempo presente

No início de 2011, o mundo assistiu apreensivo e esperançoso ao sopro de inconformismo no mundo árabe. Manifestantes contaram com a ajuda, em graus a serem precisados, de componentes cada vez mais comuns em situações desse tipo: a internet e o telefone celular. Na Tunísia, ativistas utilizaram Twitter e Facebook para organizar protestos. No Egito, blogs e também as redes sociais. Os episódios reaquecem o debate sobre qual é, afinal, o potencial dessas tecnologias quando o assunto é ativismo político e opõem dois grupos de analistas: os ciberutópicos, que acham que blogs e celulares tudo podem, e os cibercéticos, que pensam o contrário. A revolução pode não ser tuitada, no sentido de que um Twitter só não faz a revolução. Mas as que acontecerem no século XXI, é certo, passarão pelo Twitter e similares.

Adaptado de http://veja.abril.com.br, 28/01/2011

A reportagem apresenta uma reflexão acerca das possibilidades e limitações do uso das novas tecnologias no ativismo político no mundo atual.

As limitações existentes para o emprego dessas tecnologias são justificadas basicamente pela:

A
disparidade regional quanto aos níveis de alfabetização
B
hierarquização social relativa ao acesso às redes virtuais
C
censura da mídia em função do intervencionismo governamental
D
dispersão populacional devido às grandes extensões territoriais
31f65854-60
UERJ 2010 - História - Demandas políticas e sociais no mundo atual, História Geral, Questões Internacionais: história do tempo presente

Os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e da Rússia, Dmitri Medvedev, assinaram, dia 8 de abril de 2010, em Praga, um histórico acordo de redução de armas nucleares que cortará em cerca de 30% o número de bombas atômicas instaladas em ambos os países. A assinatura do acordo representa o início da concretização de uma das metas do governo Obama, que diz querer ver um mundo livre de armas nucleares.
Adaptado de http://noticias.r7.com
Nos próximos anos, o presidente Barack Obama vai decidir se colocará ou não em operação uma nova classe de armas capaz de atingir qualquer lugar do planeta, lançada do solo dos EUA, com precisão e força suficientes para reduzir a dependência americana em relação ao arsenal nuclear.
Adaptado de Folha de S. Paulo, 24/04/2010
As alterações na política armamentista do governo norte-americano, de acordo com as reportagens, apontam para novas tensões nas relações internacionais.
Essas tensões estão associadas ao seguinte contexto:

A
cooperação entre China e Índia
B
crise em países do Oriente Médio
C
supremacia da Comunidade Europeia
D
polarização entre as ex-repúblicas soviéticas
598b9115-42
UFAL 2013 - História - Demandas políticas e sociais no mundo atual, História Geral, Questões Internacionais: história do tempo presente

As homenagens a Nelson Mandela ressaltam

Chefes de Estado prestam homenagem no enterro de Mandela

Presidente Obama disse que Nelson Mandela ensinou ao mundo o poder da ação e o poder das ideias. "Foi preciso um homem como Mandela não apenas para libertar os prisioneiros, mas também para libertar seus captores." "

Da mesma forma que os sul-africanos choram nos seus cantos 'Madiba' e 'Nelson Mandela', nós, a nação brasileira, que trazemos o sangue africano nas nossas veias choramos o exemplo deste grande líder que faz parte do panteão da humanidade", diz Dilma Rousseff e encerra seu discurso: "Viva Mandela para sempre.”

Disponível em: http://www.bbc.co.uk. Acesso em: 10 dez. 2013 (adaptado)

A
a importância da unificação da África do Sul em torno de um líder que soube sufocar as rebeliões tribais, trazendo ordem ao país.
B
a participação desse líder no processo de independência da África do Sul contra a dominação holandesa na guerra dos Bôeres.
C
sua determinação em levar à justiça os responsáveis pela implantação do Apartheid e os antigos governantes da África do Sul.
D
sua luta contra o Apartheid e, principalmente, o exemplo de tolerância e capacidade de unir pacificamente grupos que cultivaram ódios por décadas.
E
sua determinação em combater o Imperialismo europeu, organizando uma forte resistência aos produtos estrangeiros, principalmente ingleses.
bdcbfa52-31
UERJ 2016, UERJ 2016 - História - História Geral, Questões Internacionais: história do tempo presente

Os refugiados são pessoas que escaparam de conflitos armados ou perseguições. Com frequência, sua situação é tão perigosa e intolerável que devem cruzar fronteiras internacionais para buscar segurança nos países mais próximos e então se tornar um “refugiado” reconhecido internacionalmente, com acesso à assistência dos Estados, da ACNUR (Agência da ONU para Refugiados) e de outras organizações.

ADRIAN EDWARDS Adaptado de acnur.org, outubro/2015.

O conceito de refugiado, apresentado no texto, está diretamente associado aos problemas políticos e econômicos que afetam diversos países na atualidade.

Nos últimos anos, a região de origem que tem contribuído com o maior número de refugiados em direção a países da União Europeia é:

A
Leste Europeu
B
Oriente Médio
C
Extremo Oriente
D
Península Balcânica
bdc81ff2-31
UERJ 2016, UERJ 2016 - História - Demandas políticas e sociais no mundo atual, História Geral, Questões Internacionais: história do tempo presente

O governo chinês anunciou, nesta quinta-feira, que decidiu pôr fim à política do filho único. Por mais de três décadas, impediu-se que casais tivessem mais de uma criança, o que causou impacto na sociedade e na economia do país. Segundo a agência de notícias estatal Xinhua, o Partido Comunista determinou que, agora, os casais poderão ter dois filhos.
Adaptado de bbc.com, 29/10/2015.
A principal justificativa para a decisão do governo chinês está apontada em:

A
ampliar o poder de consumo do mercado
B
reduzir o custo da mão de obra da indústria
C
viabilizar a proposta de democratização do estado
D
retardar o processo de envelhecimento da população
bda4af23-31
UERJ 2016 - História - Demandas políticas e sociais no mundo atual, História Geral, Questões Internacionais: história do tempo presente

A estratégia de ação do Estado Islâmico mencionada na reportagem apresenta semelhança com a seguinte prática das corporações empresariais contemporâneas:


A
padronização das tecnologias
B
incorporação dos fornecedores
C
desterritorialização da produção
D
superexploração da mão de obra
bd9a7e4d-31
UERJ 2016 - História - História Geral, Questões Internacionais: história do tempo presente

A narrativa dos feitos de Hugh Glass insere-se em uma concepção nacionalista que promove a valorização do seguinte aspecto:

As imagens acima reproduzem a capa de um livreto de 1823 e o cartaz de um filme de 2015 que contam a história de Hugh Glass, caçador e guia que se tornou referência no contexto da conquista do Oeste norte-americano, no século XIX, tendo enfrentado diversos perigos, incluindo o ataque de um urso.

A
ideal civilizatório
B
progresso material
C
miscigenação étnica
D
ação preservacionista
6b94b94e-24
PUC-GO 2015 - História - Demandas políticas e sociais no mundo atual, História Geral, Questões Internacionais: história do tempo presente

O narrador, no Texto 2, fala-nos que “a guerra é a conservação”. A propósito, essa expressão nos permite fazer uma analogia com a “guerra sem fim”, decretada pelos Estados Unidos ao “terrorismo islâmico” após os atentados de 11 de setembro de 2001, com a justificativa de pôr fim à violência terrorista e reordenar o mundo para conservar a paz. Sobre essa nova reelaboração da doutrina de “guerra justa” durante o governo Bush, analise os itens que se seguem:

I-Apesar da força militar dos EUA, essa guerra visava ao pacifismo, não exigia objetivos nem meios específicos, finitos e realizáveis.

II- Seria uma guerra radical, contínua, irrestrita e sem limites de tempo ou fronteiras geográficas, que não buscava expansão territorial.

III-Uma nova política de intervenção em que os EUA, diante de qualquer ameaça militar ou mesmo antecipando um perigo futuro, teria o direito de promover ataques preventivos.

IV-Foi o resultado de acordos e alianças com outras potências e instituições internacionais visando à proteção da população civil, que seria preservada das atrocidades da guerra.

Em relação às proposições analisadas, assinale a única alternativa cujos itens estão todos corretos:

TEXTO 2

                                          VI

      Para entenderes bem o que é a morte e a vida, basta contar-te como morreu minha avó.

      — Como foi?

      — Senta-te.

      Rubião obedeceu, dando ao rosto o maior interesse possível, enquanto Quincas Borba continuava a andar.

      — Foi no Rio de Janeiro, começou ele, defronte da Capela Imperial, que era então Real, em dia de grande festa; minha avó saiu, atravessou o adro, para ir ter à cadeirinha, que a esperava no Largo do Paço. Gente como formiga. O povo queria ver entrar as grandes senhoras nas suas ricas traquitanas. No momento em que minha avó saía do adro para ir à cadeirinha, um pouco distante, aconteceu espantar-se uma das bestas de uma sege; a besta disparou, a outra imitou-a, confusão, tumulto, minha avó caiu, e tanto as mulas como a sege passaram-lhe por cima. Foi levada em braços para uma botica da Rua Direita, veio um sangrador, mas era tarde; tinha a cabeça rachada, uma perna e o ombro partidos, era toda sangue; expirou minutos depois.

      — Foi realmente uma desgraça, disse Rubião.

      — Não.

      — Não?

      — Ouve o resto. Aqui está como se tinha passado o caso. O dono da sege estava no adro, e tinha fome, muita fome, porque era tarde, e almoçara cedo e pouco. Dali pôde fazer sinal ao cocheiro; este fustigou as mulas para ir buscar o patrão. A sege no meio do caminho achou um obstáculo e derribou-o; esse obstáculo era minha avó. O primeiro ato dessa série de atos foi um movimento de conservação: Humanitas tinha fome. Se em vez de minha avó, fosse um rato ou um cão, é certo que minha avó não morreria, mas o fato era o mesmo; Humanitas precisa comer. Se em vez de um rato ou de um cão, fosse um poeta, Byron ou Gonçalves Dias diferia o caso no sentido de dar matéria a muitos necrológios; mas o fundo subsistia. O universo ainda não parou por lhe faltarem alguns poemas mortos em flor na cabeça de um varão ilustre ou obscuro; mas Humanitas (e isto importa, antes de tudo) Humanitas precisa comer.

      Rubião escutava, com a alma nos olhos, sinceramente desejoso de entender; mas não dava pela necessidade a que o amigo atribuía a morte da avó. Seguramente o dono da sege, por muito tarde que chegasse à casa, não morria de fome, ao passo que a boa senhora morreu de verdade, e para sempre. Explicou-lhe, como pôde, essas dúvidas, e acabou perguntando-lhe:

      — E que Humanitas é esse?

      — Humanitas é o princípio. Mas não, não digo nada, tu não és capaz de entender isto, meu caro Rubião; falemos de outra coisa.

      — Diga sempre.

      Quincas Borba, que não deixara de andar, parou alguns instantes.

      — Queres ser meu discípulo?

      — Quero.

      — Bem, irás entendendo aos poucos a minha filosofia; no dia em que a houveres penetrado inteiramente, ah! nesse dia terás o maior prazer da vida, porque não há vinho que embriague como a verdade. Crê-me, o Humanitismo é o remate das coisas; e eu, que o formulei, sou o maior homem do mundo. Olha, vês como o meu bom Quincas Borba está olhando para mim? Não é ele, é Humanitas...

      — Mas que Humanitas é esse?

      — Humanitas é o principio. Há nas coisas todas certa substância recôndita e idêntica, um princípio único, universal, eterno, comum, indivisível e indestrutível, — ou, para usar a linguagem do grande Camões:

      Uma verdade que nas coisas anda,

      Que mora no visíbil e invisíbil. 

      Pois essa sustância ou verdade, esse princípio indestrutível é que é Humanitas. Assim lhe chamo, porque resume o universo, e o universo é o homem. Vais entendendo?

      — Pouco; mas, ainda assim, como é que a morte de sua avó...

      — Não há morte. O encontro de duas expansões, ou a expansão de duas formas, pode determinar a supressão de uma delas; mas, rigorosamente, não há morte, há vida, porque a supressão de uma é a condição da sobrevivência da outra, e a destruição não atinge o princípio universal e comum. Daí o carácter conservador e benéfico da guerra. Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a alegria da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas.

      — Mas a opinião do exterminado?

      — Não há exterminado. Desaparece o fenômeno; a substância é a mesma. Nunca viste ferver água? Hás de lembrar-te que as bolhas fazem-se e desfazem-se de contínuo, e tudo fica na mesma água. Os indivíduos são essas bolhas transitórias.

      — Bem; a opinião da bolha...

      — Bolha não tem opinião. Aparentemente, há nada mais contristador que uma dessas terríveis pestes que devastam um ponto do globo? E, todavia, esse suposto mal é um benefício, não só porque elimina os organismos fracos, incapazes de resistência, como porque dá lugar à observação, à descoberta da droga curativa. A higiene é filha de podridões seculares; devemo-la a milhões de corrompidos e infectos. Nada se perde, tudo é ganho. Repito, as bolhas ficam na água. Vês este livro? É Dom Quixote. Se eu destruir o meu exemplar, não elimino a obra, que continua eterna nos exemplares subsistentes e nas edições posteriores. Eterna e bela, belamente eterna, como este mundo divino e supradivino.

(ASSIS, Machado de. Quincas Borba. 18. ed. São Paulo: Ática, 2011. p. 26-28.)

A
I e II.
B
I e IV.
C
II e III.
D
II e IV.
6b8b44c8-24
PUC-GO 2015 - História - Demandas políticas e sociais no mundo atual, História Geral, Questões Internacionais: história do tempo presente

No Texto 2, os personagens dialogam sobre a vida e a morte, e o modo como ela pode acontecer. Sabe-se que nos países considerados mais pobres do mundo, situados principalmente no continente africano, gastam-se bilhões de dólares em armamento importado de países ricos, em detrimento de investimentos nos setores de saúde e educação. Com base no enunciado, bem como em outras fontes de conhecimento, analise as assertivas a seguir:      

 I-A guerra propicia situações de degradação social extrema, uma vez que, além de perdas humanas, tem-se perdas econômicas e financeiras.

II-A guerra proporciona aos líderes rebeldes condições para adquirirem poder e dinheiro, em consonância com os ideais de democracia.

III-A guerra dificulta às pessoas pacíficas ganharem seu sustento.

IV-A guerra proporciona que grandes empresas produtoras de armamentos obtenham lucro mesmo em períodos de crise financeira.

De acordo com os itens analisados, marque a alternativa que contém apenas proposições corretas:

TEXTO 2

                                          VI

      Para entenderes bem o que é a morte e a vida, basta contar-te como morreu minha avó.

      — Como foi?

      — Senta-te.

      Rubião obedeceu, dando ao rosto o maior interesse possível, enquanto Quincas Borba continuava a andar.

      — Foi no Rio de Janeiro, começou ele, defronte da Capela Imperial, que era então Real, em dia de grande festa; minha avó saiu, atravessou o adro, para ir ter à cadeirinha, que a esperava no Largo do Paço. Gente como formiga. O povo queria ver entrar as grandes senhoras nas suas ricas traquitanas. No momento em que minha avó saía do adro para ir à cadeirinha, um pouco distante, aconteceu espantar-se uma das bestas de uma sege; a besta disparou, a outra imitou-a, confusão, tumulto, minha avó caiu, e tanto as mulas como a sege passaram-lhe por cima. Foi levada em braços para uma botica da Rua Direita, veio um sangrador, mas era tarde; tinha a cabeça rachada, uma perna e o ombro partidos, era toda sangue; expirou minutos depois.

      — Foi realmente uma desgraça, disse Rubião.

      — Não.

      — Não?

      — Ouve o resto. Aqui está como se tinha passado o caso. O dono da sege estava no adro, e tinha fome, muita fome, porque era tarde, e almoçara cedo e pouco. Dali pôde fazer sinal ao cocheiro; este fustigou as mulas para ir buscar o patrão. A sege no meio do caminho achou um obstáculo e derribou-o; esse obstáculo era minha avó. O primeiro ato dessa série de atos foi um movimento de conservação: Humanitas tinha fome. Se em vez de minha avó, fosse um rato ou um cão, é certo que minha avó não morreria, mas o fato era o mesmo; Humanitas precisa comer. Se em vez de um rato ou de um cão, fosse um poeta, Byron ou Gonçalves Dias diferia o caso no sentido de dar matéria a muitos necrológios; mas o fundo subsistia. O universo ainda não parou por lhe faltarem alguns poemas mortos em flor na cabeça de um varão ilustre ou obscuro; mas Humanitas (e isto importa, antes de tudo) Humanitas precisa comer.

      Rubião escutava, com a alma nos olhos, sinceramente desejoso de entender; mas não dava pela necessidade a que o amigo atribuía a morte da avó. Seguramente o dono da sege, por muito tarde que chegasse à casa, não morria de fome, ao passo que a boa senhora morreu de verdade, e para sempre. Explicou-lhe, como pôde, essas dúvidas, e acabou perguntando-lhe:

      — E que Humanitas é esse?

      — Humanitas é o princípio. Mas não, não digo nada, tu não és capaz de entender isto, meu caro Rubião; falemos de outra coisa.

      — Diga sempre.

      Quincas Borba, que não deixara de andar, parou alguns instantes.

      — Queres ser meu discípulo?

      — Quero.

      — Bem, irás entendendo aos poucos a minha filosofia; no dia em que a houveres penetrado inteiramente, ah! nesse dia terás o maior prazer da vida, porque não há vinho que embriague como a verdade. Crê-me, o Humanitismo é o remate das coisas; e eu, que o formulei, sou o maior homem do mundo. Olha, vês como o meu bom Quincas Borba está olhando para mim? Não é ele, é Humanitas...

      — Mas que Humanitas é esse?

      — Humanitas é o principio. Há nas coisas todas certa substância recôndita e idêntica, um princípio único, universal, eterno, comum, indivisível e indestrutível, — ou, para usar a linguagem do grande Camões:

      Uma verdade que nas coisas anda,

      Que mora no visíbil e invisíbil. 

      Pois essa sustância ou verdade, esse princípio indestrutível é que é Humanitas. Assim lhe chamo, porque resume o universo, e o universo é o homem. Vais entendendo?

      — Pouco; mas, ainda assim, como é que a morte de sua avó...

      — Não há morte. O encontro de duas expansões, ou a expansão de duas formas, pode determinar a supressão de uma delas; mas, rigorosamente, não há morte, há vida, porque a supressão de uma é a condição da sobrevivência da outra, e a destruição não atinge o princípio universal e comum. Daí o carácter conservador e benéfico da guerra. Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a alegria da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas.

      — Mas a opinião do exterminado?

      — Não há exterminado. Desaparece o fenômeno; a substância é a mesma. Nunca viste ferver água? Hás de lembrar-te que as bolhas fazem-se e desfazem-se de contínuo, e tudo fica na mesma água. Os indivíduos são essas bolhas transitórias.

      — Bem; a opinião da bolha...

      — Bolha não tem opinião. Aparentemente, há nada mais contristador que uma dessas terríveis pestes que devastam um ponto do globo? E, todavia, esse suposto mal é um benefício, não só porque elimina os organismos fracos, incapazes de resistência, como porque dá lugar à observação, à descoberta da droga curativa. A higiene é filha de podridões seculares; devemo-la a milhões de corrompidos e infectos. Nada se perde, tudo é ganho. Repito, as bolhas ficam na água. Vês este livro? É Dom Quixote. Se eu destruir o meu exemplar, não elimino a obra, que continua eterna nos exemplares subsistentes e nas edições posteriores. Eterna e bela, belamente eterna, como este mundo divino e supradivino.

(ASSIS, Machado de. Quincas Borba. 18. ed. São Paulo: Ática, 2011. p. 26-28.)

A
I, II e III.
B
I, II e IV.
C
I, III e IV.
D
II, III e IV.
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UNB 2014 - História - Demandas políticas e sociais no mundo atual, História Geral, Questões Internacionais: história do tempo presente

Tendo como referência o texto acima, julgue o item.

A globalização tem sido viabilizada pelos avanços da denominada Revolução Informacional.

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C
Certo
E
Errado