Os líderes dos países que integram os Brics – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul –
encerraram seu terceiro encontro com um comunicado em que pedem conjunta e explicitamente,
pela primeira vez, mudanças no Conselho de Segurança das Nações Unidas. O texto defende
reformas na ONU para aumentar a representatividade na instituição, além de alterações no
Fundo Monetário Internacional e no Banco Mundial. Para os líderes dos Brics, a reforma da
ONU é essencial, pois não é mais possível manter as formas institucionais erguidas logo após
a Segunda Guerra Mundial.
Adaptado de O Globo, 15/04/2011
Uma das principais mudanças no contexto internacional contemporâneo que se relaciona
com as reformas propostas pelos Brics está indicada em:
Gabarito comentado
Gabarito: Alternativa A — afirmação da multipolaridade
Sobre o tema: a questão trata das mudanças na ordem internacional e da demanda por reformas em organismos criados após 1945 (ONU, FMI, Banco Mundial). Esse tipo de reivindicação costuma refletir o enfraquecimento do modelo unipolar e o surgimento de potências regionais que exigem maior representatividade — ou seja, a transição para uma ordem multipolar.
Resumo teórico rápido: multipolaridade = presença de vários centros de poder político e econômico influentes (ex.: EUA, UE, China, Índia, Brasil, Rússia). Reformas da ONU/Conselho de Segurança buscam ajustar representatividade e vetos à nova distribuição de poder. Fontes úteis: Carta das Nações Unidas (1945) e estudos sobre BRICS (ex.: Ulrich Stuenkel, The BRICS and the Future of Global Order).
Por que a alternativa A é correta: o comunicado dos BRICS pedindo mudanças institucionais evidencia que o sistema de 1945 não reflete mais a correlação de forças atual. Isso é característico da multipolaridade, quando vários Estados emergentes exigem papel maior em instâncias globais. A demanda por reformas é resposta direta à redistribuição de poder global.
Análise das alternativas incorretas:
B — proliferação de armas atômicas: é um problema relevante, mas não é o motivo central para pedir reforma de representatividade no Conselho de Segurança; trata-se de segurança e não de ajuste institucional por mudança estrutural do poder.
C — hegemonia econômica dos EUA: se fosse verdadeira, não haveria pressão tão forte por reformar representatividade; a reivindicação dos BRICS decorre justamente da perda relativa de hegemonia norte‑americana, não de sua manutenção.
D — diversificação dos fluxos de capitais: embora relacionada (globalização financeira e novos investimentos), a diversificação de capitais é um fenômeno econômico específico. A reivindicação por mudar o Conselho de Segurança e o FMI aponta mais para redistribuição de poder político do que apenas para fluxos financeiros.
Estratégia de resolução: ao ler o enunciado, destaque palavras-chave — reformas, representatividade, após a Segunda Guerra — e relacione-as com mudanças na correlação de forças. Elimine alternativas que tratam de questões correlatas, mas não centrais.
Referências rápidas: Carta das Nações Unidas (1945); Ulrich Stuenkel, The BRICS and the Future of Global Order; comunicados do BRICS e reformas de quotas do FMI (2010).
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