Questõessobre Pré-História Brasileira: Legado de povos nativos
“Mandioca, mandioca-mansa, macaxeira, aipim e vários outros nomes no Brasil. Existem muitas
formas para designar a espécie Manihot esculenta, que produz uma raiz rica em amido e foi
domesticada há cerca de 9 mil anos. Estudos genéticos e arqueológicos indicam que isso ocorreu na
região do Alto Rio Madeira, no atual estado de Rondônia.”
Disponível em: https://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-agrarias/forma-mais-popular-da-mandioca-e-consumida-ha-9-mil-anos/ Acesso
em: 07 ago. 2020.
Com base no texto, uma característica da economia agrícola no Brasil pré-cabralino foi a
A imagem revela uma técnica usada por povos indígenas brasileiros para a preparação de
utensílios, que consiste em
RIBEIRO, D. Suma etnológica brasileira. Edição atualizada do Handbook of South American Indians.
Petrópolis: Vozes, 1987.
trançar a palha para se produzir a cestaria.
A figura exemplifica o comportamento de povos indígenas que
viveram no Brasil há 1.000 anos. Eles construíam suas casas
escavadas na terra, faziam fogueiras e manuseavam objetos.
Escavações revelam hábitos de antigos povos que ocuparam o Sul do país.
Folha de S.Paulo. 20/03/2016. Adaptado.
Com base nos dados apresentados e em seus conhecimentos,
assinale a alternativa correta quanto à época geológica desses
sítios arqueológicos, quanto ao elemento químico analisado
coerente com as práticas humanas exemplificadas na figura e
quanto ao método de datação.
Os sambaquis constituem sítios pré-históricos formados pela acumulação de conchas e moluscos, ossos
humanos e de animais, que foram descobertos em várias regiões do Brasil, principalmente no Sul. No
interior dos sambaquis foram encontrados vestígios de fogueiras, instrumentos cortantes, amoladores,
restos de mamíferos, além de ossos de peixes, répteis e baleias, além de ossadas humanas, depositadas
com seus pertences. A partir dessa descrição, podemos deduzir corretamente que esses povos:
A prática do canibalismo, presente entre alguns povos indígenas do Brasil, estava relacionada:
Mil anos antes da “descoberta” do Brasil pelos europeus,
um grande movimento de migração parece ter se iniciado no
sul da floresta amazônica. Os povos que se moviam falavam
línguas aparentadas, de uma grande família de línguas que
denominamos tupi-guarani. Praticavam a coivara e eram
bons caçadores e pescadores.
(Norberto Luiz Guarinello.
Os primeiros habitantes do Brasil, 2009. Adaptado.)
A partir do texto e de seus conhecimentos, pode-se afirmar
que os referidos povos
Mil anos antes da “descoberta” do Brasil pelos europeus, um grande movimento de migração parece ter se iniciado no sul da floresta amazônica. Os povos que se moviam falavam línguas aparentadas, de uma grande família de línguas que denominamos tupi-guarani. Praticavam a coivara e eram bons caçadores e pescadores.
(Norberto Luiz Guarinello.
Os primeiros habitantes do Brasil, 2009. Adaptado.)
A partir do texto e de seus conhecimentos, pode-se afirmar que os referidos povos
Leia o segmento abaixo, do escritor indígena
Ailton Krenak.
Os fatos e a história recente dos últimos 500 anos
têm indicado que o tempo desse encontro entre
as nossas culturas é um tempo que acontece e se
repete todo dia. Não houve um encontro entre as
culturas dos povos do Ocidente e a cultura do
continente americano numa data e num tempo
demarcado que pudéssemos chamar de 1500 ou
de 1800. Estamos convivendo com esse contato
desde sempre.
KRENAK, Ailton. O eterno retorno do encontro. In:
NOVAES, Adauto (org.). A outra margem do
Ocidente. São Paulo: Funarte, Companhia das
Letras, 1999. p. 25.
Considerando a história indígena no Brasil, a
principal ideia contida no segmento é
Leia o segmento abaixo, do escritor indígena Ailton Krenak.
Os fatos e a história recente dos últimos 500 anos têm indicado que o tempo desse encontro entre as nossas culturas é um tempo que acontece e se repete todo dia. Não houve um encontro entre as culturas dos povos do Ocidente e a cultura do continente americano numa data e num tempo demarcado que pudéssemos chamar de 1500 ou de 1800. Estamos convivendo com esse contato desde sempre.
KRENAK, Ailton. O eterno retorno do encontro. In: NOVAES, Adauto (org.). A outra margem do Ocidente. São Paulo: Funarte, Companhia das Letras, 1999. p. 25.
Considerando a história indígena no Brasil, a principal ideia contida no segmento é
estagnação social do continente sul-americano após a chegada dos europeus.
Refiro-me à destruição que pudemos fazer da grande (20 x 40 metros) e velha maloca
taracuá [...] Sabe V. Rvma. que para o índio a maloca é cozinha, dormitório, refeitório,
tenda de trabalho, lugar de reunião na estação de chuvas e sala de dança nas grandes
solenidades. [...] A maloca é também, como costumava dizer o zeloso dom Bazola, a
“casa do diabo”, pois que ali se fazem as orgias infernais, maquinam-se as mais atrozes
vinganças contra os brancos e contra outros índios...
Monsenhor Pedro Massa, início século XX. In: ZENUN, K. H. e ADISSI, V. M. A. Ser índio hoje: a tensão
territorial. 2.ed. São Paulo: Loyola, 1999, p. 70. (Adaptado).
Com a chegada dos europeus ao continente americano, teve início a subjetivação da figura do índio,
delineando-se, gradativamente, a imagem do nativo ocioso, preguiçoso, indisciplinado e desorganizado.
Esse ponto de vista atravessou séculos e sobrevive em nossos dias. Dessa maneira, de acordo com a
citação, derrubar a maloca seria uma ação necessária, pois a moradia indígena representava o(a)
Art. 231. São reconhecidos aos índios sua
organização social, costumes, línguas, crenças e
tradições, e os direitos originários sobre as terras
que tradicionalmente ocupam, competindo à União
demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os
seus bens.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.
Disponível em: www.planalto.gov.br. Acesso em: 27 abr. 2017.
A persistência das reivindicações relativas à aplicação
desse preceito normativo tem em vista a vinculação
histórica fundamental entre
Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: www.planalto.gov.br. Acesso em: 27 abr. 2017.
A persistência das reivindicações relativas à aplicação desse preceito normativo tem em vista a vinculação histórica fundamental entre
INSTRUÇÃO: Para responder à questão, considere
as afirmações sobre a viagem de Pedro Álvares
Cabral, que aportou no litoral brasileiro em abril de
1500, dando origem ao “descobrimento do Brasil”.
I. A expedição foi um empreendimento estatal comandado
e controlado pela Coroa Portuguesa, sem que
houvesse participação de investimentos privados na
sua montagem e execução.
II. A viagem de Cabral contou com o apoio da Igreja
Católica, que desejava expandir o cristianismo para
além da Europa; ademais, o reconhecimento oficial
da Igreja conferia legitimidade às novas conquistas.
III. A escolha do comandante da esquadra portuguesa
teve como principais critérios a competência e a
experiência profissional de Cabral, sinalizando o
rompimento do Estado português com os privilégios
aristocráticos na sua burocracia.
IV. A expedição tinha como objetivo final estabelecer
rotas comerciais de especiarias com o Oriente; a
“descoberta do Brasil”, porém, estava entre os resultados
possíveis, devido ao interesse português
em controlar a navegação no Atlântico Sul.
Estão corretas apenas as afirmativas
INSTRUÇÃO: Para responder à questão, considere as afirmações sobre a viagem de Pedro Álvares Cabral, que aportou no litoral brasileiro em abril de 1500, dando origem ao “descobrimento do Brasil”.
I. A expedição foi um empreendimento estatal comandado e controlado pela Coroa Portuguesa, sem que houvesse participação de investimentos privados na sua montagem e execução.
II. A viagem de Cabral contou com o apoio da Igreja Católica, que desejava expandir o cristianismo para além da Europa; ademais, o reconhecimento oficial da Igreja conferia legitimidade às novas conquistas.
III. A escolha do comandante da esquadra portuguesa teve como principais critérios a competência e a experiência profissional de Cabral, sinalizando o rompimento do Estado português com os privilégios aristocráticos na sua burocracia.
IV. A expedição tinha como objetivo final estabelecer rotas comerciais de especiarias com o Oriente; a “descoberta do Brasil”, porém, estava entre os resultados possíveis, devido ao interesse português em controlar a navegação no Atlântico Sul.
Estão corretas apenas as afirmativas
Ao comparar os textos, as formas de designação dos
grupos nativos pelos europeus, durante o período
analisado, são reveladoras da
TEXTO I
Documentos do século XVI algumas vezes se referem aos habitantes indígenas como “os brasis”, ou “gente brasília” e, ocasionalmente no século XVII, o termo “brasileiro” era a eles aplicado, mas as referências ao status econômico e jurídico desses eram muito mais populares. Assim, os termos “negro da terra” e “índios” eram utilizados com mais frequência do que qualquer outro.
SCHWARTZ, S. B. Gente da terra braziliense da nação. Pensando o Brasil: a construção de um povo. In: MOTA, C. G. (Org.). Viagem incompleta: a experiência brasileira (1500-2000). São Paulo: Senac, 2000 (adaptado).
TEXTO II
Índio é um conceito construído no processo de conquista da América pelos europeus. Desinteressados pela diversidade cultural, imbuídos de forte preconceito para com o outro, o indivíduo de outras culturas, espanhóis, portugueses, franceses e anglo-saxões terminaram por denominar da mesma forma povos tão díspares quanto os tupinambás e os astecas. SILVA, K. V.; SILVA, M. H. Dicionário de conceitos históricos. São Paulo: Contexto, 2005.
FIGUEIREDO, Luciano (org). Imagens de uma nação. Rio de Janeiro: Sabin, 2009.
Os monumentos históricos possuem relação com a memória, de modo a destacar imagens e valores
para a identidade coletiva de povos e sociedades. As fotos acima retratam monumentos históricos
brasileiros produzidos em épocas distintas. A comparação entre ambos evidencia uma mudança
refererente à identidade nacional brasileira.
Essa mudança está mais claramente vinculada à valorização da:
FIGUEIREDO, Luciano (org). Imagens de uma nação. Rio de Janeiro: Sabin, 2009.
Os monumentos históricos possuem relação com a memória, de modo a destacar imagens e valores para a identidade coletiva de povos e sociedades. As fotos acima retratam monumentos históricos brasileiros produzidos em épocas distintas. A comparação entre ambos evidencia uma mudança refererente à identidade nacional brasileira.
Essa mudança está mais claramente vinculada à valorização da:
A partir do texto e de seus conhecimentos, é correto afirmar que
Leia o texto para responder à questão.
Prova da barbárie e, para alguns, da natureza não humana do ameríndio, a antropofagia condenava as tribos que a praticavam a sofrer pelas armas portuguesas a “guerra justa”.
Nesse contexto, um dos autores renascentistas que escreveram sobre o Brasil, o calvinista francês Jean de Léry, morador do atual Rio de Janeiro na segunda metade da década de 1550 e quase vítima dos massacres do Dia de São Bartolomeu (24.08.1572), ponto alto das guerras de religião na França, compara a violência dos tupinambás com a dos católicos franceses que naquele dia fatídico trucidaram e, em alguns casos, devoraram seus compatriotas protestantes:
“E o que vimos na França (durante o São Bartolomeu)? Sou francês e pesa-me dizê-lo. O fígado e o coração e outras partes do corpo de alguns indivíduos não foram comidos por furiosos assassinos de que se horrorizam os infernos? Não é preciso ir à América, nem mesmo sair de nosso país, para ver coisas tão monstruosas”.
(Luís Felipe Alencastro. “Canibalismo deu pretexto para escravizar”.
Folha de S.Paulo, 12.10.1991. Adaptado.)
Os versos do Texto 1 tratam da destruição da fauna
e da flora em uma queimada e de tambores. Esse cenário nos lembra a situação da América antes da conquista
dos europeus. O continente era habitado por cerca de 50
milhões de pessoas, que possuíam diversos níveis culturais.
Assinale a alternativa que indica corretamente tal
diversidade entre os povos ameríndios e suas respectivas
regiões:
TEXTO 1
Queimada
À fúria da rubra língua
do fogo
na queimada
envolve e lambe
o campinzal
estiolado em focos
enos
sinal.
É um correr desesperado
de animais silvestres
o que vai, ali, pelo mundo
incendiado e fundo,
talvez,
como o canto da araponga
nos vãos da brisa!
Tambores na tempestade
[...]
E os tambores
e os tambores
e os tambores
soando na tempestade,
ao efêmero de sua eterna idade.
[...]
Onde?
Eu vos contemplo
à inércia do que me leva
ao movimento
de naufragar-me
eternamente
na secura de suas águas
mais à frente!
Ó tambores
ruflai
sacudi suas dores!
Eu
que não me sei
não me venho
por ser
busco apenas ser somenos
no viver,
nada mais que isso!
(VIEIRA, Delermando. Os tambores da tempestade. Goiânia: Poligráfica, 2010. p. 164, 544, 552.)
A colonização, apesar de toda violência e disrupção, não
excluiu processos de reconstrução e recriação cultural
conduzidos pelos povos indígenas. É um erro comum crer
que a história da conquista representa, para os índios, uma
sucessão linear de perdas em vidas, terras e distintividade
cultural. A cultura xinguana – que aparecerá para a nação
brasileira nos anos 1940 como símbolo de uma tradição
estática, original e intocada – é, ao inverso, o resultado de
uma história de contatos e mudanças, que tem início no
século X d.C. e continua até hoje.
Carlos Fausto. Os índios antes do Brasil.
Rio de Janeiro: Zahar, 2005.
Com base no trecho acima, é correto afirmar que
A colonização, apesar de toda violência e disrupção, não excluiu processos de reconstrução e recriação cultural conduzidos pelos povos indígenas. É um erro comum crer que a história da conquista representa, para os índios, uma sucessão linear de perdas em vidas, terras e distintividade cultural. A cultura xinguana – que aparecerá para a nação brasileira nos anos 1940 como símbolo de uma tradição estática, original e intocada – é, ao inverso, o resultado de uma história de contatos e mudanças, que tem início no século X d.C. e continua até hoje.
Carlos Fausto. Os índios antes do Brasil. Rio de Janeiro: Zahar, 2005.
Com base no trecho acima, é correto afirmar que
O índio era o único elemento então disponível para ajudar o colonizador como agricultor, pescador, guia, conhecedor da natureza tropical e, para tudo isso, deveria ser tratado como gente, ter reconhecidas sua inocência e alma na medida do possível. A discussão religiosa e jurídica em torno dos limites da liberdade dos índios se confundiu com uma disputa entre Jesuítas e colonos. Os padres se apresentavam como defensores da liberdade, enfrentando a cobiça desenfreada dos colonos.
CALDEIRA, J . A nação mercantilista. São Paulo: Editora 34, 1999 (adaptado).
Entre os séculos XVI e XVIII, os jesuítas buscaram a conversão dos indígenas ao catolicismo. Essa aproximação dos jesuítas em relação ao mundo indígena foi mediada pela
CALDEIRA, J . A nação mercantilista. São Paulo: Editora 34, 1999 (adaptado).
Entre os séculos XVI e XVIII, os jesuítas buscaram a conversão dos indígenas ao catolicismo. Essa aproximação dos jesuítas em relação ao mundo indígena foi mediada pela
As práticas político-estratégicas que se destacaram nos contatos entre os povos indígenas e os não-indígenas na Capitania de Goiás podem ser agrupadas em três perspectivas: uma civilizatória, uma eliminatória e uma autonomista
Adaptado de Cleube A. da Silva. Confrontando Mundos: os povos indígenas Akwen e a conquista de Goiás (1749-1851). Palmas: Nagô Editora, 2011, p. 77.
No que se refere à chamada perspectiva civilizatória na relação entre indígenas e não-indígenas no então território da Capitania de Goiás, é CORRETO afirmar que
No que se refere à chamada perspectiva civilizatória na relação entre indígenas e não-indígenas no então território da Capitania de Goiás, é CORRETO afirmar que
A história de São Paulo no século XVII se confunde com a história dos povos indígenas. Os índios não se limitaram ao papel de tábula rasa dos missionários ou vítimas passivas dos colonizadores. Foram participantes ativos e conscientes de uma história que foi pouco generosa com eles.
(Adaptado de John M. Monteiro, “Sangue Nativo”, em http://www.revistadehistoria.com.br/secao/capa/sangue-nativo. Acessado em 14/07/2013.)
Sobre a atuação dos indígenas no período colonial, pode-se afirmar que:
(Adaptado de John M. Monteiro, “Sangue Nativo”, em http://www.revistadehistoria.com.br/secao/capa/sangue-nativo. Acessado em 14/07/2013.)
Sobre a atuação dos indígenas no período colonial, pode-se afirmar que: