Leia o segmento abaixo, do escritor indígena
Ailton Krenak.
Os fatos e a história recente dos últimos 500 anos
têm indicado que o tempo desse encontro entre
as nossas culturas é um tempo que acontece e se
repete todo dia. Não houve um encontro entre as
culturas dos povos do Ocidente e a cultura do
continente americano numa data e num tempo
demarcado que pudéssemos chamar de 1500 ou
de 1800. Estamos convivendo com esse contato
desde sempre.
KRENAK, Ailton. O eterno retorno do encontro. In:
NOVAES, Adauto (org.). A outra margem do
Ocidente. São Paulo: Funarte, Companhia das
Letras, 1999. p. 25.
Considerando a história indígena no Brasil, a
principal ideia contida no segmento é
Leia o segmento abaixo, do escritor indígena Ailton Krenak.
Os fatos e a história recente dos últimos 500 anos têm indicado que o tempo desse encontro entre as nossas culturas é um tempo que acontece e se repete todo dia. Não houve um encontro entre as culturas dos povos do Ocidente e a cultura do continente americano numa data e num tempo demarcado que pudéssemos chamar de 1500 ou de 1800. Estamos convivendo com esse contato desde sempre.
KRENAK, Ailton. O eterno retorno do encontro. In: NOVAES, Adauto (org.). A outra margem do Ocidente. São Paulo: Funarte, Companhia das Letras, 1999. p. 25.
Considerando a história indígena no Brasil, a principal ideia contida no segmento é
estagnação social do continente sul-americano após a chegada dos europeus.
Gabarito comentado
Alternativa correta: E — continuidade histórica do contato cultural entre ocidentais e indígenas.
Tema central: o trecho de Ailton Krenak destaca que o encontro entre culturas não foi um evento isolado em 1500, mas um processo contínuo e repetido — um contato histórico permanente entre povos indígenas e ocidentais. Esse é um ponto central na História do Brasil e nas abordagens de história indígena contemporâneas.
Resumo teórico: a historiografia moderna desloca a leitura da “descoberta” para a ideia de contato contínuo. Em vez de tratar 1500 como início absoluto, entende-se que houve interações anteriores e que, após a chegada europeia, o convívio, a resistência, as trocas e as imposições culturais se deram de forma prolongada e cotidiana. Conceitos úteis: encontro/contato cultural, aculturação, resistência indígena e temporalidades diversas (cronologia europeia vs. temporalidades indígenas).
Fontes importantes: Krenak, A. (1999). O eterno retorno do encontro; Constituição Federal de 1988, arts. 231–232 (reconhecimento dos direitos indígenas) — que ajudam a contextualizar a persistência das populações e suas relações com o Estado e a sociedade.
Justificativa da alternativa E: o autor afirma que “esse contato… acontece e se repete todo dia” e que não houve um único momento demarcado. Essa formulação aponta diretamente para a continuidade histórica do contato cultural, isto é, para a ideia de um processo prolongado e reiterado — exatamente o conteúdo de E.
Análise das alternativas incorretas:
A — afirma negação da conquista em 1500. Errado: Krenak não nega que houve chegada europeia; ele problematiza tratá‑la como único marco temporal.
B — diz ausência de transformação social nas sociedades ameríndias. Errado: o trecho não trata da ausência de transformações, mas da continuidade do contato; mudanças e resistências são compatíveis com essa leitura.
C — fala em exclusão dos povos americanos da história ocidental. Errado: o autor contrapõe uma visão cronológica exclusiva (1500) e defende que o contato é parte constante da história, não a exclusão.
D — estagnação social do continente após a chegada europeia. Errado: nada no trecho defende estagnação; ao contrário, há ênfase em dinâmica contínua do encontro.
Dica de estratégia para concursos: ao interpretar trechos, sublinhe palavras-chave (aqui: “todo dia”, “não houve… numa data demarcada”) — elas mostram se o autor fala de um evento pontual ou de um processo contínuo.
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