A prática do canibalismo, presente entre alguns povos indígenas do Brasil, estava relacionada:
Gabarito comentado
Alternativa correta: D
Tema central: trata-se do canibalismo ritual praticado por alguns povos indígenas do Brasil e seu significado simbólico. Para concursos, é importante distinguir canibalismo por sobrevivência (fome) de práticas ritualizadas vinculadas a crenças sociais e cosmológicas.
Resumo teórico e contexto: entre grupos como os tupinambás, a antropofagia ritual ocorria sobretudo após a tomada de prisioneiros de guerra. Não era ato de mera alimentação: era um rito simbólico de apropriação das qualidades do vencido (coragem, força, prestígio) e uma forma de vingança e reequilíbrio social. Cronistas como Jean de Léry e estudos antropológicos (por exemplo, análises em Claude Lévi‑Strauss e sínteses de Darcy Ribeiro) tratam esse fenômeno como exocanibalismo ritual, distinto do endocanibalismo funerário e de práticas de subsistência.
Justificativa da alternativa D: a alternativa resume corretamente a função simbólica da prática: a ingestão do inimigo visava incorporar suas qualidades e marcar um ato político-ritual de dominação e reparação, conforme relatos etnográficos e cronistas do século XVI‑XVII.
Análise das incorretas:
A — festas de fertilidade: incorreto. Ritos de fertilidade envolvem outros símbolos; a antropofagia entre inimigos tem função guerreira/punitiva, não agrícola.
B — estiagem: incorreto. Canibalismo ritual não está vinculado a catástrofes climáticas nesse contexto; não é resposta a seca.
C — culto a deuses africanos: incorreto. Trata‑se de práticas indígenas pré‑coloniais; ligação com cultos africanos não se aplica à origem do ritual.
E — resistência ao português surgida no século XVI: incorreto. A prática antecede o contato europeu; embora colonização tenha alterado e registrado tais usos, não é invenção da resistência anticolonial.
Dica de prova: ao identificar termos como “apropriação de qualidades” ou “ritual de guerra”, associe imediatamente ao conceito de exocanibalismo e descarte explicações ligadas a fome, agricultura ou influências externas.
Fontes indicadas: Jean de Léry (relatos de viagens), Claude Lévi‑Strauss (Tristes Trópicos, discussões etnográficas) e sínteses de história indígena por Darcy Ribeiro.
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