Questõesde ENEM sobre Período Colonial: produção de riqueza e escravismo

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ENEM 2020 - História - Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, História do Brasil

Ao longo de uma evolução iniciada nos meados do século XIV, o tráfico lusitano se desenvolve na periferia da economia metropolitana e das trocas africanas. Em seguida, o negócio se apresenta como uma fonte de receita para a Coroa e responde à demanda escravista de outras regiões europeias. Por fim, os africanos são usados para consolidar a produção ultramarina.

ALENCASTRO, L. F. O trato dos viventes. São Paulo: Cia. das Letras, 2000 (adaptado).

A atividade econômica destacada no texto é um dos elementos do processo que levou o reino português a

A
utilizar o clero jesuíta para garantir a manutenção da emancipação indígena.
B
dinamizar o setor fabril para absorver os lucros dos investimentos senhoriais.
C
aceitar a tutela papal para reivindicar a exclusividade das rotas transoceânicas.
D
fortalecer os estabelecimentos bancários para financiar a expansão da exploração mineradora.
E
implementar a agromanufatura açucareira para viabilizar a continuidade da empreitada colonial.
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ENEM 2020 - História - Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, História do Brasil

A originalidade do Absolutismo português talvez esteja no fato de ter sido o regime político europeu que melhor sintetizou a ideia do patrimonialismo estatal: os recursos materiais da nação se confundindo com os bens pessoais do monarca.


LOPES, M. A. O Absolutismo: política e sociedade na Europa moderna.

São Paulo: Brasiliense, 1996 (adaptado).


Na colonização do Brasil, o patrimonialismo da Coroa portuguesa ficou evidente

A
nas capitanias hereditárias.
B
na catequização indígena.
C
no sistema de plantation.
D
nas reduções jesuítas.
E
no tráfico de escravos.
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ENEM 2020 - História - Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, História do Brasil

Uma sombra pairava sobre as tão esperadas descobertas auríferas: a multidão de aventureiros que se espalhara por serras e grotões mostrava-se criminosa e desobediente aos ditames da Coroa ou da Igreja. Carregavam consigo tantos escravos que o preço da mão de obra começara a aumentar na Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro. Ao fim de dez anos, a tensão entre paulistas e forasteiros, entre autoridades e mineradores, só fazia aumentar.

DEL PRIORE, M.; VENÂNCIO, R. Uma breve história do Brasil.
São Paulo: Planeta, 2010.

No contexto abordado, do início do século XVIII, a medida tomada pela Coroa lusitana visando garantir a ordem na região foi a

A
regulamentação da exploração do trabalho.
B
proibição da fixação de comerciantes.
C
fundação de núcleos de povoamento.
D
revogação da concessão de lavras.
E
criação das intendências das minas.
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ENEM 2020 - História - Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, História do Brasil

As pessoas do Rio de Janeiro se fazem transportar em cadeirinhas bem douradas sustentadas por negros. Esta cadeira é seguida por um ou dois negros domésticos, trajados de librés mas com os pés nus. Se é uma mulher que se transporta, ela tem frequentemente quatro ou cinco negras indumentadas com asseio; elas vão enfeitadas com muitos colares e brincos de ouro. Outras são levadas em uma rede. Os que querem andar a pé são acompanhados por um negro, que leva uma sombrinha ou guarda-chuva, como se queira chamar.


LARA, S. H. Fragmentos setecentistas. São Paulo: Cia. das Letras, 2007 (adaptado).


Essas práticas, relatadas pelo capelão de um navio que ancorou na cidade do Rio de Janeiro em dezembro de 1748, simbolizavam o seguinte aspecto da sociedade colonial:

A
A devoção de criados aos proprietários, como expressão da harmonia do elo patriarcal.
B
A utilização de escravos bem-vestidos em atividades degradantes, como marca da hierarquia social.
C
A mobilização de séquitos nos passeios, como evidência do medo da violência nos centros urbanos.
D
A inserção de cativos na prestação de serviços pessoais, como fase de transição para o trabalho livre.
E
A concessão de vestes opulentas aos agregados, como forma de amparo concedido pela elite senhorial.
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ENEM 2020 - História - História Geral, Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, Expansão Comercial a Marítima: a busca de novos mundos, História do Brasil

    Porque todos confessamos não se poder viver sem alguns escravos, que busquem a lenha e a água, e façam cada dia o pão que se come, e outros serviços que não são possíveis poderem-se fazer pelos irmãos Jesuítas, máxime sendo tão poucos, que seria necessário deixar as confissões e tudo mais. Parece-me que a Companhia de Jesus deve ter e adquirir escravos, justamente, por meios que as Constituições permitem, quando puder para nossos colégios e casas de meninos.

LEITE. S. Historia da Companhia de Jesus no Brasil. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 1938 (adaptado).

O texto explicita premissas da expansão ultramarina portuguesa ao buscar justificar a

A
propagação do ideário cristão.
B
valorização do trabalho braçal.
C
adoção do cativeiro na Colônia.
D
adesão ao ascetismo contemplativo.
E
alfabetização dos indígenas nas Missões.
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ENEM 2019 - História - Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, História do Brasil

A partir da segunda metade do século XVIII, o número de escravos recém-chegados cresce no Rio e se estabiliza na Bahia. Nenhum lugar servia tão bem à recepção de escravos quanto o Rio de Janeiro.

FRANÇA, R. O tamanho real da escravidão. O Globo, 5 abr. 2015 (adaptado).


Na matéria, o jornalista informa uma mudança na dinâmica do tráfico atlântico que está relacionada à seguinte atividade:

A
Coleta de drogas do sertão.
B
Extração de metais preciosos.
C
Adoção da pecuária extensiva.
D
Retirada de madeira do litoral.
E
Exploração da lavoura de tabaco.
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ENEM 2018 - História - Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, História do Brasil

Outra importante manifestação das crenças e tradições africanas na Colônia eram os objetos conhecidos como “bolsas de mandinga”. A insegurança tanto física como espiritual gerava uma necessidade generalizada de proteção: das catástrofes da natureza, das doenças, da má sorte, da violência dos núcleos urbanos, dos roubos, das brigas, dos malefícios de feiticeiros etc. Também para trazer sorte, dinheiro e até atrair mulheres, o costume era corrente nas primeiras décadas do século XVIII, envolvendo não apenas escravos, mas também homens brancos.

CALAINHO, D. B. Feitiços e feiticeiros. In: FIGUEIREDO, L. História do Brasil para ocupados. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013 (adaptado).


A prática histórico-cultural de matriz africana descrita no texto representava um(a)

A
expressão do valor das festividades da população pobre.
B
ferramenta para submeter os cativos ao trabalho forçado.
C
estratégia de subversão do poder da monarquia portuguesa.
D
elemento de conversão dos escravos ao catolicismo romano.
E
instrumento para minimizar o sentimento de desamparo social.
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ENEM 2018 - História - Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, História do Brasil

A rebelião luso-brasileira em Pernambuco começou a ser urdida em 1644 e explodiu em 13 de junho de 1645, dia de Santo Antônio. Uma das primeiras medidas de João Fernandes foi decretar nulas as dívidas que os rebeldes tinham com os holandeses. Houve grande adesão da “nobreza da terra”, entusiasmada com esta proclamação heroica.


VAINFAS, R. Guerra declarada e paz fingida na restauração portuguesa. Tempo, n. 27, 2009.


O desencadeamento dessa revolta na América portuguesa seiscentista foi o resultado do(a)

A
fraqueza bélica dos protestantes batavos.
B
comércio transatlântico da África ocidental.
C
auxílio financeiro dos negociantes flamengos.
D
diplomacia internacional dos Estados ibéricos.
E
interesse econômico dos senhores de engenho.
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ENEM 2010 - História - Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, História do Brasil

Dali avistamos homens que andavam pela praia, obra de sete ou oito. Eram pardos, todos nus. Nas mãos traziam arcos com suas setas. Não fazem o menor caso de encobrir ou de mostrar suas vergonhas; e nisso têm tanta inocência como em mostrar o rosto. Ambos traziam os beiços de baixo furados e metidos neles seus ossos brancos e verdadeiros. Os cabelos seus são corredios.

CAMINHA, P. V. Carta. RIBEIRO, D. et al. Viagem pela história do Brasil: documentos. São Paulo: Companhia das Letras, 1997 (adaptado).

O texto é parte da famosa Carta de Pero Vaz de Caminha, documento fundamental para a formação da identidade brasileira. Tratando da relação que, desde esse primeiro contato, se estabeleceu entre portugueses e indígenas, esse trecho da carta revela a

A
preocupação em garantir a integridade do colonizador diante da resistência dos índios à ocupação da terra.
B
postura etnocêntrica do europeu diante das características físicas e práticas culturais do indígena.
C
orientação da política da Coroa Portuguesa quanto à utilização dos nativos como mão de obra para colonizar a nova terra.
D
oposição de interesses entre portugueses e índios, que dificultava o trabalho catequético e exigia amplos recursos para a defesa da posse da nova terra.
E
abundância da terra descoberta, o que possibilitou a sua incorporação aos interesses mercantis portugueses, por meio da exploração econômica dos índios.
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ENEM 2010 - História - Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, História do Brasil

Chegança


Sou Pataxó,

Sou Xavante e Carriri,

Ianomâmi, sou Tupi

Guarani, sou Carajá.

Sou Pancaruru,

Carijó, Tupinajé,

Sou Potiguar, sou Caeté,

Ful-ni-ô, Tupinambá.


Eu atraquei num porto muito seguro,

Céu azul, paz e ar puro...

Botei as pernas pro ar.

Logo sonhei que estava no paraíso,

Onde nem era preciso dormir para sonhar.


Mas de repente me acordei com a surpresa:

Uma esquadra portuguesa veio na praia atracar.

Da grande-nau,

Um branco de barba escura,

Vestindo uma armadura me apontou pra me pegar.

E assustado dei um pulo da rede,

Pressenti a fome, a sede,

Eu pensei: "vão me acabar".

Levantei-me de Borduna já na mão.

Aí, senti no coração,

O Brasil vai começar.


NÓBREGA, A; e FREIRE, W. CD Pernambuco falando para o mundo, 1998.


A letra da canção apresenta um tema recorrente na história da colonização brasileira, as relações de poder entre portugueses e povos nativos, e representa uma crítica à ideia presente no chamado mito

A
da democracia racial, originado das relações cordiais estabelecidas entre portugueses e nativos no período anterior ao início da colonização brasileira.
B
da cordialidade brasileira, advinda da forma como os povos nativos se associaram economicamente aos portugueses, participando dos negócios coloniais açucareiros.
C
do brasileiro receptivo, oriundo da facilidade com que os nativos brasileiros aceitaram as regras impostas pelo colonizador, o que garantiu o sucesso da colonização.
D
da natural miscigenação, resultante da forma como a metrópole incentivou a união entre colonos, ex-escravas e nativas para acelerar o povoamento da colônia.
E
do encontro, que identifica a colonização portuguesa como pacífica em função das relações de troca estabelecidas nos primeiros contatos entre portugueses e nativos.
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ENEM 2010 - História - Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, História do Brasil

O alfaiate pardo João de Deus, que, na altura em que foi preso, não tinha mais do que 80 réis e oito filhos, declarava que “Todos os brasileiros se fizessem franceses, para viverem em igualdade e abundância".

MAXWELL, K. Condicionalismos da independência do Brasil. SILVA, M. N. (Org.) O império luso-brasileiro, 1750-1822. Lisboa: Estampa, 1986.

O texto faz referência à Conjuração Baiana. No contexto da crise do sistema colonial, esse movimento se diferenciou dos demais movimentos libertários ocorridos no Brasil por

A
defender a igualdade econômica, extinguindo a propriedade, conforme proposto nos movimentos liberais da França napoleônica.
B
introduzir no Brasil o pensamento e o ideário liberal que moveram os revolucionários ingleses na luta contra o absolutismo monárquico.
C
propor a instalação de um regime nos moldes da república dos Estados Unidos, sem alterar a ordem socioeconômica escravista e latifundiária.
D
apresentar um caráter elitista burguês, uma vez que sofrera influência direta da Revolução Francesa, propondo o sistema censitário de votação.
E
defender um governo democrático que garantisse a participação política das camadas populares, influenciado pelo ideário da Revolução Francesa.
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ENEM 2010 - História - Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, História do Brasil

Gregório de Matos definiu, no século XVII, o amor e a sensualidade carnal.

O Amor é finalmente um embaraço de pernas, união de barrigas, um breve tremor de artérias.
Uma confusão de bocas, uma batalha de veias, um rebuliço de ancas, quem diz outra coisa é besta.

VAINFAS, R. Brasil de todos os pecados. Revista de História. Ano1, no 1. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional, nov. 2003.

Vilhena descreveu ao seu amigo Filopono, no século XVIII, a sensualidade nas ruas de Salvador.

Causa essencial de muitas moléstias nesta cidade é a desordenada paixão sensual que atropela e relaxa o rigor da Justiça, as leis divinas, eclesiásticas, civis e criminais. Logo que anoutece, entulham as ruas libidinosos, vadios e ociosos de um e outro sexo. Vagam pelas ruas e, sem pejo, fazem gala da sua torpeza.

VILHENA, L.S. A Bahia no século XVIII. Coleção Baiana. v. 1. Salvador: Itapuã, 1969 (adaptado).

A sensualidade foi assunto recorrente no Brasil colonial. Opiniões se dividiam quando o tema afrontava diretamente os “bons costumes”. Nesse contexto, contribuía para explicar essas divergências

A
a existência de associações religiosas que defendiam a pureza sexual da população branca.
B
a associação da sensualidade às parcelas mais abastadas da sociedade.
C
o posicionamento liberal da sociedade oitocentista, que reivindicava mudanças de comportamento na sociedade.
D
a política pública higienista, que atrelava a sexualidade a grupos socialmente marginais.
E
a busca do controle do corpo por meio de discurso ambíguo que associava sexo, prazer, libertinagem e pecado.
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ENEM 2014 - História - Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, História do Brasil

Quando Deus confundiu as línguas na torre de Babel, ponderou Filo Hebreu que todos ficaram mudos e surdos, porque, ainda que todos falassem e todos ouvissem, nenhum entendia o outro. Na antiga Babel, houve setenta e duas línguas; na Babel do rio das Amazonas, já se conhecem mais de cento e cinquenta. E assim, quando lá chegamos, todos nós somos mudos e todos eles, surdos. Vede agora quanto estudo e quanto trabalho serão necessários para que esses mudos falem e esses surdos ouçam.

VIEIRA, A. Sermões pregados no Brasil. In: RODRIGUES, J. H. História viva. São Paulo: Global, 1985 (adaptado).

No decorrer da colonização portuguesa na América, as tentativas de resolução do problema apontado pelo padre Antônio Vieira resultaram na

A
ampliação da violência nas guerras intertribais.
B
desistência da evangelização dos povos nativos.
C
indiferença dos jesuítas em relação à diversidade de línguas americanas.
D
pressão da Metrópole pelo abandono da catequese nas regiões de difícil acesso.
E
sistematização das línguas nativas numa estrutura gramatical facilitadora da catequese.
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ENEM 2014 - História - Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, História do Brasil

TEXTO I


O príncipe D. João VI podia ter decidido ficar em Portugal. Nesse caso, o Brasil com certeza não existiria. A Colônia se fragmentaria, como se fragmentou a parte espanhola da América. Teríamos, em vez do Brasil de hoje, cinco ou seis países distintos. (José Murilo de Carvalho)


TEXTO II


Há no Brasil uma insistência em reforçar o lugar-comum segundo o qual foi D. João VI o responsável pela unidade do país. Isso não é verdade. A unidade do Brasil foi construída ao longo do tempo e é, antes de tudo, uma fabricação da Coroa. A ideia de que era preciso fortalecer um Império com os territórios de Portugal e Brasil começou já no século XVIII. (Evaldo Cabral de Mello)


1808 - O primeiro ano do resto de nossas vidas. Folha de S. Paulo, 25 nov. 2007(adaptado)


Em 2008, foi comemorado o bicentenário da chegada da família real portuguesa ao Brasil. Nos textos, dois importantes historiadores brasileiros se posicionam diante de um dos possíveis legados desse episódio para a história do país. O legado discutido e um argumento que sustenta a diferença do primeiro ponto de vista para o segundo estão associados, respectivamente, em:

A
Integridade territorial — Centralização da administração régia na Corte.
B
Desigualdade social — Concentração da propriedade fundiária no campo.
C
Homogeneidade intelectual — Difusão das idéias liberais nas universidades.
D
Uniformidade cultural — Manutenção da mentalidade escravista nas fazendas.
E
Continuidade espacial — Cooptação dos movimentos separatistas nas províncias.
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ENEM 2012 - História - Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, História do Brasil


O desenho retrata a fazenda de São Joaquim da Grama com a casa-grande, a senzala e outros edifícios representativos de uma estrutura arquitetônica característica do período escravocrata no Brasil. Esta organização do espaço representa uma

A
estratégia econômica e espacial para manter os escravos próximos do plantio.
B
tática preventiva para evitar roubos e agressões por escravos fugidos.
C
forma de organização social que fomentou o patriarcalismo e a miscigenação.
D
maneira de evitar o contato direto entre os escravos e seus senhores.
E
particularidade das fazendas de café das regiões Sul e Sudeste do país.
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ENEM 2012 - História - Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, História do Brasil

TEXTO I


Já existe, em nosso país, uma consciência nacional que vai introduzindo o elemento da dignidade humana em nossa legislação, e para qual a escravidão é uma verdadeira mancha. Essa consciência resulta da mistura de duas correntes diversas: o arrependimento dos descendentes de senhores e a afinidade de sofrimento dos herdeiros de escravos.

NABUCO, J. O abolicionismo. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 12 out. 2011 (adaptado).


TEXTO II


Joaquim Nabuco era bom de marketing. Como verdadeiro estrategista, soube trabalhar nos bastidores para impulsionar a campanha abolicionista, utilizando com maestria a imprensa de sua época. Criou repercussão internacional para a causa abolicionista, publicando em jornais estrangeiros lidos e respeitados pelas elites brasileiras. Com isso, a campanha ganhou vulto e a escravidão se tornou um constrangimento, uma vergonha nacional, caminhando assim para o seu fim.

COSTA e SILVA, P. Um abolicionista bom de m arketing. Disponível em: www.revistadehistoria.com.br. Acesso em: 27 jan. 2012 (adaptado).


Segundo Joaquim Nabuco, a solução do problema escravista no Brasil ocorreria como resultado da:

A
Evolução moral da sociedade.
B
Vontade política do Imperador.
C
Atuação isenta da Igreja Católica.
D
Ineficácia econômica do trabalho escravo.
E
Implantação nacional do movimento republicano.
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ENEM 2012 - História - Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, História do Brasil

Em teoria, as pessoas livres da Colônia foram enquadradas em uma hierarquia característica do Antigo Regime. A transferência desse modelo, de sociedade de privilégios, vigente em Portugal, teve pouco efeito prático no Brasil. Os títulos de nobreza eram ambicionados. Os fidalgos eram raros e muita gente comum tinha pretensões à nobreza.

FAUSTO, B. História do Brasil. São Paulo: Edusp; Fundação do Desenvolvimento da Educação, 1995 (adaptado).


Ao reelaborarem a lógica social vigente na metrópole, os sujeitos do mundo colonial construíram uma distinção que ordenava a vida cotidiana a partir da

A
concessão de títulos nobiliárquicos por parte da Igreja Católica.
B
afirmação de diferenças fundadas na posse de terras e de escravos.
C
imagem do Rei e de sua Corte como modelo a ser seguido.
D
miscigenação associada a profissões de elevada qualificação.
E
definição do trabalho como princípio ético da vida em sociedade.
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ENEM 2012 - História - Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, História do Brasil

Dos senhores dependem os lavradores que têm partidos arrendados em terras do mesmo engenho; e quanto os senhores são mais possantes e bem aparelhados de todo o necessário, afáveis e verdadeiros, tanto mais são procurados, ainda dos que não têm a cana cativa, ou por antiga obrigação, ou por preço que para isso receberam.

ANTONIL, J. A. Cultura e opulência do Brasil [1711]. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1967 (adaptado).


Segundo o texto, a produção açucareira no Brasil colonial era

A
baseada no arrendamento de terras para a obtenção da cana a ser moída nos engenhos centrais.
B
caracterizada pelo funcionamento da economia de livre mercado em relação à compra e venda de cana.
C
dependente de insumos importados da Europa nas frotas que chegavam aos portos em busca do açúcar.
D
marcada pela interdependência econômica entre os senhores de engenho e os lavradores de cana.
E
sustentada no trabalho escravo desempenhado pelos lavradores de cana em terras arrendadas.
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ENEM 2011 - História - Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, História do Brasil

O Brasil oferece grandes lucros aos portugueses. Em relação ao nosso país, verificar-se-á que esses lucros e vantagens são maiores para nós. Os açúcares do Brasil, enviados diretamente ao nosso país, custarão bem menos do que custam agora, pois que serão libertados dos impostos que sobre eles se cobram em Portugal, e, dessa forma, destruiremos seu comércio de açúcar. Os artigos europeus, tais como tecidos, pano etc., poderão, pela mesma razão, ser fornecidos por nós ao Brasil muito mais baratos; o mesmo se dá com a madeira e o fumo.

WALBEECK, J. Documentos Holandeses. Disponível em: http://www.mc.unicamp.br.


O texto foi escrito por um conselheiro político holandês no contexto das chamadas Invasões Holandesas (1624-1654), no Nordeste da América Portuguesa, que resultaram na ocupação militar da capitania de Pernambuco. O conflito se inicia em um período em que Portugal e suas colônias, entre elas o Brasil, se encontravam sob domínio da Espanha (1580-1640). A partir do texto, qual o objetivo dos holandeses com essa medida?

A
Construir uma rede de refino e distribuição do açúcar no Brasil, levando vantagens sobre os concorrentes portugueses.
B
Garantir o abastecimento de açúcar no mercado europeu e oriental, ampliando as áreas produtoras de cana fora dos domínios lusos.
C
Romper o embargo espanhol imposto aos holandeses depois da União Ibérica, ampliando os lucros obtidos com o comércio açucareiro.
D
Incentivar a diversificação da produção do Nordeste brasileiro, aumentando a inserção dos holandeses no mercado de produtos manufaturados.
E
Dominar uma região produtora de açúcar mais próxima da Europa do que as Antilhas Holandesas, facilitando o escoamento dessa produção.
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ENEM 2011 - História - Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, História do Brasil

Após as três primeiras décadas, marcadas pelo esforço de garantir a posse da nova terra, a colonização começou a tomar forma. A política da metrópole portuguesa consistirá no incentivo à empresa comercial com base em uns poucos produtos exportáveis em grande escala, assentada na grande propriedade. Essa diretriz deveria atender aos interesses de acumulação de riqueza na metrópole lusa, em mãos dos grandes comerciantes, da Coroa e de seus afilhados

FAUSTO, B. História Concisa do Brasil. São Paulo: EdUSP, 2002 (adaptado).


Para concretizar as aspirações expansionistas e mercantis estabelecidas pela Coroa Portuguesa para a América, a estratégia lusa se constituiu em

A
disseminar o modelo de colonização já utilizado com sucesso pela Grã-Bretanha nas suas treze colônias na América do Norte.
B
apostar na agricultura tropical em grandes propriedades e no domínio da Colônia pelo monopólio comercial e pelo povoamento.
C
intensificar a pecuária como a principal cultura capaz de forçar a penetração do homem branco no interior do continente.
D
acelerar a desocupação da terra e transferi-la para mãos familiarizadas ao trabalho agrícola de culturas tropicais.
E
desestimular a escravização do indígena e incentivar sua integração na sociedade colonial por meio da atividade comercial.