Tendo em vista a temática acerca da mão de obra escrava e da mão de obra branca livre e assalariada, marque a alternativa CORRETA.
Em 1850, no Segundo Império brasileiro, diversas medidas de caráter político e econômico buscaram a modernização do Brasil Imperial: extinguiu-se o tráfico negreiro e essa medida proibitiva da importação de escravos liberou capital para outras atividades de negócios no Brasil imperial: surgiram bancos e indústrias, bem como empresas de navegação. Promulgou-se, ainda, a Lei de Terras e foi aprovado o primeiro Código Comercial. Na esfera política, o Brasil Imperial conheceu a conciliação entre liberais e conservadores num ministério presidido pelo Marquês de Paraná.
Concomitantemente a todas essas transformações, apontava-se também para a extinção do uso de mão de obra escrava negra no Império brasileiro: o Brasil inicia sua grande imigração e busca de mão de obra europeia para trabalhar nas fazendas de café. Ao buscar mão de obra europeia livre e assalariada para a lavoura, o Brasil nega a si mesmo a possibilidade de transformar os escravos negros em trabalhadores livres assalariados.
Concomitantemente a todas essas transformações, apontava-se também para a extinção do uso de mão de obra escrava negra no Império brasileiro: o Brasil inicia sua grande imigração e busca de mão de obra europeia para trabalhar nas fazendas de café. Ao buscar mão de obra europeia livre e assalariada para a lavoura, o Brasil nega a si mesmo a possibilidade de transformar os escravos negros em trabalhadores livres assalariados.
Gabarito comentado
Alternativa correta: B
Tema central: transição do trabalho escravo para formas de trabalho livre no Segundo Império e as políticas que favoreceram a imigração europeia em detrimento da integração dos ex-escravizados. É preciso relacionar leis e práticas (Lei Eusébio de Queirós; Lei de Terras; Código Comercial) com mentalidades sociais e econômicas da elite agrária.
Resumo teórico: Em 1850 o Brasil proibiu o tráfico negreiro (Lei Eusébio de Queirós), adotou a Lei de Terras (Lei nº 601, de 18/09/1850) e buscou modernizar a economia. A elite cafeeira preferiu trabalhadores europeus assalariados, acreditando que imigrantes brancos seriam mais “aptos” e civilizados — ideia alimentada por teorias racistas europeias (por exemplo, Gobineau) que hierarquizavam “raças”. Essa postura impediu políticas efetivas de transformação do escravo em trabalhador assalariado e de acesso à terra por ex-escravos.
Justificativa da alternativa B (por que está correta): B combina duas constatações históricas: 1) os grandes fazendeiros resistiam a transformar o regime escravista em trabalho assalariado porque temiam perda de controle e custos; 2) chegaram ao Brasil correntes racistas europeias (Arthur de Gobineau, Henry Thomas Buckle e outros) que influenciaram elites, justificando a preferência por “branqueamento” via imigração. A Lei de Terras e as políticas migratórias reforçaram essa opção.
Por que as outras alternativas estão erradas:
A: Incorreta — supõe adaptação “rápida” dos escravos ao trabalho assalariado. Na prática faltavam direitos civis, acesso à terra e políticas de inserção; muitos ex-escravos não foram vistos como “mão de obra especializada” pelo mercado.
C: Incorreta — nega a mestiçagem e a preocupação com a europeização. Pelo contrário, a mestiçagem era comum e a elite defendia políticas de europeização/branqueamento.
D: Incorreta — a proibição do tráfico externo elevou escassez e, em muitos momentos, aumentou o preço dos escravos no mercado interno.
E: Incorreta — após 1850 cresceu o tráfico interprovincial: deslocamentos internos de escravos (do Nordeste para o Sudeste, por exemplo) aumentaram para suprir a demanda cafeeira.
Dica de interpretação: busque no enunciado pistas como “nega a si mesmo” e “busca de mão de obra europeia”: elas indicam conflito entre interesses econômicos e propostas de inclusão dos ex-escravos — e apontam para explicações ideológicas (racialistas) sustentadas pela elite.
Fontes essenciais: Lei Eusébio de Queirós (1850); Lei de Terras (Lei nº 601, 18/09/1850); estudos sobre imigração e racismo no Brasil imperial (p.ex. works on Gobineau’s influence).
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