Analise as afirmações a seguir e assinale a alternativa correta:

Nas quase duas décadas subsequentes à vitória na Guerra do Paraguai, a monarquia brasileira passou por processo de fortalecimento em que atingiu o auge do seu prestígio nacional e internacional.

Entre os inúmeros fatores que enfraqueceram a monarquia brasileira nas suas últimas décadas, podemos incluir o movimento abolicionista e as aspirações descentralizadoras das elites provinciais.

Dado o enorme prestígio de que desfrutava a monarquia brasileira, as ideias republicanas jamais tiveram importância no Brasil, nem mesmo às vésperas do dia 15 de novembro de 1889.

Na medida em que o Império conseguiu avanços modernizadores na economia, na administração e na política, ganhou apoio da sociedade e impediu o crescimento do movimento republicano no Brasil.

A solidez da monarquia brasileira decorria do apoio irrestrito dos cafeicultores paulistas, que não dependiam da mão de obra escrava.

Gabarito comentado

Vanessa CamposMonitor do Qconcursos

Resposta correta: B

Tema central: o declínio da monarquia brasileira no final do século XIX — compreender as causas políticas, sociais e econômicas que levaram à queda do Império em 1889 é essencial para questões de História do Brasil.

Resumo teórico: após a Guerra do Paraguai (1864–1870) o Império vivenciou tanto momentos de prestígio quanto crises internas. Fatores decisivos para o enfraquecimento: o movimento abolicionista (que rompeu a aliança entre monarquia e grandes proprietários escravistas), o crescimento do republicanismo entre militares e setores urbanos, e demandas por maior autonomia provincial (aspirações descentralizadoras) por parte de elites regionais. A promulgação da Lei Áurea (13 de maio de 1888) acelerou a perda de apoio dos cafeicultores escravistas e impôs um custo político ao aparelho monárquico (Fausto; José Murilo de Carvalho; Emília Viotti da Costa).

Justificativa da alternativa B: ela aponta corretamente dois fatores centrais do desgaste monárquico: o abolicionismo (que desarticulou alianças políticas e criou ressentimento entre proprietários de escravos) e as aspirações descentralizadoras das elites provinciais (que buscavam maior autonomia frente ao poder central). Ambos estão bem documentados na bibliografia clássica sobre o tema (Fausto; José Murilo de Carvalho; R.J. Barman).

Análise das alternativas incorretas:

A (errada) — exagera: o prestígio cresceu pontualmente após a Guerra do Paraguai, mas não se consolidou em duas décadas; houve crises políticas, econômicas e militares que minaram a monarquia.

C (errada) — afirma que as ideias republicanas jamais foram importantes; incorreto: o republicanismo ganhou força entre militares, intelectuais e setores urbanos e foi decisivo em 1889.

D (errada) — sustenta que modernizações garantiram apoio social e impediram o republicanismo; na prática, as transformações econômicas criaram novas tensões e setores que não garantiram sustentação incondicional ao regime.

E (errada) — afirma apoio irrestrito dos cafeicultores paulistas que “não dependiam da mão de obra escrava”; falso: os cafeicultores paulistas dependiam intensamente do trabalho escravo até a década de 1880; a abolição afetou profundamente seus interesses.

Dica de prova: identifique palavras absolutas (sempre, jamais, irrestrito) e verifique se a alternativa considera os múltiplos fatores (econômicos, militares, políticos, sociais). Busque simultaneamente evidências que expliquem causa e efeito — por exemplo, como a Lei Áurea repercutiu politicamente.

Fontes recomendadas: Boris Fausto, História do Brasil; José Murilo de Carvalho, A Formação das Almas; Emília Viotti da Costa, A Abolição; R.J. Barman, Citizen Emperor.

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