O texto, escrito por uma historiadora, aborda o papel da imprensa na passagem do
século XIX para o XX:
“O jornal O Estado de São Paulo pode ser visto como um dos protagonistas do
projeto modernizador de uma elite que achava possível efetivar a substituição do
mundo da superstição pelos valores racionais do nacionalismo. A palavra escrita
e, sobretudo, a impressa é um dos componentes da formação da comunidade
imaginada. É certo que não tínhamos uma comunidade formada majoritariamente
por leitores e nossa elite letrada, além de igualmente reduzida, era grandemente
tributária dos padrões europeus.” (Valéria Guimarães.Adaptado).
Segundo o ponto de vista da autora, naquele período histórico, a imprensa
Gabarito comentado
Tema central: Interpretação de Texto
A questão aborda a habilidade de interpretar o sentido global de um texto, considerando seus elementos de coesão (formas de ligação textual) e coerência (manutenção do sentido lógico). Aqui, é necessário ler atentamente e identificar a tese defendida pela autora sobre o papel da imprensa no início do século XX.
Justificativa da Alternativa Correta (D):
A alternativa D é a correta porque interpreta fielmente o texto ao afirmar que a imprensa refletia o desejo da elite de modernizar-se e era usada como elemento unificador de valores racionais. Isso está explícito no trecho: “projeto modernizador de uma elite... substituição do mundo da superstição pelos valores racionais do nacionalismo.” Pela norma padrão (Celso Cunha & Lindley Cintra), a leitura atenta permite captar o posicionamento da autora em relação à imprensa enquanto instrumento de modernização e racionalidade social.
Análise das Alternativas Incorretas:
- A) Incorreta. O texto não diz que o objetivo era promover letramento da maioria, e sim que a elite leitora era reduzida e tinha forte influência europeia.
- B) Incorreta. Não há menção à imprensa enfatizar comportamentos arcaicos ou superstição popular; pelo contrário, buscava-se afastar-se disso.
- C) Incorreta. O texto afirma que a elite, e não o conjunto da sociedade, era reduzida. Não havia “elites brasileiras majoritárias”.
- E) Incorreta. Não se faz referência à valorização do homem do campo ou elementos rurais, mas ao projeto urbano de modernidade da elite.
Dicas de Interpretação: Atenção às palavras-chave, evitando generalizações (“maioria da população”) e distinguindo foco do texto (o papel da elite e do jornal, não da população geral). Pegadinhas muitas vezes envolvem distorcer ou ampliar sentidos que não estão no texto — sempre procure respaldo explícito nas frases do autor.
Referências: Koch & Travaglia ("A Coerência Textual"), Celso Cunha & Lindley Cintra (“Nova Gramática do Português Contemporâneo”) ajudam a reforçar a importância da leitura lógica e articulada ao analisar significados nas provas.
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