Questão fe2b197d-e7
Prova:
Disciplina:
Assunto:
Assinale a opção que apresenta corretamente a análise crítica de Viagens na minha
terra, de Almeida Garrett:
Assinale a opção que apresenta corretamente a análise crítica de Viagens na minha
terra, de Almeida Garrett:
A
“Nesse mundo textual em que as personagens são reduzidas a tipos e em que a ironia se
exerce tão poderosamente no sentido de impedir a identificação sentimental, altera-se, em
relação ao paradigma romântico, a própria forma de leitura, centrando-se o interesse agora
no mundo paralelo dos sonhos da personagem, na evocação sensória dos vários ambientes
em que decorre a narrativa, na caracterização de personagens que, do ponto de vista da
intriga, tem pouca ou nenhuma importância actancial”. (Paulo Franchetti).
B
“A tensão essência/aparência transparece na narrativa através da utilização de um recurso
bastante comum no autor: a ironia. Por meio dela, afirmamos o contrário do que realmente
queremos dizer – o que indica que, quase sempre precisamos contar com o auxílio do contexto
para compreender um mecanismo irônico. O narrador utiliza-se da ironia para revelar verdades
subterrâneas, que a sociedade em que transita insiste em reprimir. Mas acaba revelando
mesmo sua relação hipócrita com essa sociedade”. (Fernando Marcílio Lopes Couto).
C
“Uma dessas regras, em plano que não o da moral, codificou que a narrativa folhetinesca,
em plena expansão por causa do surgimento dos jornais, devia ser entrecortada, carregada
de surpresas, de reviravoltas, de ganchos e de suspense como forma de escravizar ou
de – vá lá um verbo menos grosso e mais atual – fidelizar o leitor. Nesta perspectiva, iase avolumando, passo a passo, a complicação narrativa como recurso de saturação de
expectativas até que se precipitavam um desenlace, de preferência bombástico, e uma farta
distribuição de recompensas e de punições”. (Antonio Dimas).
D
“Convertida em fábula, a intriga do livro parece simplista. Todavia, reconduzida ao texto,
a estória apresenta-se antes como observação de paixões do que apenas como romance
sentimental. O texto investiga tanto a razão quanto os sentimentos, assim como a
sensibilidade, a sensação e os sentidos. A densidade artística do livro associa-se ainda à
engenhosa fragmentação do tempo narrativo”. (Ivan Teixeira).
E
“O que se vê, e se verá a seguir no romance, é o conflito entre o sujeito que sente pulsar em
si instintos e inclinações, dos mais nobres aos mais básicos, para imediatamente perceber
a constrição do mundo social e natural, que, segundo a voga do tempo, impunha-se ao
homem, imbatível”. (Pedro Meira Monteiro).