Em um Estado absolutista, o crime maior é o de infidelidade, é a inconfidência, o crime
de lesa-majestade. A vontade do soberano é um princípio que, por si, justifica as medidas
tomadas pelos agentes do Estado. Foi na França que o absolutismo atingiu o seu máximo
desenvolvimento na Idade Moderna. Luís XIV, apelidado de Rei Sol, foi o monarca que melhor
encarnou a figura de um rei absoluto.
Fonte: ANDERSON, Perry. Linhagens do Estado absolutista. São Paulo. Brasiliense, 1985. p. 18.
A respeito da forma de governo descrita no texto, é correto afirmar:
Gabarito comentado
Alternativa correta: E
Tema central: o texto trata do absolutismo — forma de governo moderna em que o poder se concentra na pessoa do monarca, baseado na ideia de soberania indivisível (ex.: pensamento de Jean Bodin).
Resumo teórico rápido e progressivo:
No absolutismo (séculos XVI–XVIII, destaque: França de Luís XIV) o rei concentra as funções essenciais do Estado: legislar, executar a administração central e aplicar a justiça/punição. O princípio da soberania real legitima medidas sem controle representativo permanente; a nobreza perde parte do poder militar/feudal e a burocracia real cresce. Fontes úteis: Perry Anderson, Linhagens do Estado Absolutista (1985); Jean Bodin, Six Books of the Commonwealth.
Justificativa da alternativa E:
A alternativa E afirma que o poder ficava centralizado nas mãos do rei, que tinha poder de legislar, administrar e punir — descrição que corresponde exatamente ao núcleo do absolutismo monárquico, especialmente no exemplo de Luís XIV (o Rei-Sol), citado pelo texto e estudado na bibliografia indicada.
Análise das alternativas incorretas:
A — Falsa. Eleições periódicas e revezamento no poder são características de regimes representativos/eleitorais, não do absolutismo, onde o cargo é vitalício/hereditário e não submetido a voto.
B — Falsa. Leis por voto direto e popular descrevem democracia participativa; no absolutismo as leis emergem do soberano e de sua administração, não de sufrágio popular.
C — Falsa. Relações rei–nobreza não eram meritocráticas sem privilégios: a nobreza gozava de privilégios de nascimento, embora muitos monarcas cooptassem ou criassem servos e burocratas por mérito para reduzir o poder feudal.
D — Falsa. A burguesia ganhou influência econômica e apoio ao Estado em alguns casos, mas não era o grupo social privilegiado por origem camponesa — além disso, burguesia não tem origem camponesa; trata-se de camada urbana ligada ao comércio e finanças.
Estrategias de prova:
Procure palavras-chave no enunciado (ex.: “vontade do soberano”, “lesa-majestade”, “Luís XIV”) que sinalizam absolutismo; elimine alternativas que descrevem democracia, eleições ou meritocracia plena. Relacione sempre o conceito histórico dominante ao caso exemplificado.
Fontes sugeridas: Perry Anderson, Linhagens do Estado Absolutista (1985); Jean Bodin, Six Books of the Commonwealth; William Doyle, The Old Regime and the French Revolution.
Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!





