Questão f9ce48d9-e7
Prova:CÁSPER LÍBERO 2016
Disciplina:Português
Assunto:Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

No início dos anos 90, em uma polêmica com a filósofa Marilena Chauí, que criticara o mito da objetividade na imprensa – resultado, segundo ela, de uma concepção positivista de ciência, que oculta o fato de que todo o conhecimento é representação e, como tal, intermediado pelo subjetivo –, Paulo Francis (jornalista) disparou, com sua franqueza habitual, na coluna Diário da Corte: “Se Marilena quer aprender sobre malandragem em imprensa, deve se concentrar em dois tópicos,: omissão e manipulação de ênfases. Mas duvido que isso sequer conste do currículo das nossas escolas de jornalismo” (O Estado de S. Paulo, 25/07/1993).

Fonte: MARSIGLIA, Ivan. Revista GGN. Luís Nassif Online. http://jornalggn.com.br/noticia/o-mito-da- -objetividade-na-imprensa-por-ivan-marsiglia | Publicado: 07/09/2016 | Acesso: 28/09/2016



A polêmica entre a filósofa Marilena Chauí e o jornalista Paulo Francis explicita que:

A
a subjetividade jornalística inexiste, pois na imprensa prepondera a imparcialidade.
B
a subjetividade do jornalismo se explicita pelo recurso da omissão e da ênfase.
C
o conhecimento é a expressão do real, portanto, a verdade é única e incontestável.
D
o jornalismo é isento de interpretação, já que foca dados objetivos da realidade.
E
a formação do jornalista prima pela concepção positivista de ciência e pelo pragmatismo.

Gabarito comentado

M
Mariana AlmeidaMonitor do Qconcursos

Gabarito: B

Tema central: Interpretação de texto, com enfoque nos conceitos de objetividade e subjetividade no jornalismo, além do reconhecimento de técnicas como omissão e manipulação de ênfases.

Justificativa da alternativa correta (B):

A alternativa B está correta porque, de acordo com o trecho apresentado, Paulo Francis ironiza o suposto "mito da objetividade" na imprensa e destaca precisamente duas técnicas subjetivas: omissão (deixar informações relevantes de fora) e manipulação de ênfases (enfatizar ou diminuir aspectos conforme o interesse). Ambas são formas clássicas de inserir subjetividade em práticas jornalísticas, como reconhece a literatura da área e aponta a filósofa Marilena Chauí citada no texto.

Regra de interpretação: O aluno deve ler atentamente e buscar quais conceitos do texto estão diretamente recuperados pelas alternativas. Nesse caso, as palavras-chave “omissão” e “manipulação de ênfases” tornam-se fundamentais para reconhecer a resposta, evidenciando a manifestação da subjetividade no jornalismo.

Análise das alternativas incorretas:

A) Errada – Afirma que “a subjetividade jornalística inexiste”, o que é desmentido tanto pelo texto quanto por toda discussão acadêmica sobre o tema. O próprio Paulo Francis sugere a existência de subjetividade ao citar técnicas subjetivas.

C) Errada – “Verdade única” é ideia incompatível com o texto, que discute justamente a multiplicidade de representações e a presença das interpretações (subjetividade).

D) Errada – Sustenta que jornalismo é isento de interpretação. Isso é refutado pela fala de Francis e por qualquer análise crítica sobre o papel do jornalista na escolha e tratamento da informação.

E) Errada – Cita a formação positivista do jornalista, mas não aborda o aspecto central da subjetividade, nem se relaciona diretamente com as técnicas destacadas na polêmica.

Estratégias de resolução e dicas:

Dica: Procure sempre identificar no texto termos recorrentes nas alternativas, evitando escolhas que ampliem excessivamente (“verdade única”) ou neguem aspectos claros do enunciado (“inexistência de subjetividade”). Atenção às palavras que marcam oposição, exclusão ou excesso!

Celso Cunha & Lindley Cintra lembram: “A interpretação correta exige que o leitor relacione, sem distorção, as ideias do texto com o que pede a questão.”

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