Questão f9bf1306-6b
Prova:ENEM 2020
Disciplina:Português
Assunto:Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto
O gramático tem uma percepção muito estrita da língua. Ele se vê como alguém que tem
de defender a língua da mudança. O problema é que eles, ao se esforçarem para que as
pessoas obedeçam às normas da língua, não viram que estavam dando um cala-boca no
cidadão brasileiro. Como se dissessem: “Tem de falar e escrever de acordo com as regras.
Não fale errado!”. E as pessoas, com medo de não conseguir, falam e escrevem pouco. O dono
da língua é o falante, não o gramático. Aprendemos com o falante a língua como ele fala e
procuramos saber por que está falando de um jeito ou de outro. Dizer que está falando errado
não é uma atitude científica, de descoberta. A linguística substituiu o cala-boca ao prazer da
descoberta científica. Foi só com a linguística que se ampliou o olhar e se passou a considerar
que qualquer assunto é digno de estudo.
Entrevista de Ataliba de Castilho. Pesquisa Fapesp, n. 259, set. 2017 (adaptado).
Com base na tese defendida na conclusão do texto, infere-se a intenção do autor de
O gramático tem uma percepção muito estrita da língua. Ele se vê como alguém que tem
de defender a língua da mudança. O problema é que eles, ao se esforçarem para que as
pessoas obedeçam às normas da língua, não viram que estavam dando um cala-boca no
cidadão brasileiro. Como se dissessem: “Tem de falar e escrever de acordo com as regras.
Não fale errado!”. E as pessoas, com medo de não conseguir, falam e escrevem pouco. O dono
da língua é o falante, não o gramático. Aprendemos com o falante a língua como ele fala e
procuramos saber por que está falando de um jeito ou de outro. Dizer que está falando errado
não é uma atitude científica, de descoberta. A linguística substituiu o cala-boca ao prazer da
descoberta científica. Foi só com a linguística que se ampliou o olhar e se passou a considerar
que qualquer assunto é digno de estudo.
Entrevista de Ataliba de Castilho. Pesquisa Fapesp, n. 259, set. 2017 (adaptado).
Com base na tese defendida na conclusão do texto, infere-se a intenção do autor de
A
atribuir à gramática os desvios do português brasileiro.
B
defender uma atitude política diante das regras da língua.
C
contrapor o trabalho do linguista às prescrições gramaticais.
D
contribuir para reverter a escassez de produções textuais no país.
E
isentar o falante da responsabilidade de seguir as normas linguísticas.
Gabarito comentado

Ana MachadoMestranda em Letras e Ciências Humanas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Especialista em Literatura Brasileira pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Formada em Letras - Português/Literaturas pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Professora de Língua Portuguesa, Redação e Literaturas.