Questão f9873553-b6
Prova:
Disciplina:
Assunto:
A metáfora transfigura o sentido das palavras
expandindo a possibilidade de associações
entre signos diferentes. Nos versos “e sabe-se
lá quantos/outros/braços do polvo a nos sugar a
vida/e a bolsa”, o poeta estruturou seu
pensamento metaforicamente para:
A metáfora transfigura o sentido das palavras
expandindo a possibilidade de associações
entre signos diferentes. Nos versos “e sabe-se
lá quantos/outros/braços do polvo a nos sugar a
vida/e a bolsa”, o poeta estruturou seu
pensamento metaforicamente para:
Texto 2 Homem ComumSou um homem comumde carne e de memóriade osso e esquecimentoe a vida sopra dentro de mimpânicafeito a chama de um maçaricoe podesubitamentecessar.
Sou como vocêfeito de coisas lembradase esquecidasrostos emãos, o guarda-sol vermelho ao meio-diaem Pastos-Bonsdefuntas alegrias flores passarinhosfacho de tarde luminosanomes que já nem seibandejas bandeiras bananeirastudomisturadoessa lenha perfumadaque se acendee me faz caminharSou um homem comumbrasileiro, maior, casado, reservista,e não vejo na vida, amigo,
nenhum sentido, senão
lutarmos juntos por um mundo melhor.
Poeta fui de rápido destino.
Mas a poesia é rara e não comove
nem move o pau-de-arara.
Quero, por isso, falar com você,
de homem para homem,
apoiar-me em você
oferecer-lhe o meu braço
que o tempo é pouco
e o latifúndio está aí, matando.
Que o tempo é pouco
e aí estão o Chase Bank,
a IT & T, a Bond and Share,
a Wilson, a Hanna, a Anderson Clayton,
e sabe-se lá quantos outros
braços do polvo a nos sugar a vida
e a bolsa
Homem comum, igual
a você,
cruzo a Avenida sob a pressão do imperialismo.
A sombra do latifúndio
mancha a paisagem
turva as águas do mar
e a infância nos volta
à boca, amarga,
suja de lama e de fome.
Mas somos muitos milhões de homens
comuns
e podemos formar uma muralha
com nossos corpos de sonho e margaridas.
Gullar, F. Dentro da noite veloz. Civilização Brasileira, 1975; 3ª ed.,
José Olympio, 1998. In: Toda poesia. José Olympio, 12ª ed., 2002.
Texto 2
Homem Comum
Sou um homem comum
de carne e de memória
de osso e esquecimento
e a vida sopra dentro de mim
pânica
feito a chama de um maçarico
e pode
subitamente
cessar.
Sou como você
feito de coisas lembradas
e esquecidas
rostos e
mãos, o guarda-sol vermelho ao meio-dia
em Pastos-Bons
defuntas alegrias flores passarinhos
facho de tarde luminosa
nomes que já nem sei
bandejas bandeiras bananeiras
tudo
misturado
essa lenha perfumada
que se acende
e me faz caminhar
Sou um homem comum
brasileiro, maior, casado, reservista,
e não vejo na vida, amigo,
nenhum sentido, senão
lutarmos juntos por um mundo melhor.
Poeta fui de rápido destino.
Mas a poesia é rara e não comove
nem move o pau-de-arara.
Quero, por isso, falar com você,
de homem para homem,
apoiar-me em você
oferecer-lhe o meu braço
que o tempo é pouco
e o latifúndio está aí, matando.
Que o tempo é pouco
e aí estão o Chase Bank,
a IT & T, a Bond and Share,
a Wilson, a Hanna, a Anderson Clayton,
e sabe-se lá quantos outros
braços do polvo a nos sugar a vida
e a bolsa
Homem comum, igual
a você,
cruzo a Avenida sob a pressão do imperialismo.
A sombra do latifúndio
mancha a paisagem
turva as águas do mar
e a infância nos volta
à boca, amarga,
suja de lama e de fome.
Mas somos muitos milhões de homens
comuns
e podemos formar uma muralha
com nossos corpos de sonho e margaridas.
Gullar, F. Dentro da noite veloz. Civilização Brasileira, 1975; 3ª ed.,
José Olympio, 1998. In: Toda poesia. José Olympio, 12ª ed., 2002.
A
Minimizar o alcance de organizações
econômicas nas representações dos anseios
da sociedade.
B
Realçar a antítese que há entre as empresas
citadas e o domínio econômico imposto pelo
imperialismo.
C
Expandir e intensificar as experiências
vividas pelo homem comum nas múltiplas
realidades sociais.
D
Destacar a importância da união dos homens
comuns como braços de um mesmo projeto
social.
E
Associar o imperialismo a um polvo
aprisionando povos e países pelo domínio
econômico.