Questão f938bc15-f9
Prova:UPE 2017
Disciplina:Filosofia
Assunto:Lógica: Nascimento e seus Elementos, Conceitos Filosóficos

Na temática da Lógica, leia o texto a seguir sobre os tipos de inferência:


A dedução e a indução são conhecidas com o nome de inferência, isto é, concluir alguma coisa a partir de outra já conhecida. Sobre a indução e a dedução, entende-se como inferências mediatas.

(CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 1996, p. 68.) Adaptado.


A autora acima enfatiza a singularidade dos tipos de inferência no âmbito da razão discursiva. Sobre isso, observe a seguinte inferência:


Sócrates é homem e mortal

Platão é homem e mortal

Aristóteles é homem e mortal

Logo, todos os homens são mortais.


A inferência expressa o raciocínio

A

dedutivo.

B
dialético.
C
disjuntivo.
D
indutivo.
E
conjuntivo.

Gabarito comentado

M
Manuela Cardoso Monitor do Qconcursos

Alternativa correta: D — indutivo

Tema central: tipos de inferência lógica — em especial a distinção entre indução e dedução. Essa distinção é recorrente em questões de filosofia e lógica nos concursos, porque exige reconhecer a direção do raciocínio (particular → geral ou geral → particular) e saber as consequências epistemológicas (ampliatividade vs. garantia da verdade).

Resumo teórico: Indução: inferência ampliativa que generaliza a partir de casos particulares para uma conclusão geral (ex.: observações de vários homens mortais → “todos os homens são mortais”). Não garante a verdade da conclusão; é probabilística e suscetível ao erro (generalização precipitada). Dedução: inferência não-ampliativa que parte de regras gerais para casos particulares; se válida e verdadeiras as premissas, a conclusão é garantida (ex.: “Todos os homens são mortais” + “Sócrates é homem” → “Sócrates é mortal”).

Justificativa da alternativa D: A inferência proposta parte de exemplos particulares (Sócrates, Platão, Aristóteles — cada um homem e mortal) e conclui uma afirmação universal (“todos os homens são mortais”). Esse movimento de particular para geral é característico da indução. A própria referência da questão (Chauí) trata indução e dedução como inferências mediatas com essa distinção.

Análise das alternativas incorretas:

A — Dedutivo: incorreto porque dedução vai do geral ao particular e preserva a verdade se válida — não é o caso aqui.

B — Dialético: dialética refere-se a método de argumentação, confronto de teses e contrateses (Socrático/hegeliano), não ao tipo de inferência lógico-formal indicado.

C — Disjuntivo: refere-se a operações envolvendo “ou” (disjunção) e inferências específicas (eliminação da disjunção), não ao processo de generalização mostrado.

E — Conjuntivo: “conjuntivo” só indica uso de conjunção (e/AND) para ligar premissas; não nomeia o tipo de raciocínio que generaliza de casos para uma lei geral.

Estratégia prática para provas: procure palavras que indiquem a direção do raciocínio — se a conclusão é uma generalização a partir de exemplos, trata-se de indução; se a conclusão aplica uma regra geral a um caso particular, é dedução. Cuidado com generalizações a partir de amostras pequenas (pegadinha: "hasty generalization").

Fonte recomendada: Marilena Chauí, Convite à Filosofia (uso conceitual citado no enunciado); ver também discussões clássicas sobre indução em Aristóteles (epagógica) e em epistemologia contemporânea.

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