Questão f7be8638-fc
Prova:FUVEST 2019
Disciplina:Português
Assunto:Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Considerando que se trata de um texto literário, uma interpretação que seja capaz de captar a sua complexidade abordará o poema como

Uma planta é perturbada na sua sesta* pelo exército que a pisa.

Mas mais frágil fica a bota.

Gonçalo M. Tavares, 1: poemas.


*sesta: repouso após o almoço.

A
uma defesa da natureza.
B
um ataque às forças armadas.
C
uma defesa dos direitos humanos.
D
uma defesa da resistência civil.
E
um ataque à passividade.

Gabarito comentado

G
Guilherme Rodrigues, Mentor QconcursosMonitor do Qconcursos

Comentário – Interpretação de Texto Literário

Esta questão aborda a interpretação de texto literário, mais especificamente a compreensão de metáforas e sentidos implícitos. Segundo a norma-padrão e gramáticas de referência, como Celso Cunha & Lindley Cintra, interpretar um texto literário envolve muito além da leitura literal: é preciso captar a relação entre palavras, símbolos e suas funções semânticas no contexto.

O poema apresenta dois elementos metafóricos: "a planta" e "a bota do exército". A planta, símbolo de fragilidade e resistência pacífica, é perturbada pela força opressora (exército). Entretanto, o verso “Mas mais frágil fica a bota” inverte a expectativa: sugere que a tentativa de opressão enfraquece o opressor.

Alternativa correta: D) uma defesa da resistência civil.
Esta é a interpretação que capta a complexidade do texto. O poema mostra que, mesmo diante da força, a resistência aparentemente frágil (a planta) debilita o opressor (a bota). Assim, a figura utilizada remete à ideia de resistência não violenta, conceito amplamente abordado na literatura, conforme destacado por autores como Bechara e Koch & Elias.

Análise das alternativas incorretas:

  • A) uma defesa da natureza. — Há referência à “planta”, mas o objetivo do texto não é a defesa ambiental, e sim o uso simbólico dessa imagem.
  • B) um ataque às forças armadas. — O poema não critica instituições militares, mas reflete sobre relações de poder e resistência.
  • C) uma defesa dos direitos humanos. — O tema é tangencial, pois a planta representa mais propriamente resistência pacífica, e não direitos humanos de modo explícito.
  • E) um ataque à passividade. — O poema valoriza a resistência, mas não condena explicitamente a passividade.

Dica: Ao interpretar textos literários em concursos, sempre busque pelas figuras de linguagem e por sentidos simbólicos. Atenção a palavras que sugerem contraste (como “mas”) e a relações implícitas de causa e efeito.

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