Considerando que se trata de um texto literário, uma
interpretação que seja capaz de captar a sua complexidade
abordará o poema como
Considerando que se trata de um texto literário, uma interpretação que seja capaz de captar a sua complexidade abordará o poema como
Uma planta é perturbada na sua sesta* pelo exército que a
pisa.
Mas mais frágil fica a bota.
Gonçalo M. Tavares, 1: poemas.
*sesta: repouso após o almoço.
Uma planta é perturbada na sua sesta* pelo exército que a pisa.
Mas mais frágil fica a bota.
Gonçalo M. Tavares, 1: poemas.
*sesta: repouso após o almoço.
Gabarito comentado
Comentário – Interpretação de Texto Literário
Esta questão aborda a interpretação de texto literário, mais especificamente a compreensão de metáforas e sentidos implícitos. Segundo a norma-padrão e gramáticas de referência, como Celso Cunha & Lindley Cintra, interpretar um texto literário envolve muito além da leitura literal: é preciso captar a relação entre palavras, símbolos e suas funções semânticas no contexto.
O poema apresenta dois elementos metafóricos: "a planta" e "a bota do exército". A planta, símbolo de fragilidade e resistência pacífica, é perturbada pela força opressora (exército). Entretanto, o verso “Mas mais frágil fica a bota” inverte a expectativa: sugere que a tentativa de opressão enfraquece o opressor.
Alternativa correta: D) uma defesa da resistência civil.
Esta é a interpretação que capta a complexidade do texto. O poema mostra que, mesmo diante da força, a resistência aparentemente frágil (a planta) debilita o opressor (a bota). Assim, a figura utilizada remete à ideia de resistência não violenta, conceito amplamente abordado na literatura, conforme destacado por autores como Bechara e Koch & Elias.
Análise das alternativas incorretas:
- A) uma defesa da natureza. — Há referência à “planta”, mas o objetivo do texto não é a defesa ambiental, e sim o uso simbólico dessa imagem.
- B) um ataque às forças armadas. — O poema não critica instituições militares, mas reflete sobre relações de poder e resistência.
- C) uma defesa dos direitos humanos. — O tema é tangencial, pois a planta representa mais propriamente resistência pacífica, e não direitos humanos de modo explícito.
- E) um ataque à passividade. — O poema valoriza a resistência, mas não condena explicitamente a passividade.
Dica: Ao interpretar textos literários em concursos, sempre busque pelas figuras de linguagem e por sentidos simbólicos. Atenção a palavras que sugerem contraste (como “mas”) e a relações implícitas de causa e efeito.
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