Questão f7a48d8f-a6
Prova:UEMG 2018
Disciplina:História
Assunto:História do Brasil, Brasil Monárquico – Segundo Reinado 1831- 1889

Assinale a alternativa INCORRETA sobre o abolicionismo no Brasil.

A
Joaquim Nabuco foi uma voz contrária à escravidão, em sua principal obra, O Abolicionismo (1883), considerada a melhor peça escrita contra a escravidão no Brasil, assumiu a defesa da abolição incondicional do cativeiro, e sua argumentação se engendrou na luta política vivenciada entre 1882 e 1883, incentivada por discordâncias internas ao Partido Liberal.
B
Em 1711, foi publicado o livro Cultura e Opulência do Brasil, de André João Antonil. Essa obra é considerada o maior tratado abolicionista do Brasil.
C
Maria Firmina dos Reis, maranhense negra e filha ilegítima, enfrentou a barreira dos preconceitos e publicou, em 1859, o romance Úrsula, considerado o primeiro romance abolicionista do Brasil e um dos primeiros escritos produzidos por uma mulher brasileira.
D
O abolicionista Ignácio Araújo Lima lançou em São Paulo, em 1889, o jornal A Pátria, publicação feita por e para “homens de cor”.

Gabarito comentado

A
Anderson MaiaMonitor do Qconcursos

Alternativa correta (INCORRETA): B

Tema central: Abolicionismo no Brasil (século XIX). A pergunta exige identificar a afirmação falsa sobre autores, obras e iniciativas abolicionistas — portanto é essencial ligar nomes, obras e datas ao contexto histórico do movimento abolicionista.

Resumo teórico rápido: O abolicionismo brasileiro ganhou força sobretudo no século XIX, com intelectuais, jornalistas e ativistas que defenderam a emancipação imediata ou gradual dos escravizados. Obras literárias e textos políticos (ex.: Joaquim Nabuco, José do Patrocínio, Maria Firmina dos Reis) foram fundamentais para a construção do discurso abolicionista. Fontes anteriores ao século XIX, em geral, não são parte do corpus abolicionista brasileiro.

Por que a alternativa B é INCORRETA?

A afirmação diz que André João Antonil (Cultura e Opulência do Brasil, 1711) seria "o maior tratado abolicionista do Brasil". Isso é falso: a obra de Antonil é um tratado sobre economia colonial e produção, escrito no início do século XVIII, e não um manifesto abolicionista. O abolicionismo organizado e sua literatura surgem principalmente no século XIX; portanto, relacionar Antonil (1711) como paradigma abolicionista é anacrônico e incorreto.

Análise das demais alternativas (por que são corretas):

A) Joaquim Nabuco publicou O Abolicionismo (1883) e defendeu a abolição incondicional por meios políticos e morais — proposição correta e bem documentada.

C) Maria Firmina dos Reis, maranhense, publicou Úrsula em 1859; o romance é considerado um dos primeiros textos abolicionistas e um dos primeiros romances escritos por uma mulher brasileira — afirmação correta.

D) Ignácio Araújo Lima e o jornal A Pátria (1889) são mencionados na historiografia como iniciativas de imprensa dirigidas a e por pessoas negras; a alternativa está dentro do contexto real do ativismo jornalístico do fim do século XIX.

Estratégia para resolver questões assim: verifique datas e enquadramento cronológico (abolição organizada = século XIX), conheça obras‑chave (Nabuco, Maria Firmina) e desconfie de afirmações que atribuem a um autor do século XVIII um papel típico do século XIX.

Fontes rápidas: Joaquim Nabuco, O Abolicionismo (1883); Maria Firmina dos Reis, Úrsula (1859); André João Antonil, Cultura e Opulência do Brasil (1711) — para contexto historiográfico sobre abolicionismo, ver também obras de Emilia Viotti da Costa e Sílvio Romero.

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