Questão f76bf17a-bb
Prova:UNB 2023
Disciplina:Literatura
Assunto:Teoria Literária
A respeito das diferenças e semelhanças entre os textos dos poetas mineiros Cláudio Manuel da Costa e Carlos Drummond de Andrade, julgue o item a seguir.
As expressões “álamo copado”; “ninfa cantar”; “pastar o
gado”, no SONETO II, bem como a proposta de assimilar
“finas culturas”, abrir “dancings” e subvencionar “as elites”,
em HINO NACIONAL, são índices poéticos que
caracterizam a relação de dependência do país, no período
colonial, com a metrópole e, no período de modernização do
país no século XX, com o mercado internacional.
A respeito das diferenças e semelhanças entre os textos dos poetas mineiros Cláudio Manuel da Costa e Carlos Drummond de Andrade, julgue o item a seguir.
As expressões “álamo copado”; “ninfa cantar”; “pastar o
gado”, no SONETO II, bem como a proposta de assimilar
“finas culturas”, abrir “dancings” e subvencionar “as elites”,
em HINO NACIONAL, são índices poéticos que
caracterizam a relação de dependência do país, no período
colonial, com a metrópole e, no período de modernização do
país no século XX, com o mercado internacional.
SONETO II
Leia a posteridade, ó pátrio Rio, Em meus versos teu nome celebrado; Por que vejas uma hora despertado O sono vil do esquecimento frio:
Não vês nas tuas margens o sombrio, Fresco assento de um álamo copado; Não vês ninfa cantar, pastar o gado Na tarde clara do calmoso estio.
Turvo banhando as pálidas areias Nas porções do riquíssimo tesouro O vasto campo da ambição recreias.
Que de seus raios o planeta louro Enriquecendo o influxo em tuas veias, Quanto em chamas fecunda, brota em ouro.
Cláudio Manuel da Costa. SONETO II. In: Obras poéticas.
Rio de Janeiro: Garnier, 1903, pp. 104 e 105.
HINO NACIONAL
Precisamos descobrir o Brasil!
Escondido atrás das florestas,
Com água dos rios no meio,
O Brasil está dormindo, coitado
Precisamos colonizar o Brasil.
O que faremos importando francesas
muito louras, de pele macia,
alemãs gordas, russas nostálgicas para
garçonetes dos restaurantes noturnos.
E virão sírias fidelíssimas.
Não convém desprezar as japonesas...
Precisamos educar o Brasil.
Compraremos professores e livros,
assimilaremos finas culturas,
abriremos dancings e subvencionaremos as elites.
Cada brasileiro terá sua casa
com fogão e aquecedor elétricos, piscina,
salão para conferências científicas.
E cuidaremos do Estado Técnico.
Precisamos louvar o Brasil.
Não é só um país sem igual.
Nossas revoluções são bem maiores
do que quaisquer outras; nossos erros também.
E nossas virtudes? A terra das sublimes paixões...
os Amazonas inenarráveis... os incríveis João-Pessoas...
Precisamos adorar o Brasil!
Se bem que seja difícil compreender o que querem esses
homens,
por que motivo eles se ajuntaram e qual a razão
de seus sofrimentos.
Precisamos, precisamos esquecer o Brasil!
Tão majestoso, tão sem limites, tão despropositado,
ele quer repousar de nossos terríveis carinhos.
O Brasil não nos quer! Está farto de nós!
Nosso Brasil é no outro mundo. Este não é o Brasil.
Nenhum Brasil existe. E acaso existirão os brasileiros?
Carlos Drummond de Andrade. HINO NACIONAL.
In: Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1983, pp. 108 e 109.
SONETO II
Leia a posteridade, ó pátrio Rio,
Em meus versos teu nome celebrado;
Por que vejas uma hora despertado
O sono vil do esquecimento frio:
Não vês nas tuas margens o sombrio,
Fresco assento de um álamo copado;
Não vês ninfa cantar, pastar o gado
Na tarde clara do calmoso estio.
Turvo banhando as pálidas areias
Nas porções do riquíssimo tesouro
O vasto campo da ambição recreias.
Que de seus raios o planeta louro
Enriquecendo o influxo em tuas veias,
Quanto em chamas fecunda, brota em ouro.
Cláudio Manuel da Costa. SONETO II. In: Obras poéticas.
Rio de Janeiro: Garnier, 1903, pp. 104 e 105.
HINO NACIONAL
Precisamos descobrir o Brasil!
Escondido atrás das florestas,
Com água dos rios no meio,
O Brasil está dormindo, coitado
Precisamos colonizar o Brasil.
O que faremos importando francesas
muito louras, de pele macia,
alemãs gordas, russas nostálgicas para
garçonetes dos restaurantes noturnos.
E virão sírias fidelíssimas.
Não convém desprezar as japonesas...
Precisamos educar o Brasil.
Compraremos professores e livros,
assimilaremos finas culturas,
abriremos dancings e subvencionaremos as elites.
Cada brasileiro terá sua casa
com fogão e aquecedor elétricos, piscina,
salão para conferências científicas.
E cuidaremos do Estado Técnico.
Precisamos louvar o Brasil.
Não é só um país sem igual.
Nossas revoluções são bem maiores
do que quaisquer outras; nossos erros também.
E nossas virtudes? A terra das sublimes paixões...
os Amazonas inenarráveis... os incríveis João-Pessoas...
Precisamos adorar o Brasil!
Se bem que seja difícil compreender o que querem esses
homens,
por que motivo eles se ajuntaram e qual a razão
de seus sofrimentos.
Precisamos, precisamos esquecer o Brasil!
Tão majestoso, tão sem limites, tão despropositado,
ele quer repousar de nossos terríveis carinhos.
O Brasil não nos quer! Está farto de nós!
Nosso Brasil é no outro mundo. Este não é o Brasil.
Nenhum Brasil existe. E acaso existirão os brasileiros?
Carlos Drummond de Andrade. HINO NACIONAL.
In: Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1983, pp. 108 e 109.
C
Certo
E
Errado