O seguinte argumento não é logicamente
válido: “Todos os cavalos são mamíferos;
alguns mamíferos têm chifres; logo, alguns
cavalos têm chifres.”
Desde a filosofia grega, o método dedutivo é
valorizado como um processo de raciocínio que
permite a organização do conhecimento, ao
estabelecer conclusões logicamente válidas a partir
de premissas gerais previamente aceitas. Sobre o
método dedutivo, assinale o que for correto.
Gabarito comentado
Alternativa correta: C — certo
Tema central: validez do raciocínio dedutivo em silogismos categóricos. A questão exige reconhecer quando uma conclusão não decorre logicamente das premissas — ou seja, quando a inferência é inválida.
Resumo teórico: Na lógica aristotélica (ver Orgânon — Aristóteles) e na lógica clássica (ver Copi, Introduction to Logic), um argumento dedutivo é válido se, assumindo as premissas verdadeiras, a conclusão não pode ser falsa. Nos silogismos com termos categóricos, uma premissa "Todos H são M" afirma inclusão (H ⊆ M). Uma premissa "Alguns M são C" afirma que existe interseção entre M e C (M ∩ C ≠ ∅). Isso, porém, não garante que H tenha interseção com C (H ∩ C ≠ ∅). Logo, a conclusão "Alguns H têm chifres" não é necessária a partir das duas premissas dadas.
Justificativa (por que a alternativa C está correta):
- Representação em conjuntos: se H ⊆ M e existe elemento em M ∩ C, esse elemento pode pertencer a outra parte de M que não contém H. Portanto, a existência de M ∩ C não implica existência de H ∩ C.
- Contraexemplo simples: considere que todos os cavalos (H) são mamíferos (M) e que os mamíferos com chifres (C) sejam, por exemplo, apenas bovinos. Então há mamíferos com chifres, mas nenhum cavalo com chifres. Assim, as premissas podem ser verdadeiras e a conclusão falsa — característica de inferência inválida.
Dica prática para provas: ao avaliar inferências, pergunte-se se as premissas forçam obrigatoriamente a interseção das classes envolvidas. Use um diagrama de Venn mental ou escreva um contraexemplo concreto; se conseguir um contraexemplo que torna premissas verdadeiras e conclusão falsa, a inferência é inválida.
Fontes sugeridas: Aristóteles — Organon; Irving M. Copi — Introdução à Lógica (tradução/edições em português).
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