"Quando o capital e os governos do norte enxergam a bacia amazônica, não veem oito países, uma semicolônia francesa e múltiplos povos. Veem uma das últimas fronteiras para a acumulação do capital.”
LEROY, J. P. Amazônia: território do capital e território dos povos in ZHOURI, A. e LACHEFSKI, K. (org). Desenvolvimento e Conflitos Ambientais. Belo Horizonte, Editora UFMG, 2010, p. 101.
A exploração dos chamados ?ciclos amazônicos? como a coleta das drogas do sertão e/ou da borracha, entre outros, não se encerrou.
Atualmente, o assalto à Amazônia se dá em múltiplas frentes. No que tange à exploração dos recursos naturais, destaca-se a de
LEROY, J. P. Amazônia: território do capital e território dos povos in ZHOURI, A. e LACHEFSKI, K. (org). Desenvolvimento e Conflitos Ambientais. Belo Horizonte, Editora UFMG, 2010, p. 101.
A exploração dos chamados ?ciclos amazônicos? como a coleta das drogas do sertão e/ou da borracha, entre outros, não se encerrou.
Atualmente, o assalto à Amazônia se dá em múltiplas frentes. No que tange à exploração dos recursos naturais, destaca-se a de
Gabarito comentado
Alternativa correta: C - madeira.
Tema central: a questão trata da continuidade dos “ciclos amazônicos” e das formas contemporâneas de exploração da Amazônia por capitais nacionais e internacionais. É preciso identificar qual recurso natural é hoje uma das frentes principais desse "assalto" — ou seja, exploração em grande escala com impacto socioambiental e interesse de acumulação capitalista.
Resumo teórico e contextual: historicamente a Amazônia viveu ciclos econômicos (drogas do sertão, borracha) caracterizados por extração primária para o mercado externo. No presente, várias frentes coexistem: extração madeireira (legal e ilegal), mineração, agropecuária, hidrovia/infraestrutura e bioprospecção. A exploração de madeira liga extração massiva, redes de exportação e desmatamento, sendo central ao modelo de fronteira para acumulação do capital (ver Leroy, 2010; dados do INPE e IBAMA sobre desmatamento e apreensões).
Por que a alternativa C é correta: a madeira representa uma das principais atividades extrativistas de grande escala na Amazônia, integrando tanto mecanismos legais (exploração madeireira, concessões) quanto ilegais (extração clandestina). É fonte direta de lucro, impulsiona abertura de estradas e facilita a conversão de florestas para outras atividades, encaixando-se na ideia de “fronteira para acumulação” apresentada no texto de apoio.
Análise das alternativas incorretas:
A - camarão: produção de camarão é típica de regiões litorâneas e carcinicultura, não constitui a principal frente de extração na bacia amazônica continental.
B - mandioca, milho e arroz: são culturas de subsistência e de pequena/agrícola familiar; embora cultivadas, não representam a grande frente predatória de acumulação capitalista apontada pelo enunciado.
D - palmito e açaí: ambos têm importância local e comercial (açaí em expansão), e o palmito já foi alvo de exploração predatória; porém, em termos de escala econômica e impacto integrado (desmatamento, infraestrutura, redes de exportação), a madeira ocupa posição muito mais significativa.
Dica de prova: ao ver “fronteira para acumulação do capital” e “exploração dos recursos naturais”, priorize alternativas que remetam a atividades de grande escala, com ligação direta ao mercado externo e efeitos territoriais (estradas, grilagem, desmatamento) — isso costuma indicar a resposta correta.
Referências: Leroy (2010); dados e relatórios do INPE/PRODES e IBAMA sobre desmatamento e extração madeireira.
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