Texto I
“Nos idos de 1788-1789, figuras proeminentes da sociedade de Minas Gerais fizeram sucessivas reuniões,
nas quais debateram a situação da capitania, a possibilidade, as estratégias e os alvos de uma sedição,
traçando as linhas muito gerais de uma nova ordem política e econômica.”
Texto II
“Os inconfidentes da Bahia de 1798 tocavam, ao mesmo tempo, na condição de dominação política; no
instrumento da integração subordinada das colônias ao império luso (exclusivo comercial); e nas
decorrências do escravismo, embora não defendessem a abolição, bandeira presente apenas
marginalmente.”
Fonte: VILLALTA, Luiz Carlos. 1789-1808: o império luso-brasileiro e os brasis.
São Paulo: Cia das Letras, 2000, p.37 e p. 110.
As duas sedições, às quais o autor se refere acima, são contemporâneas de um grande movimento
antiabsolutista que ficou conhecido com o nome de:
“Nos idos de 1788-1789, figuras proeminentes da sociedade de Minas Gerais fizeram sucessivas reuniões, nas quais debateram a situação da capitania, a possibilidade, as estratégias e os alvos de uma sedição, traçando as linhas muito gerais de uma nova ordem política e econômica.”
“Os inconfidentes da Bahia de 1798 tocavam, ao mesmo tempo, na condição de dominação política; no instrumento da integração subordinada das colônias ao império luso (exclusivo comercial); e nas decorrências do escravismo, embora não defendessem a abolição, bandeira presente apenas marginalmente.”
Gabarito comentado
Resposta: Alternativa A — Revolução Francesa
Tema central: relações entre as sedições brasileiras do fim do século XVIII e o grande movimento antiabsolutista europeu que inspira ideias de soberania popular, direitos individuais e fim do absolutismo.
Resumo teórico e contexto: A Revolução Francesa (1789) marcou o ápice da reação contra o absolutismo na Europa. Suas ideias (Iluminismo: igualdade, liberdade, soberania popular) difundiram-se pelo Atlântico e influenciaram elites e movimentos coloniais — inclusive as conspirações brasileiras da década de 1780–1790. Eventos-chave: convocação dos Estados Gerais e a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789).
Por que a alternativa A é a correta: o enunciado pede um “grande movimento antiabsolutista” contemporâneo às sedições (1789 e 1798). A Revolução Francesa é exatamente esse movimento internacional e temporalmente coincidente, cuja difusão de ideias inspirou tanto a Inconfidência Mineira quanto a Conjuração/Movimento da Bahia (conhecida como Inconfidência da Bahia ou Conjuração Baiana).
Análise das alternativas incorretas:
B — Inconfidência Mineira: é uma das sedições citadas (1788–1789), não o grande movimento antiabsolutista inspirador; portanto é resposta equivocada por ser um caso particular.
C — Inconfidência da Bahia: idem ao item B: é a outra sedição mencionada (1798/1799) e não o movimento europeu amplo que as influenciou.
D — Inconfidência do Rio de Janeiro: opção incorreta por não corresponder ao “grande movimento antiabsolutista” — além de não ser a designação relevante no contexto histórico das sedições citadas.
Dica de prova / estratégia: ao ver expressões como “grande movimento” e “contemporâneas”, pense em fenômeno amplo e internacional (Revolução Francesa), não em casos locais. Observe datas (1789 é marco claro) e palavras-chave: antiabsolutista, direitos, Iluminismo.
Fontes sugeridas: VILLALTA, Luiz Carlos, 1789–1808: O império luso-brasileiro e os brasis; Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789).
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