Leia os textos a seguir
Texto V
“Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.”
(DIAS, Gonçalves. Canção do exílio).
Texto VI
“Não me convidaram pra essa festa pobre
Que os homens armaram pra me convencer
A pagar sem ver toda essa droga
Que já vem malhada antes de eu nascer
Não me escolheram a garota do fantástico
Não me subornaram, será que é meu fim?
Ver tv a cores na taba de um índio
Programada pra só dizer sim
Brasil mostra tua cara
Quero ver quem paga pra gente ficar assim
Brasil qual o teu negócio?
O nome do teu sócio? Confia em mim.
Grande pátria desimportante
Em nenhum instante eu vou te trair”
(CAZUZA, Brasil)
Texto VII
“ [...] como não havia ninguém no balcão, achei perigoso, alguém podia entrar, roubar qualquer coisa, a
velha olhou pra mim, com raiva, disse, “Isso aqui não é o Brasil não, ó estúpido!”, e voltou a praguejar [...]”
(RUFFATO, Luiz. Estive em Lisboa e lembrei de você).
Fontes:
DIAS, Gonçalves. Primeiros cantos. Domínio Público.
CAZUZA. Ideologia. Rio de Janeiro: Philips, 1988.
RUFFATO, Luiz. Estive em Lisboa e lembrei de você. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
A representação do Brasil é uma preocupação constante na história da literatura nacional. Ao longo dos
mais variados movimentos estéticos, diversos artistas representaram das mais variadas formas o nosso
país.
Observe as representações extraídas de Canção do exílio, de Gonçalves Dias; Estive em Lisboa e lembrei
de você, de Luís Ruffato e Brasil, de Cazuza.
Sobre os textos, é INCORRETO afirmar que:
Leia os textos a seguir
Texto V
“Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.”
(DIAS, Gonçalves. Canção do exílio).
Texto VI
“Não me convidaram pra essa festa pobre
Que os homens armaram pra me convencer
A pagar sem ver toda essa droga
Que já vem malhada antes de eu nascer
Não me escolheram a garota do fantástico
Não me subornaram, será que é meu fim?
Ver tv a cores na taba de um índio
Programada pra só dizer sim
Brasil mostra tua cara
Quero ver quem paga pra gente ficar assim
Brasil qual o teu negócio?
O nome do teu sócio? Confia em mim.
Grande pátria desimportante
Em nenhum instante eu vou te trair”
(CAZUZA, Brasil)
Texto VII
“ [...] como não havia ninguém no balcão, achei perigoso, alguém podia entrar, roubar qualquer coisa, a
velha olhou pra mim, com raiva, disse, “Isso aqui não é o Brasil não, ó estúpido!”, e voltou a praguejar [...]”
(RUFFATO, Luiz. Estive em Lisboa e lembrei de você).
Fontes: DIAS, Gonçalves. Primeiros cantos. Domínio Público. CAZUZA. Ideologia. Rio de Janeiro: Philips, 1988. RUFFATO, Luiz. Estive em Lisboa e lembrei de você. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
A representação do Brasil é uma preocupação constante na história da literatura nacional. Ao longo dos mais variados movimentos estéticos, diversos artistas representaram das mais variadas formas o nosso país.
Observe as representações extraídas de Canção do exílio, de Gonçalves Dias; Estive em Lisboa e lembrei de você, de Luís Ruffato e Brasil, de Cazuza.
Sobre os textos, é INCORRETO afirmar que:
Gabarito comentado
Gabarito: Letra B
Tema central da questão: Interpretação de texto, com foco na análise da representação do Brasil em diferentes textos literários e musicais, além do reconhecimento de características românticas e críticas nos discursos apresentados.
Justificativa da alternativa correta (B):
A alternativa B é incorreta. Gonçalves Dias não faz um “elogio ufanista” de seu país em Canção do exílio; ele adota, segundo a tradição romântica, uma postura saudosista e idealizadora da pátria, sentindo falta de sua terra natal, mas sem demonstrar um nacionalismo exagerado e acrítico — traço típico do ufanismo, conceito bem delimitado por Bechara (“ufanismo é a exaltação excessiva da pátria, geralmente ignorando seus defeitos”). Já Cazuza e Ruffato apresentam, sim, críticas contundentes ao Brasil em seus textos, expondo insatisfações e fragilidades do país.
Análise das alternativas incorretas:
A) Correta. A canção “Brasil”, de Cazuza, faz uso da ironia e do ceticismo para denunciar problemas sociais e políticos do país, utilizando expressões como “festa pobre” e questionando “Brasil mostra tua cara”, conforme destacado por Celso Cunha & Lindley Cintra na análise da crítica social moderna.
C) Correta. O poema de Gonçalves Dias é caracterizado pelo saudosismo e pela idealização da natureza, típicos do Romantismo brasileiro. O eu lírico exalta palmeiras, sabiás, céu estrelado e vida harmônica, sem, contudo, exagerar na exaltação (foco afetivo, não ufanista).
D) Correta. No texto de Ruffato, a personagem portuguesa associa o Brasil a estereótipos de subdesenvolvimento e violência (“Isso aqui não é o Brasil não, ó estúpido!”), o que evidencia o preconceito encontrado em certos discursos.
Estratégia para as provas: Fique atento a expressões como “ufanismo”, analise se o sentimento é realmente exagerado e acrítico. Lembre-se de distinguir idealização (carinho, saudade romântica) de ufanismo (exaltação extrema e sem críticas).
Referências importantes: Bechara (“Moderna Gramática Portuguesa”, cap. Leitura e texto) e Cunha & Cintra (“Nova gramática do português contemporâneo”, temas de interpretação e movimentos literários) sustentam essa diferenciação fundamental para a análise textual.
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