Questão f475b5bb-dd
Prova:MACKENZIE 2017
Disciplina:História
Assunto:História do Brasil, Era Vargas – 1930-1954

“O movimento de 1930 não pode ser entendido sem a intervenção das classes médias, mas não é uma revolução destas classes, nem no sentido de que elas sejam o setor dominante no curso da revolução, nem de que sejam seus principais beneficiários. ”
FAUSTO, Boris. A Revolução de 1930.São Paulo: Editora Brasiliense, 1983

De acordo com o trecho acima, considere e analise as afirmativas abaixo a respeito da Revolução de 1930.

I. Durante a década de 1920, diante da crise econômica e do controle oligárquico do poder, surgiram outros grupos sociais que passaram a reivindicar participação nas decisões governamentais e reformas nas instituições políticas. As aspirações da classe média urbana eram as mesmas do movimento tenentista, ao defender, entre outros, o voto secreto, reformas sociais e econômicas.
II. A Revolução resultou da aliança temporária, diante da Crise de 1929, das oligarquias dissidentes, das classes médias urbanas e do setor militar tenentista, contra o predomínio político dos interesses dos cafeicultores paulistas, expresso na eleição e vitória de Júlio Prestes.
III. No fim da década de 1920, os setores que contestavam as instituições da República Velha viam, com otimismo, a possibilidade de êxito. Os tenentes, junto às classes médias urbanas, passaram a se organizar em comitês e a eleger, em número cada vez mais expressivo, candidatos que os representassem.

Assinale a assertiva correta.

A
Somente a I está correta.
B
Somente a II está correta.
C
Somente a III está correta.
D
Somente a I e a II estão corretas.
E
Somente a II e a III estão corretas.

Gabarito comentado

V
Vanessa CamposMonitor do Qconcursos

Resposta: Alternativa D — Somente I e II estão corretas.

Tema central: a Revolução de 1930 e as forças sociais que a tornaram possível. É essencial compreender a aliança entre setores oligárquicos dissidentes, as classes médias urbanas e parcelas do Exército (os tenentes), bem como as diferenças entre participação política, objetivos e ganhos reais desses grupos.

Resumo teórico: o movimento de 1930 não foi uma revolução social promovida pelas classes médias — foi uma aliança política heterogênea desencadeada pela crise de 1929 e pela rejeição ao predomínio paulista (vitória eleitoral de Júlio Prestes). As classes médias contribuíram com demandas por modernização (voto secreto, reformas administrativas), os tenentes colocaram viés autoritário e militar e as oligarquias dissidentes buscavam espaço no poder. (Ver: Boris Fausto, A Revolução de 1930; sínteses em Thomas Skidmore).

Por que I está correta: descreve adequadamente que, na década de 1920, novas camadas (principalmente a classe média urbana) reivindicavam maior participação e reformas — e que havia convergência com parte das bandeiras tenentistas, como a exigência de voto secreto e mudanças institucionais.

Por que II está correta: evidencia a aliança tática entre oligarquias dissidentes (contra o domínio paulista), classes médias e setores militares diante da crise de 1929 e da eleição de Júlio Prestes — essa coalizão foi determinante para a derrubada da República Velha em 1930.

Por que III está errada: exagera ao afirmar que tenentes e classes médias “elegeram, em número cada vez mais expressivo, candidatos que os representassem”. Na prática, a oposição não alcançou vitórias eleitorais crescentes; o processo de contestação intensificou-se politicamente (comitês, Aliança Liberal), mas a força real vinha da convergência de meios civis e militares, não de sucessos eleitorais graduais.

Dica de prova: atente para termos absolutos ou progressivos como “mesmas” e “cada vez mais expressivo”. Questões sobre 1930 costumam cobrar a distinção entre participação/presença e efetivo controle político ou benefícios.

Fontes recomendadas: Boris Fausto, A Revolução de 1930; Thomas Skidmore, estudos introdutórios sobre Brasil republicano.

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