Questão f18551f8-bc
Prova:UERJ 2017
Disciplina:Português
Assunto:Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A QUESTÃO REFEREM-SE AO CONTO “O ESPELHO”,
DO LIVRO PRIMEIRAS ESTÓRIAS, DE JOÃO GUIMARÃES ROSA.

Solicito os reparos que se digne dar-me, a mim, servo do senhor, recente amigo, mas companheiro no amor da ciência, de seus transviados acertos e de seus esbarros titubeados. Sim?

No trecho final do conto, observa-se a ênfase de um recurso utilizado em todo o texto. Esse recurso produz o seguinte efeito:

A
revisão de uma postura
B
insinuação de um segredo
C
confissão de uma fraqueza
D
encenação de um diálogo

Gabarito comentado

M
Marina SilvaMonitor do Qconcursos

Comentário de Gabarito – Interpretação de Texto: “O Espelho”, de Guimarães Rosa

Tema central: Interpretação de texto — A questão exige reconhecer um recurso estilístico recorrente no conto: a encenação de um diálogo.

Justificativa da alternativa correta (D):

Guimarães Rosa emprega no trecho destacado e em todo o conto a técnica do monólogo interior mascarado como um diálogo simulado. Note a estrutura: “Solicito os reparos que se digne dar-me, a mim, servo do senhor...”. Palavras como “senhor” criam a ilusão de que está conversando com alguém, quando, na verdade, reflete para si mesmo.

Segundo Celso Cunha & Lindley Cintra, esse recurso promove aproximação entre narrador e leitor, levando-os à vivência interna do personagem (Nova Gramática do Português Contemporâneo). Assim, o principal efeito é a encenação de um diálogo, justificando a alternativa D como correta.

Por que as demais alternativas estão incorretas?

  • A) Revisão de uma postura: Embora haja uma certa reflexão no texto, não há efetivamente uma troca ou mudança de atitude, mas sim uma exposição de ideias — o objetivo central não é revisar postura.
  • B) Insinuação de um segredo: O trecho não sugere a revelação secreta, mas sim uma conversa simulada para reflexão, sem foco em confidências ocultas.
  • C) Confissão de uma fraqueza: O texto não apresenta tom de confissão ou reconhecimento explícito de falhas, mas sim investigação filosófica.

Dicas para provas: Atenção a palavras que indicam interlocução (“senhor”, “amigo”), mesmo sem interlocutor real — isso é típico da encenação de diálogo. Evite ser levado por alternativas que sugerem confissão, revelação ou mudança, sem apoio no texto.

Em resumo, a regra central aqui é: identifique o efeito de recursos estilísticos pela análise das estruturas do discurso. Dominar essa habilidade é essencial para qualquer prova de interpretação textual!

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