“[...] Cada filme é apresentação do filme seguinte, que
promete reunir outra vez mais a mesma dupla sob o mesmo
céu exótico: quem chega atrasado fica sem saber se assiste
ao “em breve neste cinema” ou ao filme propriamente dito. O
caráter de montagem da indústria cultural, a fabricação sintética e guiada dos seus produtos, industrializada não só no estúdio cinematográfico, mas virtualmente, ainda na compilação
das biografias baratas, nas pesquisas romanceadas e nas canções, adapta-se a priori à propaganda. Já que o momento particular tornou-se separável e fungível, descartado mesmo tecnicamente de qualquer nexo significativo, ele se pode prestar
a finalidades externas à obra. O efeito, o achado, o exploit
isolado e repetível, ligou-se para sempre a exposição de produtos para fins publicitários, e hoje cada primeiro plano de
uma atriz é uma “propaganda” de seu nome, cada motivo de
sucesso o plug da sua melodia. Técnica e economicamente,
propaganda e indústria cultural mostram-se fundidas. [...]”.
(Fonte: ADORNO, T. Industria cultural. Trad. Jorge Matos Brito de
Almeida. São Paulo: Paz e Terra, 2002. p.40-41)
Theodor Adorno (1903-1969) é um dos nomes célebres da
Escola de Frankfurt. Quanto à postura assumida por ele ao
analisar o fenômeno da indústria cultural, suas práticas e efeitos como realidade social, assinale a afirmativa correta.
“[...] Cada filme é apresentação do filme seguinte, que promete reunir outra vez mais a mesma dupla sob o mesmo céu exótico: quem chega atrasado fica sem saber se assiste ao “em breve neste cinema” ou ao filme propriamente dito. O caráter de montagem da indústria cultural, a fabricação sintética e guiada dos seus produtos, industrializada não só no estúdio cinematográfico, mas virtualmente, ainda na compilação das biografias baratas, nas pesquisas romanceadas e nas canções, adapta-se a priori à propaganda. Já que o momento particular tornou-se separável e fungível, descartado mesmo tecnicamente de qualquer nexo significativo, ele se pode prestar a finalidades externas à obra. O efeito, o achado, o exploit isolado e repetível, ligou-se para sempre a exposição de produtos para fins publicitários, e hoje cada primeiro plano de uma atriz é uma “propaganda” de seu nome, cada motivo de sucesso o plug da sua melodia. Técnica e economicamente, propaganda e indústria cultural mostram-se fundidas. [...]”.
(Fonte: ADORNO, T. Industria cultural. Trad. Jorge Matos Brito de Almeida. São Paulo: Paz e Terra, 2002. p.40-41)
Theodor Adorno (1903-1969) é um dos nomes célebres da Escola de Frankfurt. Quanto à postura assumida por ele ao analisar o fenômeno da indústria cultural, suas práticas e efeitos como realidade social, assinale a afirmativa correta.