Globalização: Reestruturação produtiva, mudanças recentes do trabalho e como cai no Enem

Publicado em: 09/11/2023

A globalização é um fenômeno complexo que impactou e tem impactado profundamente a economia, a sociedade e o mercado de trabalho em todo o mundo. Para entender esse fenômeno, é essencial e indispensável considerar também a reestruturação produtiva e as mudanças recentes no trabalho, uma vez que esses três conceitos estão interligados de maneira intrínseca.

Globalização

A globalização é um processo que envolve a interconexão e a interdependência crescente entre os países, mercados e sociedades em escala global. Ela é caracterizada pelo aumento do comércio internacional, da mobilidade de capitais, da circulação de informações e da migração de pessoas. A globalização não é um fenômeno novo, mas ganhou impulso significativo a partir do final do século XX com o avanço das tecnologias de comunicação e transporte.

O início desse fenômeno pode ser rastreado até os séculos XV e XVI, quando as viagens de exploração, como as de Cristóvão Colombo, estabeleceram conexões entre continentes. No entanto, a globalização contemporânea é impulsionada principalmente pela revolução tecnológica, que encurtou distâncias e permitiu a rápida transmissão de informações e mercadorias em todo o mundo.

As principais causas da globalização incluem o avanço tecnológico, como a internet e a telefonia móvel, que encurtam as distâncias; a liberalização do comércio, que permitiu a circulação mais livre de bens e serviços; o aumento do investimento estrangeiro direto, que conectou as economias de diferentes nações; e a migração, que trouxe pessoas de origens diversas para diferentes partes do mundo.

A globalização trouxe diversas consequências positivas, incluindo o aumento do comércio internacional, que impulsionou o crescimento econômico em muitos países; a difusão de culturas e ideias, que enriqueceu a diversidade cultural; e também desafios como a desigualdade econômica, a exploração de mão de obra e a degradação ambiental, que precisam ser abordados.

Reestruturação produtiva

A reestruturação produtiva é um processo que envolve a reorganização das atividades econômicas, a adoção de novas tecnologias e a reconfiguração das relações de trabalho. Ela está intimamente ligada à globalização, uma vez que as empresas buscam se adaptar a um ambiente econômico cada vez mais interconectado.

A reestruturação produtiva começou a se tornar mais evidente nas décadas de 1970 e 1980, quando as empresas passaram a adotar tecnologias avançadas, como a automação e a robótica, para aumentar a eficiência e a produtividade. Isso levou a mudanças significativas na organização do trabalho e na produção.

As principais causas desse processo incluem a necessidade de competir em um mercado globalizado, a pressão por redução de custos, o avanço tecnológico e a busca por flexibilidade na produção. As empresas buscam adotar novas tecnologias e métodos de produção para se manterem competitivas.

A reestruturação produtiva trouxe consequências significativas, como o aumento da automação e a redução da demanda por mão de obra não qualificada, o que resultou em desemprego e subemprego. Por outro lado, também levou à criação de empregos mais especializados e à melhoria da produtividade.

Mudanças recentes do trabalho

As mudanças recentes no mercado de trabalho estão diretamente ligadas à globalização e à reestruturação produtiva. Elas envolvem transformações na natureza dos empregos, nas condições de trabalho e nas relações de emprego.

As mudanças recentes no trabalho começaram a se tornar evidentes nas últimas décadas do século XX e continuam a se desdobrar até agora. Elas são impulsionadas pelos avanços tecnológicos, pelas transformações na produção e pela busca por maior flexibilidade nas relações de trabalho. Hoje, fala-se muito em uberização do trabalho para explicar esse cenário.

As principais causas das mudanças recentes no trabalho incluem a automação, que substituiu tarefas repetitivas, a globalização, que aumentou a competição por empregos e a busca por flexibilidade nas relações de trabalho, o que levou a um aumento nos trabalhos temporários.

As consequências das mudanças no trabalho incluem a polarização do mercado de trabalho, com a demanda por empregos altamente qualificados e de baixa qualificação, a precarização do emprego, com a falta de segurança e benefícios para os trabalhadores, e a necessidade de adaptação constante às novas tecnologias e demandas do mercado.

Relações entre a Globalização, a Reestruturação Produtiva e as Mudanças Recentes do Trabalho

A globalização, a reestruturação produtiva e as mudanças no trabalho estão interligadas de diversas maneiras. A globalização impulsionou a reestruturação produtiva, uma vez que as empresas buscaram se adaptar a um mercado globalizado. Isso, por sua vez, levou a mudanças significativas nas condições de trabalho e nas relações de emprego, que são um fator central de influência nas mudanças recentes no trabalho. A automação e a tecnologia desempenham um papel fundamental nesse processo, pois afetam tanto a produção quanto a natureza dos empregos disponíveis.

A globalização, a reestruturação produtiva e as mudanças recentes no trabalho são fenômenos complexos que têm impactado a economia, a sociedade e o mercado de trabalho em todo o mundo. Eles estão interligados e moldam o cenário econômico e social em constante evolução. Compreender esses processos é essencial para abordar os desafios e oportunidades que surgem com as mudanças globais e para garantir que as sociedades possam se adaptar e prosperar em um mundo cada vez mais interconectado.

Globalização, Reestruturação Produtiva e Mudanças Recentes do Trabalho no Enem

(ENEM PPL 2015)  Uma dimensão da flexibilização do tempo de trabalho é a sutileza cada vez maior das fronteiras que separam o espaço de trabalho e o do lar, o tempo de trabalho e o de não trabalho. Os mecanismos modernos de comunicação permitem que, no horário de descanso, os trabalhadores permaneçam ligados à empresa. Mesmo não exercendo diretamente suas atividades profissionais, o trabalhador fica à disposição da empresa ou leva problemas para refletir em casa. É muito comum o trabalhador estar de plantão, para o caso de a empresa ligar para o seu celular ou pager.

A remuneração para esse estado de alerta é irrisória ou inexistente.

KREIN, J. D. Mudanças e tendências recentes na regulação do trabalho. In: DEDECCA, C. S.; PRONI, M. W. (Org.). Políticas públicas e trabalho: textos para estudo dirigido. Campinas: IE/Unicamp; Brasília: MTE, 2006 (adaptado).

A relação entre mudanças tecnológicas e tempo de trabalho apresentada pelo texto implica o 

a) prolongamento da jornada de trabalho com a intensificação da exploração.   

b) aumento da fragmentação da produção com a racionalização do trabalho.     c) privilégio de funcionários familiarizados com equipamentos eletrônicos.   

d) crescimento da contratação de mão de obra pouco qualificada.   

e) declínio dos salários pagos aos empregados mais idosos.   

Resposta: A

Ao estar vinculado à empresa em seu tempo livre, o trabalhador acaba por prolongar a sua jornada de trabalho. Esse modelo de relação profissional intensifica a exploração do trabalho, pois serve à empresa como forma de se apropriar do tempo de lazer e de descanso do trabalhador.