Leia o fragmento a seguir.
“[...] O tédio não é um mal para desdenhar: que desespero faz transparecer no rosto! Faz com que os homens, que se
amam tão pouco uns aos outros, se procurem com todo o
entusiasmo; é a origem do instinto social. O Estado considerao como uma calamidade pública, e por prudência toma medidas para o combater.
Este flagelo, que não é menor que o seu extremo oposto,
a fome, pode impelir os homens a todos os desvarios; o povo
precisa panem et circenses. O rude sistema penitenciário de
Filadélfia, fundado sobre o isolamento e a inatividade, faz do
aborrecimento um instrumento de suplício tão terrível, que mais
de um condenado tem recorrido ao suicídio para lhe fugir. Se a
miséria é o aguilhão perpétuo para o povo, o tédio é-o igualmente para os ricos. Na vida civil, o domingo representa o
aborrecimento, e os seis dias da semana a miséria [...]”.
(Fonte: SCHOPENHAUER, A. As dores do mundo. Disponível em
http://abdet.com.br/site/wp-content/uploads/2015/01/Dores-doMundo.pdf. Acesso 06/08/2019)
Mediante o fragmento exposto acima e o caráter peculiar
da filosofia de Arthur Schopenhauer (1788-1870), quanto à
noção de homem e os elementos da vida humana, analise as
seguintes asserções:
I) “Os homens tiveram que exprimir esta ideia de um
modo singular: depois de haverem feito do inferno o lugar de todos os tormentos e de todos os sofrimentos,
que ficou para o céu? justamente o aborrecimento”.
PORQUE
II) “A vida do homem oscila, como uma pêndula, entre a
dor e o tédio, tais são na realidade os seus dois últimos
elementos”.
A respeito dessas asserções, assinale a alternativa correta.
Leia o fragmento a seguir.
“[...] O tédio não é um mal para desdenhar: que desespero faz transparecer no rosto! Faz com que os homens, que se amam tão pouco uns aos outros, se procurem com todo o entusiasmo; é a origem do instinto social. O Estado considerao como uma calamidade pública, e por prudência toma medidas para o combater.
Este flagelo, que não é menor que o seu extremo oposto, a fome, pode impelir os homens a todos os desvarios; o povo precisa panem et circenses. O rude sistema penitenciário de Filadélfia, fundado sobre o isolamento e a inatividade, faz do aborrecimento um instrumento de suplício tão terrível, que mais de um condenado tem recorrido ao suicídio para lhe fugir. Se a miséria é o aguilhão perpétuo para o povo, o tédio é-o igualmente para os ricos. Na vida civil, o domingo representa o aborrecimento, e os seis dias da semana a miséria [...]”.
(Fonte: SCHOPENHAUER, A. As dores do mundo. Disponível em http://abdet.com.br/site/wp-content/uploads/2015/01/Dores-doMundo.pdf. Acesso 06/08/2019)
Mediante o fragmento exposto acima e o caráter peculiar da filosofia de Arthur Schopenhauer (1788-1870), quanto à noção de homem e os elementos da vida humana, analise as seguintes asserções:
I) “Os homens tiveram que exprimir esta ideia de um modo singular: depois de haverem feito do inferno o lugar de todos os tormentos e de todos os sofrimentos, que ficou para o céu? justamente o aborrecimento”.
PORQUE
II) “A vida do homem oscila, como uma pêndula, entre a dor e o tédio, tais são na realidade os seus dois últimos elementos”.
A respeito dessas asserções, assinale a alternativa correta.
Gabarito comentado
Alternativa correta: A
Tema central: trata-se da concepção schopenhaueriana sobre a condição humana: a vida oscila entre sofrimento (vontade insatisfeita) e tédio (saciedade da vontade). Compreender a ideia é essencial para reconhecer afirmações que reproduzem o núcleo do pensamento do autor.
Resumo teórico — Schopenhauer (Die Welt als Wille und Vorstellung; ensaios como "As dores do mundo") apresenta a vontade como a força irracional que move os seres. A satisfação momentânea da vontade elimina a dor, mas cria tédio; a frustração gera dor. Por isso a existência é uma pêndula entre dor e tédio: nenhum estado é duradouro, e ambos configuram a essência trágica da vida humana.
Justificativa da resposta (por que A): A asserção II formula explicitamente a tese da "pêndula" entre dor e tédio — é uma síntese fiel de Schopenhauer. A asserção I é uma consequência interpretativa típica: se a alternativa à dor extrema (inferno) é um estado oposto duradouro, esse "céu" tenderia a ser o aborrecimento. Logo, II descreve a estrutura que permite concluir I; portanto II justifica I.
Análise das alternativas incorretas:
B — Afirma que II não justifica I; incorreto porque a oscilação entre dor e tédio (II) explica por que um “céu” permanente seria aborrecimento (I).
C — Diz que I é verdadeira e II falsa; mas II é a formulação canônica da doutrina schopenhaueriana, logo é verdadeira.
D — Sustenta que I é falsa e II verdadeira; porém I é uma inferência legítima a partir de II, portanto também verdadeira.
Dica de prova: ao enfrentar enunciados, identifique termos-chave (pêndula, tédio, vontade) e verifique se a segunda asserção expressa a base conceitual que permite inferir a primeira — isso elimina “pegadinhas” de relação causal indevida.
Fontes: Schopenhauer, Die Welt als Wille und Vorstellung; ensaio "As dores do mundo"; Stanford Encyclopedia of Philosophy (entry: Schopenhauer).
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