O psicólogo Drew Westen mostrou que, na política, emoções
falam mais alto que a lógica. Ele monitorou os cérebros de militantes
partidários enquanto viam seus candidatos favoritos
caindo em contradição. Como previsto, eles não tiveram dificuldade
para perceber a incongruência do “inimigo”, mas foram
bem menos críticos em relação ao “aliado”. Segundo Westen,
quando confrontados com informações ameaçadoras às nossas
convicções políticas, redes de neurônios associadas ao estresse
são ativadas. O cérebro percebe o conflito e tenta desligar a
emoção negativa. Circuitos encarregados de regular emoções
recrutam, então, crenças capazes de eliminar o estresse. A contradição
é apenas fracamente percebida.
(Hélio Schwartsman. Folha de S.Paulo, 07.02.2012.)
A tese exposta no texto expõe uma dificuldade em compreender
a contradição entre convicções pessoais e fatos objetivos. De
acordo com o texto, essa contradição está relacionada
O psicólogo Drew Westen mostrou que, na política, emoções falam mais alto que a lógica. Ele monitorou os cérebros de militantes partidários enquanto viam seus candidatos favoritos caindo em contradição. Como previsto, eles não tiveram dificuldade para perceber a incongruência do “inimigo”, mas foram bem menos críticos em relação ao “aliado”. Segundo Westen, quando confrontados com informações ameaçadoras às nossas convicções políticas, redes de neurônios associadas ao estresse são ativadas. O cérebro percebe o conflito e tenta desligar a emoção negativa. Circuitos encarregados de regular emoções recrutam, então, crenças capazes de eliminar o estresse. A contradição é apenas fracamente percebida.
(Hélio Schwartsman. Folha de S.Paulo, 07.02.2012.)
A tese exposta no texto expõe uma dificuldade em compreender
a contradição entre convicções pessoais e fatos objetivos. De
acordo com o texto, essa contradição está relacionada
Gabarito comentado
Alternativa correta: D
Tema central: a questão trata de como emoções e mecanismos neurais influenciam a forma como percebemos contradições entre crenças políticas e fatos. Entender motivated reasoning e a base neurocientífica do processamento emocional é essencial.
Resumo teórico: estudos como The Political Brain (D. Westen, 2007) e pesquisas sobre motivated reasoning (S. Kunda, 1990; Lord, Ross & Lepper, 1979) mostram que, diante de informação ameaçadora, o cérebro ativa circuitos emocionais (ex.: amígdala, conexões com córtex pré-frontal) para reduzir o estresse, favorecendo interpretações que preservem crenças. Antonio Damasio (Descartes' Error, 1994) também mostra que emoção e razão são integradas; negar emoção não explica o fenômeno descrito.
Justificativa da alternativa D: o texto afirma que “redes de neurônios associadas ao estresse são ativadas” e que o cérebro “recruta crenças capazes de eliminar o estresse”. Isso descreve claramente mecanismos neurológicos de proteção contra ideias ameaçadoras — exatamente o enunciado da alternativa D.
Análise das alternativas incorretas:
A — incorreta: afirma o predomínio da razão sobre emoção; o texto diz o contrário, que a emoção muitas vezes invalida a lógica.
B — incorreta: fala de manipulação da mídia; o texto focaliza respostas internas do cérebro, não influência externa do noticiário.
C — incorreta: aponta para estados patológicos; o texto descreve um mecanismo comum e adaptativo, não necessariamente doença.
E — incorreta: refere-se a conflito ético/interesses pessoais; embora relevante em política, não é o que o excerto explica.
Estratégias para resolver questões como esta:
- Procure palavras-chave (ex.: “redes de neurônios”, “estresse”, “desligar a emoção”) para identificar o foco.
- Distinga causas internas (mecanismos psicológicos/neuronais) de causas externas (mídia, interesses) — a alternativa correta deve refletir o que o texto explica.
- Desconfie de alternativas muito amplas ou que extrapolem o texto.
Fontes recomendadas: Drew Westen, The Political Brain (2007); Antonio Damasio, Descartes' Error (1994); S. Kunda, “The Case for Motivated Reasoning” (1990).
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