Assinale a alternativa que apresenta o(s) verso(s) que
sintetiza(m) todo o poema.
Leia o texto abaixo para responder à questão.
Retrato
Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
─ Em que espelho ficou perdida
a minha face?
(Cecília Meireles, Poesia, p.19-20)
Leia o texto abaixo para responder à questão.
Retrato
Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
─ Em que espelho ficou perdida
a minha face?
(Cecília Meireles, Poesia, p.19-20)
Gabarito comentado
✓ Gabarito Comentado – Interpretação de Texto (Poema “Retrato”, Cecília Meireles)
Tema central da questão: Interpretação de texto, com foco em identificar o verso que sintetiza o sentido global do poema—um aspecto fundamental em questões de Vestibular. Essa competência exige que o aluno compreenda a ideia principal construída a partir dos sentimentos e reflexões do eu lírico.
Justificativa da alternativa correta (A – “Eu não dei por esta mudança”):
Esse verso reúne o sentido global do poema: o eu lírico percebe, com surpresa e certa dor, que a passagem do tempo trouxe mudanças profundas em sua aparência e identidade, mas que esses processos ocorreram de modo sutil e “invisível” para si. Como ensina Pasquale Cipro Neto (em Interpretação de Textos), a ideia que sintetiza o texto é aquela que nunca se detém em partes ou detalhes; é abrangente e central. O verso escolhido expressa a totalidade da experiência narrada, funcionando como sua síntese.
Análise das alternativas incorretas:
B) “Eu não tinha este rosto de hoje”
Destaca apenas um aspecto físico das mudanças. Não abrange o sentimento de surpresa nem reflete a percepção do processo global de transformação.
C) “nem estes olhos tão vazios”
Cita um detalhe emocional (olhos vazios), mas permanece restrito ao campo descritivo, sem traduzir a transformação como um todo.
D) “Eu não tinha estas mãos sem força”
Como nas outras, trata-se de uma descrição parcial. Não há síntese ou sensação de processo evolutivo (mudança percebida).
E) “─ Em que espelho ficou perdida/ a minha face?”
Esse verso tem força poética, indica uma indagação sobre a própria identidade, mas está mais voltado à consequência da mudança (perda da identidade) do que ao processo descrito no poema.
Estratégias de prova: Atenção às palavras que indicam abrangência (mudança, transformação, processo) e à diferença entre síntese e detalhe. Evite ser atraído por versos de forte carga emocional isolada, pois a alternativa correta sintetiza sentimentos, fatos e reflexão do texto.
Resumindo: Vence quem sabe reconhecer ideias centrais, valendo-se da coerência textual, como indicam obras clássicas da Língua Portuguesa (ex.: Cunha & Cintra). Ler atentamente todo o poema é fundamental para não cair em pegadinhas que atraem pelo impacto de versos isolados, mas não traduzem o conjunto do texto.
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