A alternativa que reescreve a primeira estrofe em ordem direta, mantendo a correção gramatical e o sentido original, é:
Ao coração que sofre, separado
Do teu, no exílio em que a chorar me vejo,
Não basta o afeto simples e sagrado
Com que das desventuras me protejo.
Não me basta saber que sou amado,
Nem só desejo o teu amor: desejo
Ter nos braços teu corpo delicado,
Ter na boca a doçura de teu beijo.
E as justas ambições que me consomem
Não me envergonham: pois maior baixeza
Não há que a terra pelo céu trocar;
E mais eleva o coração de um homem
Ser de homem sempre e, na maior pureza,
Ficar na terra e humanamente amar.
(Melhores poemas, 2000.)
Ao coração que sofre, separado
Do teu, no exílio em que a chorar me vejo,
Não basta o afeto simples e sagrado
Com que das desventuras me protejo.
Não me basta saber que sou amado,
Nem só desejo o teu amor: desejo
Ter nos braços teu corpo delicado,
Ter na boca a doçura de teu beijo.
E as justas ambições que me consomem
Não me envergonham: pois maior baixeza
Não há que a terra pelo céu trocar;
E mais eleva o coração de um homem
Ser de homem sempre e, na maior pureza,
Ficar na terra e humanamente amar.
(Melhores poemas, 2000.)
Gabarito comentado
Tema central da questão: Interpretação de texto – reescrita da ordem dos termos na oração conforme a norma-padrão. O objetivo é identificar a alternativa que transpõe a 1ª estrofe do poema para a ordem direta, mantendo o sentido original e a correção gramatical.
Conceito relevante: Ordem direta: sujeito + verbo + complementos. Poesias, frequentemente, apresentam ordem indireta (ou inversa) para ressaltar sentimentos ou ênfase. Em provas, reescrever para ordem direta é essencial para revelar relações sintáticas claras (Bechara, Moderna Gramática Portuguesa).
Justificativa da alternativa correta (A):
A alternativa A apresenta sujeito (“O afeto simples e sagrado, com que me protejo das desventuras”), verbo (“não basta”), e complemento (“ao coração que sofre, separado do teu, no exílio em que me vejo a chorar”), mantendo clara a ideia original. Não há ruptura do sentido nem trocas de funções sintáticas. Segue a orientação das gramáticas (Cunha & Cintra): sujeito antes do verbo, complemento logo após.
Análise das alternativas incorretas:
B) Altera o sentido: sugere que o afeto pertence ao coração sofredor, trocando o referente do adjunto adnominal, e o verbo não se aplica ao sujeito original destacado no poema.
C) Erra a relação verbo-complemento: o sujeito (“O coração que sofre”) fica separado do predicado (“não basta”), o que distancia elementos que, pela clareza sintática, deveriam estar juntos.
D) Frase fragmentada, com repetição e disposição caótica dos termos. Perde-se completamente a clareza sintática e o sentido poético – um erro grave segundo as gramáticas de referência.
E) Cria ambiguidade ao incluir “com que me protejo das desventuras” próximo de “coração que sofre”, o que pode fazer parecer que o coração é o instrumento de proteção, e não o afeto, alterando o foco do sentido original.
Estratégia essencial para provas: Sempre identifique sujeito, verbo principal e complementos; verifique se há troca de sentidos entre os termos; desconfie de construções que fragmentam frases ou apresentam sentidos ambíguos.
Referências: Bechara, Evanildo; Cunha & Cintra; Manual de Redação da Presidência: “aconselha-se o uso de frases claras, na ordem direta”.
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