Aristóteles afirma na Ética a Nicômaco que é
possível, do ponto de vista moral, errar de muitas
maneiras, mas só há uma maneira de acertar (EN,
II, 6, 1106b 29-30). Erramos quando temos medo
de tudo e não enfrentamos nada; erramos quando
nos entregamos sem medida a todo tipo de prazer;
erramos quando não restituímos o que é do outro
por direito. Por outro lado, acertamos quando
evitamos os excessos.
No que diz respeito à Ética de Aristóteles, é correto
afirmar que
Gabarito comentado
Alternativa correta: B
Tema central: Trata-se da ética aristotélica, em especial da doutrina da virtude como meio entre extremos e do papel da sabedoria prática (phronesis) como guia do agir virtuoso. Conhecer esse núcleo é essencial para responder corretamente.
Resumo teórico: Para Aristóteles (Ética a Nicômaco, II.6, 1106b29-30) a virtude moral é uma disposição adquirida por hábito que nos leva ao meio adequado entre dois vícios (excesso e defeito). A pessoa virtuosa age conforme a razão prática; o phronimos (o indivíduo dotado de sabedoria prática) sabe qual é o meio e serve de modelo. Virtude não é apenas saber teoricamente, nem um ato isolado, mas uma disposição estável orientada pela razão prática.
Justificativa da alternativa B: A alternativa B afirma que "agimos com virtude se seguimos o exemplo do indivíduo dotado de sabedoria prática". Isso está alinhado com Aristóteles: o phronimos mostra como situar-se no meio; imitar esse critério prático é condição para agir virtuosamente. Logo, B é correta.
Análise das alternativas incorretas:
A (errada) — "iremos voluntariamente cometer erros, porque não está em nosso poder evitá-los." Aristóteles distingue ações voluntárias e involuntárias e defende que a virtude se forma pelo hábito e pela deliberação; não somos impotentes para evitar erros morais. A alternativa confunde contingência com inevitabilidade.
C (errada) — "quem tem o conhecimento do que são as virtudes evitará as várias maneiras de errar." Ter conhecimento teórico não é suficiente. Aristóteles diferencia conhecimento intelectual de phronesis e hábito: é preciso prática e formação do caráter, não só saber conceitual.
D (errada) — "basta que acertemos uma única vez para sermos considerados como seres virtuosos." Virtude, para Aristóteles, é uma disposição estável; um único ato correto não constitui virtude. Exige repetição e constância.
Dica de prova: Procure termos-chave no enunciado (meio, phronesis, hábito). Se a alternativa enfatiza conhecimento puro ou ato isolado, provavelmente é armadilha.
Fonte principal: Aristóteles, Ética a Nicômaco, Livro II (cap. 6), referência clássica: EN II.6, 1106b29-30.
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