Com base no trecho e no romance, considere as afirmativas a seguir acerca da narradora.
I. No trecho “... esperando que o porteiro se enfiasse na guarita pra responder ao interfone de frente pro
saguão...”, apesar de a narradora estar em primeira pessoa, assim como no restante do romance, ela é
também onisciente no contato com diversas personagens.
II. A narradora alterna passagens que contêm o relato das próprias ações, como em “Tirei o interfone do
gancho e o deixei balançando, pendurado no fio, bati a porta da cozinha e desci correndo pela escada de
serviço...”, com trechos que são suposições dos atos de personagens.
III. Há momentos no trecho dedicados à expressão de sentimentos provocados pelas próprias ações da narradora-protagonista, como em: “Não me importava nada o que haveria de acontecer com o interfone nem
com o porteiro.”
IV. O trecho apresenta passagens em que a narradora-protagonista faz conjecturas sobre conspirações armadas por outras personagens, como em: “... sabe-se lá que raio de combinação eles tinham com os
porteiros, com os vizinhos?”
Assinale a alternativa correta.
Com base no trecho e no romance, considere as afirmativas a seguir acerca da narradora.
I. No trecho “... esperando que o porteiro se enfiasse na guarita pra responder ao interfone de frente pro saguão...”, apesar de a narradora estar em primeira pessoa, assim como no restante do romance, ela é também onisciente no contato com diversas personagens.
II. A narradora alterna passagens que contêm o relato das próprias ações, como em “Tirei o interfone do gancho e o deixei balançando, pendurado no fio, bati a porta da cozinha e desci correndo pela escada de serviço...”, com trechos que são suposições dos atos de personagens.
III. Há momentos no trecho dedicados à expressão de sentimentos provocados pelas próprias ações da narradora-protagonista, como em: “Não me importava nada o que haveria de acontecer com o interfone nem com o porteiro.”
IV. O trecho apresenta passagens em que a narradora-protagonista faz conjecturas sobre conspirações armadas por outras personagens, como em: “... sabe-se lá que raio de combinação eles tinham com os porteiros, com os vizinhos?”
Assinale a alternativa correta.
Leia o trecho, a seguir, retirado do livro Quarenta dias, de Maria Valéria Rezende, e responda à questão.
Saí, em busca de Cícero Araújo ou sei lá de quê, mas sem despir-me dessa nova Alice, arisca e áspera,
que tinha brotado e se esgalhado nesses últimos meses e tratava de escamotear-se, perder-se num mundo
sem porteira, fugir ao controle de quem quer que fosse. Tirei o interfone do gancho e o deixei balançando,
pendurado no fio, bati a porta da cozinha e desci correndo pela escada de serviço, esperando que o porteiro
se enfiasse na guarita pra responder ao interfone de frente pro saguão, de modo que eu pudesse sair de
fininho, por trás dos pilotis, e escapar sem ser vista. Não me importava nada o que haveria de acontecer com
o interfone nem com o porteiro.
Ganhei a rua e saí a esmo, querendo dar o fora dali o mais depressa possível, como se alguém me vigiasse
ou me perseguisse, mas saí andando decidida, como se soubesse perfeitamente aonde ia, pisando duro,
como nunca tinha pisado em parte alguma da minha antiga terra, lá onde eu sempre soube ou achava que
sabia que rumo tomar. Saí, sem perguntar nada ao guri da banca da esquina nem a ninguém, até que me
visse a uma distância segura daquele endereço que me impingiram e onde eu me sentia espionada, sabe-se
lá que raio de combinação eles tinham com os porteiros, com os vizinhos? Olhe só, Barbie, como eu chegava
perigosamente perto da paranoia e ainda falo “deles” como se fossem meus inimigos, minha filha e meu genro
REZENDE, Maria Valéria. Quarenta dias. 1ª ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2014. p. 95-96.
Leia o trecho, a seguir, retirado do livro Quarenta dias, de Maria Valéria Rezende, e responda à questão.
Saí, em busca de Cícero Araújo ou sei lá de quê, mas sem despir-me dessa nova Alice, arisca e áspera, que tinha brotado e se esgalhado nesses últimos meses e tratava de escamotear-se, perder-se num mundo sem porteira, fugir ao controle de quem quer que fosse. Tirei o interfone do gancho e o deixei balançando, pendurado no fio, bati a porta da cozinha e desci correndo pela escada de serviço, esperando que o porteiro se enfiasse na guarita pra responder ao interfone de frente pro saguão, de modo que eu pudesse sair de fininho, por trás dos pilotis, e escapar sem ser vista. Não me importava nada o que haveria de acontecer com o interfone nem com o porteiro.
Ganhei a rua e saí a esmo, querendo dar o fora dali o mais depressa possível, como se alguém me vigiasse ou me perseguisse, mas saí andando decidida, como se soubesse perfeitamente aonde ia, pisando duro, como nunca tinha pisado em parte alguma da minha antiga terra, lá onde eu sempre soube ou achava que sabia que rumo tomar. Saí, sem perguntar nada ao guri da banca da esquina nem a ninguém, até que me visse a uma distância segura daquele endereço que me impingiram e onde eu me sentia espionada, sabe-se lá que raio de combinação eles tinham com os porteiros, com os vizinhos? Olhe só, Barbie, como eu chegava perigosamente perto da paranoia e ainda falo “deles” como se fossem meus inimigos, minha filha e meu genro
REZENDE, Maria Valéria. Quarenta dias. 1ª ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2014. p. 95-96.