Mato Grosso do Sul possui significativa população indígena. Com relação à questão indígena desse Estado, seus antecedentes históricos e situação atual, assinale a alternativa correta.

Resposta correta: Alternativa D

Tema central: a questão trata da história e da situação atual dos povos indígenas no território do atual Mato Grosso do Sul — sua ocupação pré‑colombiana, diversidade linguística-cultural e as relações com processos econômicos (como os ervais) e instituições estatais (SPI/FUNAI). Esse conhecimento exige noções de arqueologia regional, etnografia e história do período colonial e republicano.

Resumo teórico: a ocupação indígena na região é antiga (pré‑hispânica), com diversos povos e línguas; a fronteira da expansão da erva‑mate e das fazendas no século XIX/XX envolveu trabalho indígena e paraguaios; o SPI (início do século XX) criou reservas, mas não solucionou os conflitos fundiários; a atual política indigenista é regulada pela Constituição de 1988 (art. 231) e por órgãos como a FUNAI.

Justificativa da alternativa D: historicamente, a Companhia Matte Laranjeira e outros ervais do planalto sul‑matogrossense empregaram massivamente mão‑de‑obra paraguaia e também recorreram ao engajamento de indígenas Kaiowá e Guarani (Ñandeva) em várias localidades. A alternativa está correta porque reconhece esse padrão real de recrutamento regional e a presença de Kaiowá/Guarani em atividades relacionadas aos ervais.

Análise das alternativas incorretas:

A — Errada: afirma que a presença humana é recente e que indígenas e europeus chegaram simultaneamente no séc. XVI. Na verdade existem vestígios arqueológicos de ocupação pré‑colombiana muito anterior ao contato europeu.

B — Errada: supõe que o pantanal era área quase desabitada pela insalubridade. Diversos povos indígenas ocuparam e se adaptaram a ecossistemas variados (cerrado, pantanal, matas de galeria), não ficando restritos apenas aos “vales” citados.

C — Errada: generaliza a origem linguística: os povos atuais são linguisticamente diversos — por exemplo, Kadiweu (família guaicurú), Terena (família aruaque), Guató (isolado ou com classificação particular) e Guarani (tupi‑guarani). Diversidade ≠ uniformidade cultural.

E — Errada: o SPI criou reservas entre 1915‑1928, mas isso não “pacificou em definitivo” os conflitos fundiários. Pelo contrário, resistência, expulsões e disputas continuaram ao longo do século XX e persistem até hoje.

Dicas de prova: desconfie de termos absolutos como “definitivamente”; cheque cronologias (pré‑colombiano vs. chegada europeia); conheça famílias linguísticas e as relações entre economia regional (ervais) e trabalho indígena.

Fontes orientadoras: Constituição Federal (art. 231), materiais da FUNAI e historiografia regional sobre ervais e povos Kaiowá/Guarani.

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