Sartre define seu pensamento moral como um
sistema normativo de regras de conduta
universais.
O filósofo Jean-Paul Sartre (1905-1980) afirma que
o homem pode agir de boa-fé ou de má-fé no que
diz respeito à justificativa de suas ações. Sartre
define a boa-fé da seguinte maneira: “Quando
declaro que a liberdade, através de cada situação
concreta, não pode ter outro objetivo senão o de
querer-se a si própria, quero dizer que, se alguma
vez o homem reconhecer que está estabelecendo
valores, em seu desamparo, ele não poderá mais
desejar outra coisa a não ser a liberdade como
fundamento de todos os valores. Isso não significa
que ele a deseja abstratamente. Mas,
simplesmente, que os atos dos homens de boa-fé
possuem como derradeiro significado a procura da
liberdade enquanto tal”. (SARTRE, J-P.. O
existencialismo é um humanismo. São Paulo: Abril
Cultural, 1987, p. 19). Sobre o existencialismo,
assinale o que for correto.
Gabarito comentado
Resposta correta: E — Errado
Tema central: a questão avalia se o existencialismo de Jean‑Paul Sartre constitui um sistema moral de regras universais. Entender a noção sartreana de liberdade, boa‑fé e má‑fé é fundamental para responder.
Resumo teórico: Para Sartre, a existência precede a essência: não há natureza humana predefinida que dite valores universais. A liberdade humana é radical e responsabilizadora: cada escolha cria valores e revela o que o agente entende por humano. Boa‑fé é assumir essa liberdade e responsabilidade; má‑fé é negar‑se, fingindo estar determinado por regras externas. (Ver: Jean‑Paul Sartre, O existencialismo é um humanismo; Being and Nothingness.)
Justificativa do gabarito (por que E — Errado): A afirmação é falsa porque Sartre não propõe um sistema de normas universais. Ao contrário, ele rejeita a existência de regras morais objetivas que se apliquem automaticamente a todas as situações. Sua ética é situacional e exige que o indivíduo escolha conscientemente, assumindo a responsabilidade por criar valores ao agir. Assim, não se trata de um conjunto de regras universais, mas de uma exigência de autenticidade e responsabilidade subjetiva.
Dica de prova: em itens sobre Sartre, desconfie de expressões como "universais", "regras objetivas" ou "sistema normativo". Esses termos conflitam com a ênfase sartreana em liberdade, criação de valores e responsabilidade individual.
Fontes recomendadas: J.‑P. Sartre, O existencialismo é um humanismo; Being and Nothingness; entrada "Sartre" na Stanford Encyclopedia of Philosophy.
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