Proporção, harmonia, equilíbrio não são
critérios de beleza para os objetos artísticos.
Diz Aristóteles (388-322 a.C.), na obra Poética,
sobre a noção de imitação (mimesis) artística: “Ao
homem é natural imitar desde a infância – e nisso
difere ele dos outros seres, por ser capaz da
imitação e por aprender, por meio da imitação, os
primeiros conhecimentos; e todos os homens
sentem prazer em imitar. Prova disso é o que
ocorre na realidade: temos prazer em contemplar
imagens perfeitas das coisas cuja visão nos
repugna, como [as figuras dos] animais ferozes e
dos cadáveres.” (ARISTÓTELES. Poética, livro IV,
§§ 13 e 14, p. 40). Do mesmo modo diz o filósofo,
na Física: “Em resumo, a arte ou completa o
processo que a natureza é incapaz de fazer
inteiramente ou imita a natureza.” (ARISTÓTELES.
Física, 199a. In. FIGURELLI, R.. Antologia de textos
filosóficos. Curitiba: SEED, 2009, p. 546). Com
base nessas afirmações de Aristóteles, assinale
a alternativa correta.
Gabarito comentado
Alternativa correta: E — Errado
Tema central: trata-se da noção aristotélica de mimesis (imitação) e dos critérios de beleza/eficácia artística. Entender que, para Aristóteles, a arte imita ou completa a natureza e busca ordem e proporção ajuda a avaliar afirmações sobre o que constitui beleza artística.
Resumo teórico objetivo: Aristóteles afirma que o homem imita por natureza (Poética) e que a arte imita ou complementa a natureza (Física, 199a). Para ele, o prazer estético decorre da percepção de formas ordenadas e bem estruturadas: elementos como unidade, ordem, proporção e harmonia são centrais — por exemplo, a “unidade de ação” na Poética é uma expressão desse princípio de ordem na tragédia. Em suma: beleza, para Aristóteles, está ligada à ordem, proporção e completude (ver também estudos contemporâneos em filosofia da arte; Stanford Encyclopedia of Philosophy sobre Aristotelian aesthetics).
Por que E — Errado é a resposta correta: a afirmação original nega que proporção, harmonia e equilíbrio sejam critérios de beleza. Isso contraria diretamente a concepção aristotélica: a arte busca reproduzir a natureza por meio de formas ordenadas e proporcionais; a apreciação estética envolve prazer diante da forma bem constituída. Logo, dizer que esses elementos “não são critérios” é incompatível com os textos aristotélicos citados (Poética; Física 199a) e com a interpretação clássica da teoria do belo em Aristóteles.
Dica de interpretação para provas: atenção a negações categóricas ("não são critérios") — elas costumam ser armadilhas. Relacione termos-chave do enunciado (mimesis, proporção, harmonia, unidade) com os conceitos textuais do autor citado; se houver contradição direta com o autor, a alternativa é falsa.
Fontes sugeridas: Aristóteles, Poética; Aristóteles, Física (199a); Stanford Encyclopedia of Philosophy — entradas sobre Aristotelian aesthetics.
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