Recentemente o jornal Folha de São Paulo
classificou a ditadura civil-militar brasileira (1964–1985), de “ditabranda”, alegando que em outros
países do cone sul os militares tinham sido mais
severos. Essa versão também é defendida por muitos oficiais da reserva que, inclusive, se opõem às
indenizações pagas aos civis atingidos por suas
ações, numa tentativa clara de esconder as 50.000
prisões, os 10.000 exilados e as centenas de mortos
e desaparecidos. É certo que nem todos os
brasileiros foram atingidos com a mesma
intensidade pelos órgãos da repressão, mas algumas
categorias sofreram, de forma avassaladora, seus
efeitos, dentre os mais atingidos destacam-se:
Gabarito comentado
Alternativa correta: C
Tema central: repressão política durante a ditadura civil‑militar brasileira (1964–1985). É preciso saber quem foram os principais alvos dos aparelhos repressivos (censura, prisões, tortura, exílio) e reconhecer termos/fragilidades cronológicas nas alternativas.
Resumo teórico: Após o AI‑5 (1968) e com órgãos como DOPS, DOI‑CODI e Comando de Caça aos Comunistas, o regime perseguiu quem era identificado como “inimigo interno”: estudantes, sindicalistas, artistas engajados e militantes de esquerda. A Comissão Nacional da Verdade e relatórios de direitos humanos documentam prisões, torturas, mortes e exílios como instrumentos sistemáticos de repressão (Comissão Nacional da Verdade, 2014).
Por que C é correta: a alternativa indica precisamente os grupos historicamente visados — estudantes, sindicalistas, artistas e militantes de esquerda — alvo prioritário da repressão ideológica e policial. Esses segmentos participavam de protestos, greves e manifestações culturais que o regime considerava subversivas, justificando prisões, censura e exílio.
Análise das alternativas incorretas:
A — Empresários e banqueiros: em geral foram aliados ou beneficiários do regime; não foram os alvos centrais da repressão política.
B — Políticos com corte de projetos/recursos: há controle político e cassações de mandatos, mas a justificativa dada (medidas para equilibrar balança comercial) mistura política econômica com repressão de forma imprecisa — não descreve o perfil dos “mais atingidos”.
D — Movimento dos Trabalhadores Sem Terra: o MST foi fundado oficialmente em 1984, já no fim do regime; portanto, sua caracterização como alvo relevante da ditadura é anacrônica.
E — Militantes de ONGs contra Itaipu/Transamazônica: oposição a grandes obras existiu, mas ONGs ambientais com força organizada surgiram mais tarde; essa alternativa é muito específica e não corresponde aos principais grupos perseguidos.
Dica de prova: procure palavras‑chave históricas (AI‑5, estudantes, sindicatos, exílio) e desconfie de alternativas anacrônicas ou excessivamente específicas. Quando um grupo não existe no período sugerido, elimine rapidamente.
Fontes recomendadas: Relatório da Comissão Nacional da Verdade (2014) e documentos da Amnesty International sobre o período.
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