Na obra O filho eterno, há várias passagens que indicam uma relação especular entre Felipe e seu pai. O protagonista constata ser modelo para o filho quando ele, Felipe, começa a

Tema central da questão: Interpretação de texto, com foco em compreensão de sentido e inferência, especialmente o reconhecimento de relações de espelhamento ou imitação entre personagens.

Na questão, é destacado que há uma “relação especular” (efeito de espelho, de imitação) entre Felipe e seu pai na obra O filho eterno. A banca espera que o candidato compreenda o significado de “especular” no contexto literário, quer dizer, que o filho reflete as atitudes, os gestos ou os hábitos do pai.

Justificativa da alternativa correta (A):

A alternativa A) pronunciar palavrões é a correta porque, em momentos marcantes da obra, o filho absorve e reproduz comportamentos do pai — entre eles, o ato de falar palavrões. O romance de Cristovão Tezza utiliza esse detalhe para evidenciar a influência paterna. Essa reprodução explícita de vícios de linguagem evidencia, no texto, a relação de espelhamento, cumprindo o que o enunciado pede.

De acordo com Bechara (2009), “a interpretação de textos consiste na apreensão do sentido global do texto, identificação das ideias principais e secundárias, e percepção das relações entre elas”. Aqui, o sentido central é o comportamento imitativo.

Análise das alternativas incorretas:

• B) buzinar no banco do fusca — Não há, na narrativa, destaque para este comportamento como exemplo de imitação direta do pai, ou espelhamento de atitude significativa.
• C) torcer pelo Clube Atlético Paranaense — Apesar de torcer por um time possa ser influenciado pela família, a obra não dá ênfase nesse aspecto como símbolo de espelhamento ou modelagem.
• D) demonstrar impulsos sexuais — Este comportamento não aparece como imitação clara do pai, tampouco evidencia a relação especular tratada na questão.

Note que, estratégias de leitura eficazes para questões assim envolvem identificar palavras-chave no enunciado (como “relação especular”) e, a partir delas, buscar na memória da obra o exemplo mais representativo de imitação. O uso de exemplos triviais, irrelevantes ou inexistentes é uma “pegadinha” comum.

Dica para outras questões: Atente-se sempre ao sentido preciso de expressão-chave e busque o trecho do texto que melhor a representa. O raciocínio deve ser guiado pelo sentido geral e não por aproximações vagas.

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