A inserção da personagem Maggie na prática corporal
do boxe indica a possibilidade da construção de uma
feminilidade marcada pela
O filme Menina de ouro conta a história de Maggie
Fitzgerald, uma garçonete de 31 anos que vive sozinha
em condições humildes e sonha em se tornar uma
boxeadora profissional treinada por Frankie Dunn.
Em uma cena, assim que o treinador atravessa a
porta do corredor onde ela se encontra, Maggie o aborda
e, a caminho da saída, pergunta a ele se está interessado
em treiná-la. Frankie responde: “Eu não treino garotas”.
Após essa fala, ele vira as costas e vai embora. Aqui,
percebemos, em Frankie, um comportamento ancorado
na representação de que boxe é esporte de homem e,
em Maggie, a superação da concepção de que os ringues
são tradicionalmente masculinos.
Historicamente construída, a feminilidade dominante
atribui a submissão, a fragilidade e a passividade a uma
“natureza feminina”. Numa concepção hegemônica dos
gêneros, feminilidades e masculinidades encontram-se
em extremidades opostas.
No entanto, algumas mulheres, indiferentes às
convenções sociais, sentem-se seduzidas e desafiadas
a aderirem à prática das modalidades consideradas
masculinas. É o que observamos em Maggie, que se
mostra determinada e insiste em seu objetivo de ser
treinada por Frankie.
FERNANDES, V; MOURÃO, L. Menina de ouro e a representação de feminilidades plurais.
Movimento, n. 4, out.-dez. 2014 (adaptado).
O filme Menina de ouro conta a história de Maggie Fitzgerald, uma garçonete de 31 anos que vive sozinha em condições humildes e sonha em se tornar uma boxeadora profissional treinada por Frankie Dunn.
Em uma cena, assim que o treinador atravessa a porta do corredor onde ela se encontra, Maggie o aborda e, a caminho da saída, pergunta a ele se está interessado em treiná-la. Frankie responde: “Eu não treino garotas”. Após essa fala, ele vira as costas e vai embora. Aqui, percebemos, em Frankie, um comportamento ancorado na representação de que boxe é esporte de homem e, em Maggie, a superação da concepção de que os ringues são tradicionalmente masculinos.
Historicamente construída, a feminilidade dominante atribui a submissão, a fragilidade e a passividade a uma “natureza feminina”. Numa concepção hegemônica dos gêneros, feminilidades e masculinidades encontram-se em extremidades opostas.
No entanto, algumas mulheres, indiferentes às convenções sociais, sentem-se seduzidas e desafiadas a aderirem à prática das modalidades consideradas masculinas. É o que observamos em Maggie, que se mostra determinada e insiste em seu objetivo de ser treinada por Frankie.
FERNANDES, V; MOURÃO, L. Menina de ouro e a representação de feminilidades plurais. Movimento, n. 4, out.-dez. 2014 (adaptado).