Questão d892ea66-d8
Prova:FAMERP 2015
Disciplina:História
Assunto:História Geral, Mercantilismo, Colonialismo e a ocupação portuguesa no Brasil, Expansão Comercial a Marítima: a busca de novos mundos, História do Brasil

    O Capitão-mor perguntou a todos se nos parecia ser bem mandar a nova do achamento desta terra a Vossa Alteza pelo navio dos mantimentos, para a melhor mandar descobrir e saber dela mais do que agora nós podíamos saber, por irmos de nossa viagem. E foi por todos ou a maior parte dito que seria muito bem. Perguntou mais se seria bom tomar aqui por força um par destes homens para os mandar a Vossa Alteza e deixar aqui por eles outros dous destes degradados. A isto acordaram que não era necessário tomar por força homens por ser gente que ninguém entende.


(Pero Vaz de Caminha. Carta a el-rei dom Manuel sobre o achamento do Brasil, 1974. Adaptado.)



A carta de Pero Vaz de Caminha para o rei de Portugal, datada de 1 de maio de 1500, revela

A
o descaso dos navegantes, assim como da coroa portuguesa, para com um território densamente povoado por indígenas.
B
a necessidade de medidas para se ampliar o conhecimento da terra, considerando que a frota portuguesa devia partir para novo rumo.
C
o desconhecimento das sociedades indígenas sobre as regiões demasiadamente afastadas do litoral.
D
a intenção da coroa portuguesa em colonizar a terra recém-descoberta com prisioneiros e dissidentes políticos e religiosos.
E
a impossibilidade da exploração da mão de obra indígena na extração de recursos e riquezas abundantes no litoral.

Gabarito comentado

V
Vanessa CamposMonitor do Qconcursos

Resposta correta: B

Tema central: leitura de fonte primária (Carta de Pero Vaz de Caminha, 1º de maio de 1500) sobre as primeiras reações portuguesas ao “achamento” do Brasil — em especial a preocupação em informar a coroa e ampliar o conhecimento da terra antes de seguir viagem.

Resumo teórico: Cartas de viajantes e cronistas são documentos-chave para entender os primeiros contatos europeus com populações indígenas. Nelas aparecem intenções administrativas (informar a metrópole), estratégicas (enviar navios de mantimentos, prosseguir exploração) e problemas práticos (barreiras linguísticas). A leitura atenta dos verbos e propostas no texto revela as finalidades imediatas da expedição.

Justificativa da alternativa B: O trecho fala explicitamente em “mandar a nova do achamento... pelo navio dos mantimentos, para a melhor mandar descobrir e saber dela mais do que agora nós podíamos saber, por irmos de nossa viagem.” Ou seja, há a intenção de tomar medidas para ampliar o conhecimento da terra porque a frota precisa seguir viagem — correspondendo exatamente à alternativa B.

Análise das alternativas incorretas:

A — Incorreta: Não há descaso; o texto registra interesse em comunicar e pedir mais descobertas. A referência a “gente que ninguém entende” indica dificuldade linguística, não desprezo por estarem “densamente povoados”.

C — Incorreta: A carta não trata do conhecimento indígena sobre áreas interiores; fala do desconhecimento dos portugueses sobre a língua e costumes locais.

D — Incorreta: Não há intenção explícita de colonizar com prisioneiros/dissidentes. Menciona “deixar aqui por eles outros dous destes degradados”, mas no contexto são homens da própria tripulação, não política de colonização com condenados.

E — Incorreta: O texto não aborda impossibilidade de exploração de mão de obra indígena; discute apenas comunicação e logística para melhor explorar/avaliar a terra.

Dica de prova: Foque em verbos de ação (mandar, descobrir, saber) e em quem propõe a ação (capitão-mor, tripulação) — eles indicam intenção prática da expedição e guiam para a alternativa correta.

Fonte principal: Carta de Pero Vaz de Caminha (1/5/1500), documento primário das primeiras comunicações portuguesas sobre o Brasil.

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