Questão d80f79cc-b4
Prova:UEFS 2010
Disciplina:História
Assunto:História Geral, Renascimento Científico, Artístico e Cultural

O Renascimento retirou da Igreja o monopólio da explicação das coisas do mundo. Aos poucos, o método experimental passou a ser o principal meio de se alcançar o saber científico da realidade. A verdade racional precisava ser sempre comprovada na prática, empiricamente (empirismo). Assim, apesar de a Reforma e a Contra-Reforma terem freado o ímpeto renascentista, estavam lançados os fundamentos que derrubariam definitivamente a escolástica, fundamentada no misticismo. (VICENTINO, 1997, p.195).

Um dos confrontos mais expressivos entre o monopólio do conhecimento da Igreja e o saber científico baseado na observação racional da natureza, preconizado pelo renascimento científico, ocorreu com

A
a invenção da pólvora pelos chineses e a expansão de seu uso entre os exércitos das monarquias europeias na Alta Idade Média.
B
a descoberta de antigos textos sagrados, comprovando a teoria do criacionismo do mundo, defendida pela Igreja.
C
as críticas formuladas por Miguel Ângelo à arte humanística, cultivada pela Igreja, desde o início do cristianismo.
D
a formulação da teoria heliocêntrica por Nicolau Copérnico, no século XV, complementada, posteriormente, por Galileu Galilei.
E
as experiências vitoriosas de Leonardo da Vinci na área da aviação, comprovando a capacidade do homem para voar, negada pela Igreja.

Gabarito comentado

V
Vanessa CamposMonitor do Qconcursos

Resposta: Alternativa D

Tema central: o confronto entre o saber religioso institucional (monopólio explicativo da Igreja) e o saber científico emergente no Renascimento, baseado na observação e experimentação — a chamada Revolução Científica.

Resumo teórico: a passagem da escolástica medieval para o método empírico-científico marcou o fim do monopólio clerical sobre explicações do cosmos. Nicolau Copérnico publicou De revolutionibus orbium coelestium (1543), propondo o heliocentrismo. Galileu Galilei, com observações telescópicas e defesa pública do modelo copernicano, exemplificou o embate: a Igreja julgou a teoria contrária às leituras bíblicas predominantes, culminando no processo e condenação (1633). Esse episódio sintetiza a colisão entre autoridade religiosa e investigação empírica (ver também obras e biografias de Copérnico e Galileu; enciclopédias como Britannica e Stanford Encyclopedia of Philosophy para leitura complementar).

Por que a alternativa D é correta: ela cita explicitamente a formulação heliocêntrica de Copérnico e o aprofundamento por Galileu — casos históricos emblemáticos de conflito entre explicação religiosa tradicional e explicação científica fundada na observação. Esses eventos representam, precisamente, o tipo de confronto descrito no enunciado.

Análise das alternativas incorretas:

A — invenção da pólvora: evento técnico-militar e difusão de tecnologia; não constituiu um embate epistemológico entre Igreja e ciência.

B — descoberta de textos sagrados comprovando criacionismo: contradiz o enunciado, que aponta para o enfraquecimento do monopólio explicativo da Igreja; além disso, não há episódio renascentista que se encaixe nessa descrição.

C — críticas de Michelangelo à arte humanística: confunde história da arte com conflito científico; Michelangelo foi artista do Renascimento, não protagonista de disputa científica com a Igreja.

E — experiências vitoriosas de Leonardo na aviação: Leonardo fez projetos e estudos de voo, mas não realizou “experiências vitoriosas” comprovando capacidade de voar; e essa questão não foi o principal choque entre Igreja e ciência.

Dica de prova: ao ler enunciados sobre “confronto entre Igreja e saber científico”, procure termos como heliocentrismo, Galileu, Copérnico, Observação/experimento. Descarte alternativas que tratem de tecnologia, arte ou achados que não impliquem desafio epistemológico direto ao magistério religioso.

Fontes para aprofundar: Copérnico, De revolutionibus (1543); Galileu, Diálogo (1632); estudos históricos sobre a Revolução Científica e o Caso Galileu — ver artigos da Britannica e Stanford Encyclopedia of Philosophy.

Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!

Estatísticas

Aulas sobre o assunto

Questões para exercitar

Artigos relacionados

Dicas de estudo