O poema de Sonia Queiroz apresenta uma voz lírica feminina que contrapõe o estilo de vida do homem ao modelo reservado à mulher. Nessa contra posição, ela conclui que

O poema expressa as diferenças de gênero e dos papéis sociais entre os homens e as mulheres. No caso do eu-lírico feminino, a autora faz uma comparação entre a vida da irmã e dos irmãos. Enquanto eles têm uma vida mais livre e sem educação, como evidenciado nos versos “eles se lambuzando e arrotando na mesa”, ela vive num mundo de restrições, totalmente voltada para os afazeres domésticos e para viver ao lado de um marido. Percebe-se a reação do eu-lírico feminino para a realidade em que vive, numa mistura de frustração e decepção, captados através dos adjetivos “fechada” e “contida”. Mesmo que não esteja explícito, a maneira como o eu-lírico expressa a vida dos irmãos nos faz considerar uma satisfação maior por parte deles com a vida que têm. Desta forma, e a partir do enunciado exposto, a letra E responde melhor a questão, já que na letra A a assepsia não é o principal fator que diferencia os homens das mulheres (até porque assepsia não está relacionada ao gênero). O aluno talvez possa confundir o uso da palavra “fogo” na mesma estrofe referente ao ato de cozinhar, porém o significado é totalmente diferente, já que a metáfora usada remete ao “fogo sexual”, ou seja, à vida sexual dos homens, em contrapartida ao comportamento austero e preso na vida doméstica da mulher, restando então o ato de cozinhar. A letra C também está incorreta, já que o poema não faz referência à ascensão social e financeira das mulheres. A letra D não corresponde como resposta correta, pois o significado de cama não está relacionada aos termos “alvura e enxovais”, voltado explicitamente para casamento.