Sobre os princípios lógicos que regem o curso do pensamento dialético, considere as afirmativas a seguir.
I. O Princípio da Identidade diz que A é A.
II. O Princípio da Diferença é tudo que não é A, isto é, o Não-A.
III. O Princípio da Coerência diz que a contradição deve ser evitada.
IV. O Princípio da Não contradição diz que a contradição é impossível.
Assinale a alternativa correta.
Sobre os princípios lógicos que regem o curso do pensamento dialético, considere as afirmativas a seguir.
I. O Princípio da Identidade diz que A é A.
II. O Princípio da Diferença é tudo que não é A, isto é, o Não-A.
III. O Princípio da Coerência diz que a contradição deve ser evitada.
IV. O Princípio da Não contradição diz que a contradição é impossível.
Assinale a alternativa correta.
Gabarito comentado
Alternativa correta: D — Somente I, II e III são corretas.
Tema central: princípios lógicos (identidade, diferença, coerência e não‑contradição) e sua leitura no contexto do pensamento dialético. Entender a diferença entre o enunciado normativo (como deve raciocinar‑se) e a descrição dialética (como a realidade pode conter contradições) é essencial.
Resumo teórico — de forma progressiva e prática:
I. Princípio da Identidade (correto): "A é A". É o fundamento da lógica clássica — uma coisa é ela mesma (Aristóteles: Metafísica). Serve como ponto de partida para definições e classificações.
II. Princípio da Diferença (correto): indica que o que não é A aparece como Não‑A — isto é, a noção de negação distingue termos. Na lógica dialética, a negação é dinâmica (Hegel: Ciência da Lógica) — o Não‑A não é apenas ausência, mas momento da mudança.
III. Princípio da Coerência (correto): afirma que contradições devem ser evitadas na formulação de argumentos; trata da consistência lógica do raciocínio. Mesmo na dialética, a coerência argumentativa é exigida para clareza — isto é diferente de negar que contradições existam na realidade.
IV. Princípio da Não‑Contradição (incorreto na forma dada): a afirmação "a contradição é impossível" é demasiadamente absoluta. A lógica clássica diz que proposições contraditórias não podem ser verdadeiras simultaneamente (Aristóteles), mas o pensamento dialético reconhece contradições imanentes nos processos reais (Engels, Hegel), logo afirmar a impossibilidade total da contradição confunde nível lógico‑formal com nível ontológico.
Por que as alternativas A, B, C e E estão erradas:
A — Só I e II: ignora que III (coerência como evitar contradição no raciocínio) também é válida.
B — Só I e IV: inclui IV que está formulada de modo absoluto (errado para o contexto dialético) e exclui II/III corretas.
C — Só III e IV: inclui IV (errada) e omite I e II fundamentais.
E — Só II, III e IV: novamente incorreta por incluir IV.
Dica de interpretação: atente-se a verbos e intensidade ("deve ser evitada" ≠ "é impossível"). Em provas, essa distinção costuma ser a pegadinha: princípios normativos do raciocínio não implicam negação das contradições existentes na realidade dialética.
Fontes sugeridas: Aristóteles (Metafísica), G. W. F. Hegel (Ciência da Lógica), F. Engels (Anti‑Dühring).
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