Questão d1b471f3-63
Prova:UNEAL 2013
Disciplina:História
Assunto:História Geral, Período Entre-Guerras; Crise de 1929 e seus desdobramentos

Sobre a Crise Capitalista de 1929, é correto afirmar:

A
a superprodução pouco influenciou a Crise de 1929. Nesta superprodução, houve um equilíbrio entre oferta e procura de modo a evitar a saturação do mercado.
B
o liberalismo econômico foi uma alternativa para a superação da Crise de 1929. O Estado, por não intervir na economia, permitiu que o próprio sistema capitalista regulasse naturalmente seu mercado.
C
a falência da Bolsa de Valores de Nova Iorque ocorreu exclusivamente pela falta de especulação financeira e alta valorização das ações, ocasionando, assim, uma superprodução.
D
o New Deal representava um conjunto de medidas proposto pelo presidente norte-americano Franklin Delano Roosevelt. Entre as diversas medidas, previam-se intervenções no mercado e incentivos para a criação de ofertas de empregos.
E
a relação entre oferta e procura não pode ser considerada como capaz de influenciar no mercado e variação de preços de ações, mercadorias e cambio monetário.

Gabarito comentado

G
Gabrielle FrancoMonitor do Qconcursos

Resposta correta: D

Tema central: a questão trata da Crise de 1929 e das respostas políticas para superá‑la — especialmente o New Deal de Franklin D. Roosevelt. É importante conhecer as causas da crise (especulação, excesso de produção, contração de crédito, falências bancárias) e as medidas adotadas para enfrentar desemprego, colapso financeiro e recessão.

Resumo teórico: A Grande Depressão teve múltiplas causas: especulação no mercado acionário, alavancagem, excesso de capacidade produtiva frente à queda da demanda, fragilidade do sistema bancário e políticas protecionistas posteriores (ex.: Smoot‑Hawley). A recuperação nos EUA exigiu intervenção estatal ativa — medidas fiscais e regulatórias — influenciadas por ideias keynesianas (ver Keynes, 1936; Kindleberger, 1973).

Justificativa da alternativa D: O New Deal (Roosevelt, 1933 em diante) foi um conjunto de políticas públicas que incluía intervenções diretas no mercado e programas de criação de emprego: obras públicas (WPA), programas de conservação (CCC), reformas bancárias (Emergency Banking Act, criação do FDIC), regulação dos mercados financeiros (SEC em 1934), AAA para agricultura e a Social Security Act (1935). Essas ações mostram claramente intervenção estatal e estímulo à oferta de empregos, logo a alternativa D está correta (ver Kindleberger; medidas e leis de 1933–1935).

Análise das alternativas incorretas:

A — Incorreta. A superprodução e o desequilíbrio entre oferta e demanda foram fatores centrais que levaram à queda dos preços e à recessão. Não houve equilíbrio que evitasse saturação do mercado.

B — Incorreta. O liberalismo econômico de não intervenção não solucionou a crise; ao contrário, a experiência mostrou a necessidade de intervenção estatal para restaurar demanda e regular o sistema financeiro.

C — Incorreta e contraditória: a falência da Bolsa não ocorreu por falta de especulação — houve especulação excessiva e bolha de preços. Além disso, a crise não foi causada exclusivamente por esse fator; havia problemas estruturais e financeiras.

E — Incorreta. Relações entre oferta e demanda influenciam diretamente preços de mercadorias, ações e taxas de câmbio; negar isso ignora a base da teoria econômica e a prática histórica.

Estrategia de prova: procure palavras‑armadilha (por exemplo, "exclusivamente", "pouco", "não pode"), vincule medidas citadas às ações históricas (ex.: New Deal → intervenções e empregos) e prefira alternativas compatíveis com múltiplas evidências históricas.

Fontes recomendadas: John Maynard Keynes, The General Theory (1936); Charles Kindleberger, The World in Depression 1929–1939 (1973); Eric Hobsbawm, Age of Extremes (1994).

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