INSTRUÇÃO: Para responder à questão , considere as afirmações abaixo sobre o Período Imperial brasileiro (1822-1889).

I. O Primeiro Reinado caracterizou-se pelos constantes conflitos entre o Imperador e as elites do País, tendo em vista que D. Pedro I praticamente governou de forma autoritária, desconsiderando o Legislativo.

II. Durante o Período Regencial, os governantes deixaram de ser hereditários e passaram a ser selecionados por eleições, o que leva a historiografia a considerar essa fase como sendo a primeira experiência republicana no País, pois os regentes eram escolhidos pelo voto universal direto.

III. O Segundo Reinado foi um período de grande estabilidade política da história imperial, pois o imperador D. Pedro II ficou quase 50 anos no poder, governando com o apoio de um só partido, o Partido Conservador.

IV. Dentre os fatores que contribuíram para a crise do regime imperial, podemos elencar o conflito do Imperador com o Exército, a crise entre a monarquia e a Igreja e, por fim, a abolição da escravidão, que levou a elite cafeicultora fluminense a romper politicamente com a monarquia.

Estão corretas apenas as afirmativas

Resposta correta: B — I e IV

Tema central: estrutura política do Período Imperial (1822–1889) e suas fases principais — Primeiro Reinado, Período Regencial e Segundo Reinado — com ênfase em conflitos políticos, formas de seleção dos governantes e causas da crise final da monarquia.

Resumo teórico essencial:

• Primeiro Reinado (1822–1831): D. Pedro I teve atuação forte e autoritária — dissolveu a Assembleia Constituinte (1823) e outorgou a Constituição de 1824, fortalecendo o Executivo. Tensões com elites e movimentos provinciais levaram à sua abdicação (1831).

• Período Regencial (1831–1840): regentes foram escolhidos pelas câmaras e pela Assembleia Legislativa, dentro de um sistema de voto censitário e restrito — não houve voto universal nem democracia direta.

• Segundo Reinado (1840–1889): longa estabilidade relativa sob D. Pedro II, mas com alternância entre Partido Conservador e Partido Liberal; crise final articulou conflito com o Exército, disputa com setores da Igreja (Questão Religiosa) e perda de apoio das elites após a abolição (Lei Áurea, 1888).

Por que a alternativa B está correta:

I — Verdadeira: D. Pedro I adotou medidas autoritárias (dissolução da Constituinte, 1823; Constituição de 1824) e esteve em constante conflito com setores liberais e oligárquicos, culminando em fragilização do seu governo e abdicação.

IV — Verdadeira: a crise do regime envolveu, entre outros fatores, o desgaste com o Exército (influência positivista e reclamações militares), a Questão Religiosa (conflitos com a hierarquia católica na década de 1870) e, decisivamente, a abolição da escravidão (Lei Áurea, 13/05/1888), que afastou parte da elite agrária do apoio à monarquia.

Análise das alternativas incorretas:

II — Falsa: os regentes não foram escolhidos por voto universal direto; o sufrágio era censitário e a seleção era mediada por instituições representativas oligárquicas. Logo, não se trata de “primeira experiência republicana” com voto universal.

III — Falsa: embora D. Pedro II tenha reinado por quase 50 anos, ele não governou com o apoio exclusivo de um só partido. Houve alternância entre Liberais e Conservadores e negociações políticas constantes; a ideia de “um só partido” é imprecisa.

Dica de prova: ao ver termos absolutos como “voto universal direto” ou “um só partido”, questione-os — geralmente são sinais de enunciado incorreto. Correlacione com datas e leis-chave (Constituição de 1824; Leis do Ventre Livre de 1871; Lei Áurea de 1888) para confirmar a resposta.

Fontes indicadas: Constituição de 1824; Lei do Ventre Livre (1871); Lei Áurea (1888); obras introdutórias de Emília Viotti da Costa e Boris Fausto sobre o Império.

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