Considere o texto a seguir:
[...]
Meu Brasil!...
Que sonha com a volta
do irmão do Henfil.
Com tanta gente que partiu
num rabo de foguete.
Chora! A nossa pátria, mãe gentil
choram Marias e Clarices no solo do Brasil.
Mas sei, que uma dor assim pungente
não há de ser inutilmente a esperança... [...]
( http://letras.terra.com.br/elis-regina/45679/. Acesso em
06.03.2010)
A música O bêbado e a equilibrista, escrita por João
Bosco e Aldir Blanc, se tornou o símbolo
Gabarito comentado
Resposta correta: D — da campanha pela anistia dos exilados e presos políticos.
Tema central: a questão exige identificar o sentido político-histórico de uma canção popular vinculada ao período da ditadura militar no Brasil (1964‑1985). É preciso reconhecer referências líricas que aludem à saudade, ao retorno e à dor coletiva como sinalizadores de exílio e perseguição política.
Resumo teórico: durante a ditadura houve repressão, prisões e exílio de opositores. A reivindicação pela anistia ganhou força na década de 1970 e culminou na Lei nº 6.683, de 28 de agosto de 1979 (Lei da Anistia), que possibilitou, em termos jurídicos e políticos, o retorno e a reintegração de muitos atingidos pelo regime.
Justificativa da alternativa D: expressões como “volta”, “tanta gente que partiu” e o caráter simbólico da música tornaram-na hino da expectativa pelo retorno dos exilados e pelo fim das perseguições — ou seja, da campanha pela anistia. A canção, interpretada por Elis Regina, foi imediatamente associada a esse clima de espera e mobilização.
Análise das alternativas incorretas:
A — “Diretas Já”: movimento posterior (1983–1984) cuja pauta era a votação direta para presidente; distinto da campanha de anistia, que ocorreu e obteve avanços já em 1979.
B — “ufanismo da direita”: a letra tem tom de lamento e esperança democrática, não de exaltação nacionalista de direita; portanto não se encaixa.
C — “pluripartidarismo”: tema institucional sobre sistema partidário, não o foco lírico da música, que remete a direitos humanos e retorno dos perseguidos.
E — “greves em São Bernardo do Campo”: refere-se ao movimento operário do final da ditadura e da redemocratização (anos 70–80), mas a canção tornou‑se símbolo da anistia, não especificamente das greves operárias.
Dica de interpretação: procure palavras-chave no enunciado/trecho (volta, partida, choro, irmão do Henfil) que remetam a pessoas forçadas ao exílio ou prisão. Relacione essas pistas ao contexto histórico (repressão, campanhas por anistia) antes de escolher a alternativa.
Fonte recomendada: Lei nº 6.683/1979 (Lei da Anistia) e manuais de História do Brasil contemporâneo que tratam da ditadura e das mobilizações por anistia e redemocratização.
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