No texto em questão, o eu-lírico enfatiza a dor
de viver e a desordem do mundo nas
expressões “desalento”, “desencanto”, “tristeza
esparsa”, “remorso”, “angústia rouca”,
conferindo ao poema uma dimensão universal.
Leia atentamente o texto abaixo e, a seguir,
assinale a alternativa correta.
Desencanto
Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.
Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.
E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.
Eu faço versos como quem morre.
(Teresópolis, 1912)
(BANDEIRA, Manuel. Melhores Poemas de Manuel
Bandeira. Seleção de Francisco de Assis Barbosa.
16. ed. São Paulo: Global, 2004, p.17)
Vocabulário
volúpia: sensualidade
esparsa: espalhada; distribuída
acre: amargo; azedo
Leia atentamente o texto abaixo e, a seguir, assinale a alternativa correta.
Desencanto
Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.
Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.
E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.
Eu faço versos como quem morre.
(Teresópolis, 1912)
(BANDEIRA, Manuel. Melhores Poemas de Manuel Bandeira. Seleção de Francisco de Assis Barbosa. 16. ed. São Paulo: Global, 2004, p.17)
Vocabulário
volúpia: sensualidade
esparsa: espalhada; distribuída
acre: amargo; azedo
Gabarito comentado
Gabarito Comentado:
Alternativa correta: C – certo
1. Tema central da questão: Interpretação de texto poético, especialmente a identificação dos sentimentos e da dimensão universal no poema, aspectos fundamentais para provas de vestibular.
Explicação didática:
O poema “Desencanto”, de Manuel Bandeira, revela pelo eu-lírico um profundo sentimento de dor e desalento diante da existência. Palavras como “desalento”, “desencanto”, “tristeza esparsa”, “remorso”, “angústia rouca” são exemplos claros de vocabulário que configura estados de sofrimento e pessimismo em relação à vida e ao mundo.
Segundo obras como Bechara (2009) e Cunha & Cintra (2013), a interpretação de textos literários exige a identificação do sentimento central e dos recursos expressivos utilizados, além da compreensão do alcance universal das emoções evocadas.
Justificativa da alternativa C: A alternativa afirma corretamente que o eu-lírico enfatiza a dor de viver e a desordem do mundo, concedendo ao poema uma dimensão universal. Isso ocorre justamente pelo uso das expressões citadas, que ultrapassam a experiência individual e tornam-se compreensíveis a qualquer leitor sensível à condição humana. O uso de metáforas, como “meu verso é sangue” e “faço versos como quem morre”, amplia ainda mais esse caráter universal.
2. Sobre as alternativas:
Alternativa E – errado: Está equivocada por negar a correta leitura do lirismo do poema, que é marcado, sim, por sentimentos universais de dor e desencanto representados por termos extremamente sugestivos e carregados de emoção.
Dicas e Estratégias:
Atenção a palavras-chave: Termos como “desordem”, “pranto”, “amargo”, “morre” são pistas de um sentimento generalizado; não se referem só ao eu-lírico, mas à experiência humana em geral.
Observe as figuras de linguagem: Metáforas e comparações, comuns na poesia, ajudam a ampliar o sentido do texto e indicar temas universais.
Na leitura de poesia em provas, não restrinja a análise ao literal; busque sempre o sentido subjacente às palavras.
Resumo da Regra: “Em textos literários, a identificação de sentimentos universais e de recursos expressivos é fundamental para a interpretação adequada” (Cunha & Cintra; Bechara).
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