Leia o texto a seguir.
Os malês encontraram na Bahia de 1835 um campo fértil onde semear a rebeldia escrava e
tentar mudar a sociedade em favor dos africanos. Fundada na desigualdade etnorracial e social,
a Bahia vivia nesse período uma crise econômica e política. As revoltas das classes livres
pobres e dos dissidentes liberais de um lado e, de outro, as dos escravos africanos, ameaçavam
a hegemonia política dos grandes senhores da Bahia e a própria ordem escravocrata.
REIS, João José. Rebelião escrava no Brasil: a história do levante dos malês em 1835. São Paulo: Companhia
das Letras, 2003. p. 545.
Considerando o texto acima, assinale a alternativa correta sobre a revolta dos malês de 1835.
Leia o texto a seguir.
Os malês encontraram na Bahia de 1835 um campo fértil onde semear a rebeldia escrava e tentar mudar a sociedade em favor dos africanos. Fundada na desigualdade etnorracial e social, a Bahia vivia nesse período uma crise econômica e política. As revoltas das classes livres pobres e dos dissidentes liberais de um lado e, de outro, as dos escravos africanos, ameaçavam a hegemonia política dos grandes senhores da Bahia e a própria ordem escravocrata.
REIS, João José. Rebelião escrava no Brasil: a história do levante dos malês em 1835. São Paulo: Companhia das Letras, 2003. p. 545.
Considerando o texto acima, assinale a alternativa correta sobre a revolta dos malês de 1835.
Gabarito comentado
Alternativa correta: D
Tema central: a Revolta dos Malês (Salvador, 1835) e seu significado como forma de resistência à ordem escravocrata no Brasil. Para resolver a questão é preciso distinguir identidade religiosa/étnica, posição social e o caráter político das rebeliões escravas.
Resumo teórico conciso: os malês eram em grande parte africanos muçulmanos (termo relacionado ao iiman/“imale”), incluindo escravizados e libertos, com organizações internas, leitura e escrita em árabe e práticas religiosas que favoreceram a mobilização. A insurreição de 1835 foi expressão de resistência contra a escravidão e contra a hegemonia dos grandes proprietários na Bahia — tinha caráter político e social, não se reduzindo a conflito étnico.
Fonte de referência: João José Reis, Rebelião escrava no Brasil: a história do levante dos malês em 1835, Companhia das Letras, 2003.
Justificativa da alternativa D: A opção D afirma que a revolta representou uma resistência importante às estruturas sociais vigentes, sobretudo à ordem escravocrata — é a leitura correta e consensual entre historiadores. O levante mostrou a capacidade de organização dos africanos muçulmanos e apontou diretamente para o caráter político da luta contra a escravidão e suas elites locais.
Análise das alternativas incorretas:
A — Errada. Os malês não são corretamente descritos apenas como uma “identidade étnica” recusada: eram majoritariamente muçulmanos (categoria religiosa) e incluíam diferentes etnias africanas (iorubás, hausa etc.). O fator religioso e organizacional foi mais central que uma única identidade étnica.
B — Errada. A alternativa confunde posição social: havia malês escravizados e libertos. Não formavam uma camada social “intermediária” homogênea superior aos escravos; muitos eram, justamente, escravizados e sofreram a repressão como tal.
C — Errada. A opção sugere uma aliança entre classes livres pobres e grandes senhores para derrotar os malês. Na realidade, a ordem escravocrata e as elites promoveram a repressão com forças policiais e milícias; as relações entre classes livres pobres e elites eram complexas e nem sempre alinhadas aos grandes senhores — a leitura simplista da opção é enganosa.
Dica de prova: procure palavras-chave no enunciado — “resistência”, “ordem escravocrata”, “Bahia 1835” — e elimine alternativas que reduzam o fenômeno a etnicidade estrita ou a uma posição social homogênea. Questões sobre revoltas escravas costumam destacar caráter político e coletivo das ações.
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