O texto 2 defende a ideia de que:
Texto 2
Uma visão realista do papel da informação e do conhecimento nos atuais processos produtivos
leva a crer que nem uma nem outro conduzem necessariamente à igualdade social. Isso implica
considerar que as novas tecnologias da informação, embora representem avanços em diversas áreas,
também conduzem a formas inéditas de exclusão social.
Percebe-se, de um lado, o avanço da tecnologia, o desenvolvimento de recursos cada vez mais
sofisticados.
De outro lado, mais uma forma de disparidade social: a exclusão da sociedade do conhecimento,
caracterizada pela distância entre os que dominam as novas tecnologias e aqueles que mal as
compreendem ou até as desconhecem nas mais diferentes regiões do planeta.
Os países também vivem de forma desigual o ingresso na sociedade do conhecimento. Exemplo
mais evidente disso é a chamada rede mundial de computadores, a internet, que conseguiu
interconectar, em poucos anos, milhões de pessoas nos lugares mais remotos do mundo. Contudo o
acesso à rede é desigualmente distribuído: 75% dos usuários vivem nos países industrializados (14%
da população mundial). Outra disparidade está no interior dos países: a maioria dos usuários da rede
vive em zonas urbanas, possuem melhor escolaridade e condição socioeconômica, são jovens e a
maior parte é do sexo masculino.
No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) contou mais de 32 milhões
de usuários da internet.
A maioria desses usuários é do sexo masculino, tem média de idade de 28 anos, 10,7 de estudo
e rendimento médio mensal familiar per capita de 1 milhão.
O perfil de quem não utiliza a rede de computadores - ou seja, não navega na internet - é
claramente distinto: mais de 37 anos de idade, entre 5 e 6 anos de tempo de estudo e rendimento
médio mensal de R$ 300.
Investir em educação - sobretudo no ensino de ciências desde o nível fundamental - está no
ponto de partida para reverter a situação de quase letargia em que a América Latina se encontra se
comparada aos países mais desenvolvidos, científica e tecnologicamente, de outras regiões do planeta.
No âmbito da tecnologia, há, em todo o globo, iniciativas voltadas para a redução da crescente
lacuna digital, como o desenvolvimento de software (programa) livre e de computadores de baixo
custo.
A revolução tecnológica, porém, não pode ser reduzida à mera incorporação ou ao acúmulo de maior
número de máquinas e sistemas de informação e comunicação.
A inovação deve ter caráter social (sustentada com políticas educativas e de desenvolvimento
social).
Somente a educação garantirá que as novas tecnologias da informação e da comunicação
promovam qualidade de vida ao maior número possível de cidadãos.
Jorge Werthdn
Gabarito comentado
Comentário do Gabarito – Interpretação de Texto (Texto 2)
Tema central: Esta é uma questão de interpretação de texto, baseada em leitura atenta e análise de coerência (lógica das ideias) e coesão (ligação entre as partes do texto).
Justificativa da alternativa correta – D:
O texto discute como a exclusão social pode se ampliar com as novas tecnologias, ao destacar que o acesso ao conhecimento científico e tecnológico ainda é restrito a grupos sociais específicos e que, para reverter esse cenário, é essencial o investimento em educação, “sobretudo no ensino de ciências desde o nível fundamental”.
A alternativa D está totalmente alinhada a esse foco do texto, pois indica que a solução para o “marasmo” tecnocientífico da América Latina envolve a revisão dos valores educacionais de seus países – exatamente a mensagem defendida pelo autor.
Análise das alternativas incorretas:
A) Afirma que a maioria da população mundial teve melhoria de vida com a tecnologia, mas o texto destaca que há ainda exclusão digital e social significativa, negando essa generalização.
B) Sugere que a sofisticação tecnológica já implica políticas sociais, mas o texto diz que isso só ocorre se houver ação educativa intencional, não sendo um processo automático da tecnologia.
C) Propõe que o país é fator mais importante que condições individuais. O texto mostra que ambos são relevantes: as desigualdades existem entre países e dentro deles, influenciadas por fatores econômicos, sociais e regionais.
Dica de estratégia: Para questões como essa, identifique a tese central do texto e desconfie de alternativas que generalizam demais ou afirmam ações automáticas do progresso.
Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!






